sexta-feira, 27 de novembro de 2009

MINI CONTO



PRÁ AMÉLIA NENHUMA BOTAR DEFEITO

Desde que levantou tratou de arrumar a cama, varrer a casa, esfregar, tirar pó, lavar banheiros, polir, limpar vidros, jogar lixo, lavar, secar e passar roupas, bater tapetes, aguar as plantas, dar comida ao peixinho dourado, limpar cocô do cachorro, ir ao supermercado, arrumar a geladeira, fazer comida (sem esquecer da sobremesa), não parou um minuto sequer. Para não desleixar a aparência, malhou na academia por duas horas, tomou banho, escovou e penteou os cabelos, cuidou das unhas e da pele, maquiou-se, perfumou-se, calçou meias e sapatos finos e colocou vestido adequado. Feito isso, checou se todos os detalhes estavam perfeitos, de acordo com a vontade dele. Cinco minutos antes dele chegar, acomodou-se silenciosa e imóvel num canto da sala, e, confundindo-se com a decoração, mimetizou-se em indistinta peça da mobília. Orgulha-se de ser a perfeita mulher-objeto. JAIR, Floripa, 22/11/09.

RESTAURE-SE A IGUALDADE OU ABANDONEMOS A CIVILIZAÇÃO


Recebi mensagem, - a qual, por ser extensa, reproduzo apenas parte abaixo - de um amigo gay reclamando da deturpação que se está fazendo do propósito do projeto de lei que quer acabar com a discriminação contra as minorias, entre elas, os homossexuais:
“Você é a favor da aprovação do projeto de lei (PLC 122/2006) que pune a discriminação contra homossexuais?” Desde que a enquete apareceu no site do senado, faz umas semanas, evangélicos de todo o país iniciaram uma cruzada via internet, pelo direito de ofender pessoas que namoram pessoas do mesmo sexo. Uma senhora chamada Rosemeire, por exemplo, expondo num blog seu temor de que a lei seja aprovada, disse que vivíamos “O início da Ditadura Gay no mundo!”. Se você acha que Rosemeire exagerou, é porque não leu o blog de Rozângela Justino, cristã, psicóloga e indignada: “Se este Projeto (palavrão impublicável) for aprovado, estaremos institucionalizando em nosso país o sistema de castas e todos aqueles que não forem homossexuais serão considerados cidadãos de segunda classe.”

Minha Opinião:
Caros,

Enquanto existirem pessoas como essas Rosemeires e Rozângelas Justino, o mundo será um pouco mais pobre, bem mais injusto e totalmente alheio aos verdadeiros valores que devem nortear nossas vidas, como honestidade, respeito ao próximo e solidariedade, por exemplo. Quando julgamos as pessoas pelas suas preferências sexuais, pela cor da pele ou pela orientação religiosa estamos mostrando a pior face do ser humano, aquela que julga que uns são melhores que outros. Já vimos isso na Alemanha nazista e o resultado todos sabemos. Não sou homossexual, mas entendo que somos todos iguais e devemos ter o mesmo tratamento, quaisquer que sejam nossas opções. Não consigo compreender que em pleno século XXI possa existir gente indo contra a corrente histórica que deve nos conduzir para um mundo melhor, onde a igualdade será a cláusula pétrea que alicerçará a sociedade. Abraços, a todos, JAIR. Floripa, 27/11/09.

sábado, 21 de novembro de 2009

MINI CONTO



É NATAL NO SHOPPING CENTER
Consegui! Graças à minha barba espessa e branca fui contratado. Até me aconselharam colocar enchimento na barriga para parecer mais gordo. Ótimo! Domingo estarei ilhado por dezenas de pais, mães e seus malditos rebentos. A carnificina que seguirá a explosão da bomba em minha cintura, tenho certeza, será cinematográfica. SANTA KLAUS, Natal de 2009.

MINI CONTO


INFINDÁVEL CURIOSIDADE
Oito ou mais horas por dia, de sol a sol, trabalho bruto e cansativo que se repete todos os dias e todas as horas; semanas e meses consecutivos, sempre. Cavar buracos de certa dimensão que devem acolher corpos daqueles que, por algum motivo, deixaram esta atribulada existência terrena. Coveiro por necessidade, a morte lhe proporcionava os meios de vida. Os infindáveis desfiles de cadáveres que sumiam nas covas que cavava, não lhes eram indiferentes, faziam-no pensar, sentir-se curioso. Para onde iam? O que lhes esperava além? Seriam felizes? Estarão melhores lá, do que eu aqui? A curiosidade e o cansaço convenceram-no. Deitou-se na cavidade que acabara de criar e deixou-se cobrir de terra. JAIR, Floripa, 21/11/09.

MINI CONTO


LINHA DIRETA PARA O COLO DO CAPETA
Iníquo, mau cidadão, marido infiel, gatuno ardiloso, foi alçado do anonimato por outro homem público, este maculado pelas falcatruas mais abjetas, ladravaz impune; seguiu-lhe os passos; refugiou-se na política onde as leis da vala comum não se aplicam; onde a impunidade é linha mestra que conduz homens da aviltante pobreza ao pináculo das fortunas não explicadas; onde existe uma zona cinzenta de desonestidade que é moeda de troca entre mãos sujas. Cometeu os maiores roubos do dinheiro dos contribuintes; rapinou verba que seria empregada em hospitais, salvaria vidas; praticou pilhagem obscena do erário público; amealhou milhões; enquanto pilhava, escarneceu da sociedade e colocou-se acima das leis dos homens, zombando também das regras divinas. Arrogante, julgou-se imortal e intocável. O câncer, às vezes instrumento de justiça invisível e cruel, corroeu-lhe as entranhas e conduziu-o ao inferno, onde deverá queimar para sempre. JAIR, Floripa, 21/11/09.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

MINI CONTO



REFLEXÃO FINAL
Sentado na pedra à beira do deserto, sentia-se compelido a refletir sobre sua vida tão curta ainda, e prestes a findar em algumas horas apenas. Sacrifício extremo a que se expunha em nome de ideologia que lhe fora empurrada goela abaixo, e que não digerira o suficiente para entender: “Quando explodisse junto às pessoas que estavam condenadas por não partilhar suas crenças, iria para o paraíso, isso ele entendia. Mas, e essas pessoas? Elas também têm uma crença; elas acreditam que ao morrerem suas almas vão para o céu, e lá serão felizes. Então, se eu eliminá-las, estou, na verdade, causando-lhes um bem; estou lhes concedendo a oportunidade de viverem no paraíso como desejam. Se meu gesto, como me foi ensinado, é de vingança, é para lhes causar mal, não vejo como pode ter sentido matá-las”. Foi seu último pensamento antes de premir o detonador da bomba afixada em seu corpo. JAIR, Floripa, 20/11/09.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

MINI CONTO


DECEPÇÃO NO HIPÓDROMO
A megera mostrara o tufo de pêlos afirmando tratar-se de pêlos do animal castanho, de nome Glifo, que competiria no quarto páreo. Verdadeira barbada, afirmava ela. O DNA não deixara dúvidas, era, de longe, fisicamente o melhor cavalo; o que reunia as melhores condições genéticas do hipódromo deste, ou de qualquer outro dia. Acreditei nela, apostei tudo e perdi. Perdi porque havia acreditado no resultado da análise daquele tufo de pêlos que, no fim, mostrou-se apenas barbada velhaca dela, aquela desnaturada. JAIR, Floripa, 18/11/09.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

MINI CONTO


JUSTIFICANDO
Não consigo entender, sei que tenho feito o que é preciso, tenho cumprido a incumbência divina que me foi confiada, no entanto, a polícia e a imprensa não estão percebendo o belo resultado de meu desempenho, vejam estas manchetes: “JÁ SÃO ONZE AS VÍTIMAS DO SERIAL KILLER”, “POLÍCIA PROMETE PRISÃO PARA BREVE!”. Parece que eles se referem à outra pessoa, a outros fatos, porém, é de minha pessoa que eles estão falando! Quando volto para casa, para meus filhos e minha mulher depois do trabalho, às vezes, fico tentado a gritar para o mundo: “Será que vocês não percebem? Afinal eram apenas Freis Dominicanos, gente que não merecia viver!” JAIR, Floripa, 17/11/09.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

VAMOS PARAR COM AMADORISMO MINHA GENTE!



ou
(No Brasil o achismo é uma ciência exata)


O Patropi é um país no mínimo estranho. Desde a imprensa até as autoridades, passando pelos cidadãos comuns, sejam quais forem, não dão o tratamento devido aos acontecimentos, fatos e eventos, não se preocupam em encontrar explicação ou justificativas profissionais e sérias para ocorrências que, por sua magnitude, efeitos ou importância, tragam algum prejuízo para a população. O que se vê é improviso e amadorismo, sempre. Quando ocorre um fato de repercussão nacional, lá vêm os políticos e os “especialistas” em isso ou aquilo dar explicações, o mais das vezes estapafúrdias, sobre o ocorrido. É assim quando de um desastre aéreo, ou enchente, ou ainda falta de energia que atinge muitas cidades, por exemplo. Agora, com o chamado apagão desta semana, não foi diferente. Lá vem um tal de ministro Lobão, um incompetente de carteirinha, explicar por que houve o tal desligamento; lá veio uma tal ministra ou qualquer coisa, Roussef, com jeitão de professora primária, explicar didaticamente o que teria havido; lá vieram alguns deputados e senadores tanto da oposição como do governo, explicar exatamente o ocorrido, sendo que de acordo com a posição política de cada um a explicação era diferente, contraditória mesmo. Minha gente! Vamos parar com amadorismo! Fatos importantes e ligados ao mau funcionamento de alguma coisa, seja de linha de transmissão, de usina, de condição meteorológica ou do caralho a quatro, SEMPRE existe um TÉCNICO ESPECIALISTA responsável e profissional que SABE. Sempre haverá uma explicação técnica e profissional aceitável! SEMPRE! Não existe necessidade de Lobos, Roussefs, políticos e administradores virem à televisão falar besteiras! O público está com o saco cheio disso! No caso do apagão, o que o Lobo mau deveria fazer era ligar para o engenheiro responsável lá de Itaipu e solicitar uma explicação técnica por escrito e, se quisesse, ler o comunicado na televisão. E não ficar, frente às câmeras, exercendo o achismo como se ciência exata fosse. Garanto que teria satisfeito a imprensa e o público, e teria consumido menos paciência nossa. Vamos parar com amadorismo, afinal é urgente que o Brasil finja que é um país sério, pois tem que se preparar para os Jogos Olímpicos de 2016! JAIR, Floripa, 13/11/09.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O SUPER VIRA-LATAS


Desde que o homem, provavelmente há mais de dez mil anos, domesticou o lobo asiático, convive com seus descendentes seja na forma de raças (selecionadas geneticamente) novas ou da raça original adaptada ao meio humano. O Dingo (Canis lupus dingo), canideo que vive no meio selvagem australiano, provavelmente é um cão doméstico que foi revertido para o estado selvagem há milhares de anos e hoje vive em grande parte independente dos seres humanos, na maioria de sua distribuição. Os Dingos são considerados os únicos grandes mamíferos placentários da Austrália, além dos seres humanos, e parecem semelhantes aos cães domésticos, mas sua adaptação ao meio selvagem é de tal ordem que considerá-los nativos não é estultice. Também sua origem ainda é assunto em aberto e sob muita especulação e debate desde o século 18. No entanto, estudos arqueológicos indicam sua introdução foi relativamente tarde, por volta de 5000 anos atrás, e há uma estreita relação com outros cães domésticos. Uma teoria amplamente aceita diz que dingos evoluíram ou foram criados a partir do lobo asiático em torno 6,000-10,000 anos atrás, teoria também aceita para todos os demais cães domésticos. No entanto análises genéticas indicam uma domesticação muito mais cedo. Dingos têm uma cabeça relativamente grande, um focinho pontudo, e orelhas eretas, mede em torno de 52-60 centímetros de altura nos ombros e o macho adulto chega a pesar 27 quilos. Os machos são normalmente maiores e mais pesados que as fêmeas da mesma idade. Sua pelagem é geralmente amarela, podendo variar de marrom avermelhado até o quase branco. As pernas são cerca de metade do comprimento do corpo e da cabeça juntos. Como todos os cães domésticos, os Dingos tendem para uma comunicação fonética, a a diferença é que eles usam principalmente gritos e choramingos e latem com menos freqüência do que outros cães. Foram registrados, oito classes de sons com 19 variações usadas em ocasiões diferentes. Dingos vivem hoje em todos os tipos de habitats, incluindo a coberto de neve florestas montanhosas do leste da Austrália, secos desertos quentes da Austrália Central, e as zonas úmidas de florestas tropicais do norte da Austrália. Alimentam-se de insetos, répteis, aves e mamíferos que normalmente caçam. Hoje, o Dingo é considerado como parte da fauna nativa da Austrália pelos ambientalistas, bem como os biólogos, especialmente porque já existiam no continente antes da chegada dos europeus, e uma adaptação mútua dos cães ao meio e deste aos cães havia ocorrido. No entanto, há também a opinião contrária, que dingos são apenas outro predador originário da Tailândia. Entretanto, sejam quais forem sua origem, idade de domesticação ou descendência, o que se tem que admitir é que são animais extremamente adaptados a um meio inóspito que não perdoa fraquezas e vacilos. O out back australiano, deserto vasto e hostil, não permite que sobreviva qualquer ser que não seja, pelo menos, particularmente resistente, tenaz e adaptável. A falta de água, a escassez de abrigos e a inclemência do clima selecionam as espécies, deixando que sobrevivam apenas as melhores. Considerando que vira-latas é aquele cão sem raça definida que se adaptou a viver e reproduzir-se com sucesso nas piores condições possíveis, o Dingo pode ser considerado um um super vira-latas. JAIR, Floripa, 12/11/09.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

NEOCOLONIALISMO: IMPERIALISMO RECICLADO


Até historiadores concordam que é muito difícil definir em que consiste o imperialismo; quais características lhe são imanentes e que determinam sua aparência, sua figura. Contudo, sob variadas formas, é algo que sempre existiu no decorrer da história da humanidade; e a ele a sociedade moderna, em particular a capitalista, incorporou novas formas específicas. Não sem propósito, o capitalismo americano tornou-se o principal expoente da modalidade não transparente nem direta que veio a ser conhecida como neocolonialismo. Este jeito de fazer, digamos oblíquo, contrasta de modo muito marcante com o método anterior, particularmente agressivo, representado pelos impérios europeus que anexavam e ocupavam territórios, sujeitando seus povos a controle direto, a mais das vezes através de violência e submissão. De qualquer forma, e a despeito das diferenças, ambas as modalidades partilham de objetivos comuns. Falando de maneira bem genérica, e levando em conta que qualquer que seja a relação entre a força econômica e as demais forças que operem como causas de domínio, o imperialismo, e, por extensão, o neocolonialismo, hoje se expressa pela coerção exercida por uma potência, por quaisquer meios, para auferir lucros ou vantagens além dos que são lícitos ou normais pelas simples troca comerciais, de resto, esperáveis entre duas nações livres e soberanas. Sob esse ângulo, o neocolonialismo pode ser visto como uma continuação ou uma intensificação, dentro da era capitalista, da compulsão do maior ganho possível com o menor custo, que constituiu a marca registrada dos domínios feudais, por exemplo. Ainda mais, quando uma nação abriga entre seus construtores, um pensador que se assim expressou: “Deus predestinou, assim a humanidade espera, um papel grandioso à nossa raça, e percebemos coisas grandiosas nas nossas almas, a vanguarda das nações, por direito, deve nos pertencer”, é de se esperar que essa nação queira exercer o “direito” divino que lhe foi autorgado. Em outras palavras, o resto da humanidade é considerado apenas matéria prima passiva, argila a ser moldada pelas mãos do oleiro ungido. Numa compreensão mais básica, o resto do mundo é o pomar onde o Império pode colher sem culpa os frutos que são seus de direito. Essa pressuposição de superioridade, provavelmente um legado do Império Britânico, é o que move os colonialistas modernos rumo ao domínio do Planeta. Na verdade, esse imperialismo que repudia o próprio nome, apresenta a face escanhoada e inocente do comércio vantajoso (para eles, é claro) em substituição ao esbulho praticado pelos impérios europeus anteriormente. Quando Bush invade países sob a falsa alegação de insegurança do ocidente por causa de possíveis armas de destruição em massa, está apenas exercendo o direito divino de fazê-lo, não há contradição no ato nem pudor pelos resultados, está escrito nas estrelas que assim deve ser feito. Que o domínio do petróleo existente na porção invadida seja o mote da agressão, não precisa ser dito nem nas entrelinhas; o dono do bem não necessita provar a propriedade, basta-lhe tomar posse. Os EUA, depois do término da guerra fria, se sentem ainda mais livres para exercerem o que consideram autorga divina irrestrita e intransferível: praticar o neocolonialismo, sua forma predileta de imperialismo reciclado. JAIR, Floripa, 11/11/09.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

TIRANDO LEITE DE PEDRA




Um dos mais populares programas de TV dos anos 90 foi “Seinfeld”, conhecido como "o programa sobre nada". A maior parte da comédia é baseada em fatos corriqueiros do dia-a-dia com pontos de vista um tanto excêntricos ou afetados adotados pelos personagens que, no mais, são pessoas comuns que reagem com exagero a coisas cotidianas. Fatos comuns, como problemas com o porteiro do condomínio, a compra de jornal na banca, a ida à lavanderia, a disputa por uma vaga para estacionar o carro ou as conversas sobre os assuntos mais banais, se tornam temas engraçados se explorados com talento. O sucesso do programa se deve a exatamente isso: se nada ocorre, é inusitado, pode ser engraçado, diferente. No fundo, e como seus criadores gostam de ressaltar, “Seinfeld” é “uma série sobre o nada”. Isto é, nada de especial acontece para provocar as situações engraçadas que surgem. O programa rendeu milhões de dólares a seus criadores Jerry Seinfeld e Larry David e dele foram gravados 180 capítulos que são exibidos até hoje, inclusive na televisão brasileira. Pois é, “Seinfeld” é um exemplo midiático de “como tirar leite de pedra” e, com isso, ficar rico. Na Patropi não temos exemplos de gente enriquecendo ao explorar o nada, a exceção de, talvez, o escritor de mega sucesso Paulo Coelho, mas isso são outros quinhentos. Contudo, como vivemos num país meio que surrealista, mesmo não acontecendo nada de novo, de estranho, de anormal, se vários fatores se conjugarem podemos ter um fenômeno mundial. Querem ver?: Usar vestido curto é novidade? Estranho? Ofensivo? Sob qualquer ponto de vista a resposta é NÃO. Até em igrejas se usam vestidos curtos e nada de mais acontece. Pois é, a garota usou um mini vestido para ir às aulas numa universidade e foi vaiada e ofendida por colegas. Logo numa universidade, ambiente que, supostamente, deve imperar certo clima de tolerância; onde cabeças arejadas devem predominar. Contudo, por vergonhoso que seja admitir, a guria fora vítima de um odioso “Bulying”: “O termo bullying compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s), causando dor e angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder. Portanto, os atos repetidos entre iguais (estudantes) e o desequilíbrio de poder são as características essenciais, que tornam possível a intimidação da vítima”. Até aqui, embora a jovem tenha sido constrangida, ainda estava tudo sob controle, se nada mais se fizesse nada aconteceria, não haveria mortos nem feridos. Vai daí que alguém filmou com o celular a humilhação da colega e colocou na internet. Outra vez, o conhecimento público do nada expôs a estudante, só que agora esta exposição lhe concedeu, - como Andy Warhol previu que aconteceria, - quinze minutos de fama. A moça está no lucro e, novamente, se nada mais se fizer, o nada acontecido morre de inanição, nunca mais se fala nisso e, talvez, se a protagonista não for uma baranga juramentada, ela acabe posando para uma revista masculina e ganhando muito dinheiro. Acontece que a imprensa, talvez por falta de assunto, resolveu “tomar as dores” da ofendida, e deu destaque ao nada em manchetes e chamadas nos horários nobres. Era o que faltava para o nada ganhar fôlego. Advogados oportunistas, feministas iradas, analistas comportamentais cheios de empáfia e os mais diversos “especialistas” em psicologia das multidões passaram a dar entrevistas e fazer análises estruturais eruditas a respeito do nada. O nada se viu robustecido e ficou se achando. Autoridades, a UNE, o clero e a própria universidade se viram obrigados a pronunciarem-se sobre o nada. Agora o nada ganhava status internacional, “Times”, “Washington Post”, “The Gardian” davam destaque ao nada. Nada tinha acontecido no Brasil e alguém precisava dar explicações. A universidade foi a primeira a tomar providência: expulsou a estudante. O nada tinha feito sua primeira vítima. Só que, ao contrário do que se esperava, o nada voltou com mais força. Por que expulsar a inocente garota que só queria mostrar as pernas? Abaixo o excesso de autoritarismo! Fora reitor! Exigimos sua (da estudante) volta! O nada estava ativo, vociferante, indignado e exigente, não podia ser calado. Que fazer? A universidade voltou atrás, a moça entrou na justiça, a mídia não se calou e advogados de parte a parte estão faturando. Todos ganham. Notoriedade, venda de jornais, espaço na mídia, clientes, fotos, entrevistas, seminários, encontros e debates, tudo isso veio no rastro da barra do mini vestido da moçoila. Viu? Não somos Jerry Seinfeld, mas quando se trata de “tirar leite de pedra”, somos campeões: Deem-nos um pitadinha de nada e construimos uma pirâmide de fazer inveja a Quéops. JAIR, Floripa, 10/11/09.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

E O IMPÉRIO AMERICANO VAI BEM, OBRIGADO.



Os grandes impérios tinham por característica constituírem colônias em países e nações ocupados, geralmente depois de guerras de conquistas bem sucedidas, ou de "descobrimentos" seguidos de desembarques nem sempre pacíficos. Foi assim com os impérios: português, espanhol, britânico, francês, otomano e todos os demais, a exceção do americano. Este, de modo sintomático e compreensível, sempre preferiu estados-satélite ou protetorados a colônias formais, exemplos: Filipinas, Porto Rico, Ilhas Virgens Americanas e Cuba, (esta apenas até 1959, ano em que Fidel derrubou Batista e tornou-se ditador vitalício) incorporados ao império após guerra com a Espanha em 1898, sem contar que o Panamá foi “criado” a partir da Colômbia em 1903, só para satisfazer o desejo americano de construir um canal que ligasse o Atlântico ao Pacífico. Ao contrário das colônias tradicionais que compulsam o uso de manu militari para manter a ferro-e-fogo governos títeres sem representação, e completa submissão a seus patrões, estados-satélite e protetorados são versões mais "light" de colônias, porquanto permitem governos autônomos, constituições próprias, alguma autodeterminação e certa autonomia administrativa e econômica. Entre os problemas que se encontram neste tipo de território controlado estão o alinhamento automático político-militar e, muito mais importante, o atrelamento cultural e consumista à matriz: "O que é bom para os EUA, é bom para...". A primeira guerra mundial converteu os EUA numa potência. O fato de o país estar geograficamente distanciado do conflito e, ao mesmo tempo, engajado econômica, militar e politicamente ao lado dos vencedores, deu aos americanos oportunidade de desenvolvimento e influência econômica desmedida e potencialmente vantajosa. Depois da segunda guerra, - ocasião em os Estados Unidos, mais uma vez, havia desenvolvido suas indústrias a serviço dos aliados vencedores – o país se viu envolvido na chamada Guerra Fria, em que o “outro lado” impunha limitações ao expansionismo tácito que era seu “destino manifesto”, segundo o pensamento de William H. Seward, secretário de Estado de Lincoln, que pressionou o Congresso Americano para comprar o Alasca da Rússia. O destino manifesto e a força econômica americana, contudo, impuseram um expansionismo do império na Europa, no Japão e ilhas do Pacífico, onde bases militares floresceram e o American way of life virou referência para as nações ocupadas. Além disso, o Plano Marschall, um oportuno aprofundamento da Doutrina Truman, conhecido oficialmente como Programa de Recuperação Européia, foi o principal plano dos EUA para a reconstrução dos países aliados da Europa nos anos seguintes à Segunda Guerra Mundial. Claro que, ao lado da ocupação militar e da recuperação estrutural das indústrias, toda uma ideologia capitalista e um modus vivendi americano eram impostos implícita e compulsoriamente aos cidadãos. Mac Donald, Coca-cola e Wall Mart são só alguns exemplos. Com o fim da Guerra Fria, os óbices que limitavam a influência americana no mundo ruíram como havia ruído o muro de Berlim. Numa tese bem ao do gosto dos anunciadores da pós modernidade, Francis Fukuyama, filósofo nipo-americano, proclamou o “fim da história”, ou seja, o triunfo universal e definitivo do modus operandi político e econômico da sociedade capitalista. Não mais haveria dois pólos ideológicos puxando brasas para suas respectivas sardinhas, as chamadas “zonas de influência” deixavam de existir e, onde a cortina de ferro havia caído, uma terra ninguém ávida por provar o gostinho do capitalismo temperado com democracia, havia surgido para o júbilo dos neo expansionistas americanos. Ao mesmo tempo, a formidável e insuperável superioridade militar dos EUA e sua liberdade de ação após a desintegração da União Soviética encorajaram uma ambição desmedida num estado grande de poderoso o bastante para acreditar-se capaz de dominar o Planeta incontestável e cabalmente, coisa impensável para o Império Britânico, mesmo em seus tempos áureos. E, de fato, no início deste século, os Estados Unidos ocupavam uma posição histórica única e sem precedentes de poder e influência globais. No momento, levando em conta critérios tradicionais de política internacional, são a única grande potência; são hegemônicos. Todas as grandes potências e impérios da história sabiam que não estavam sozinhos, e nenhum deles almejava genuinamente dominar o mundo. Conheciam suficientemente de história para estarem cientes da impossibilidade do sonho. Mesmo o império chinês em seu auge estava ciente da possibilidade de ser conquistado e desintegrado, de assistir a queda de suas dinastias. No quadro atual, talvez não surpreenda que os políticos americanos sejam tentados pela ilusão de onipotência. A “nova ordem mundial” no período pós Guerra Fria parece ser uma hegemonia americana ampliada, ainda que seus detalhes não estejam claros. Mesmo a custa de sapatadas, as guerras de Bush indicam claramente que o momento é propício para o Império Americano colocar o pé definitivamente em locais onde antes não seria possível pela “ordem mundial” então vigente. E o Império Americano vai bem, obrigado. JAIR, Floripa, 06/11/09.

domingo, 1 de novembro de 2009

TERCEIRA GUERRA MUNDIAL. INEVITÁVEL?


Ao longo da história da humanidade as famílias, os clãs, as tribos, os povos, as nações, os países e os blocos religiosos, ideológicos e políticos estiveram mais tempo envolvidos em guerras, disputas, campanhas bélicas, revoluções e matanças, do que em paz. Registre-se que nos últimos dois mil anos apenas duzentos e cinquenta foram totalmente de paz, sem quaisquer lutas entre os homo sapiens.
Os motivos que levaram os homens às armas contra seus semelhantes foram os mais variados e, de certa forma, evoluíram desde prosaicas rixas envolvendo pessoas exaltadas de uma família e outra em torno de paixões entre seus membros, tipo Romeu e Julieta, até guerras mundiais onde a conquista de nações por outras estava no centro do conflito. Paralelo ao desenvolvimento da urbe e das organizações políticas mais complexas como as nações, as armas envolvidas nas lutas também evoluíram de simples pedras e paus, passando pelo arco e flecha, lanças, bestas, bacamartes, canhões e bombardas, até modernas metralhadoras, mísseis inteligentes de multiogivas, aviões e navios bélicos e artefatos nucleares. evidências que nos primeiros ajuntamentos humanos como tribos ou vilas as disputas surgiram por causa de rapto de mulheres, bordunas e paus aguçados a guisa de lanças serviam de armas que feriam e, eventualmente, matavam. Depois, aconteceram litígios por acesso a terras férteis ou de caça abundante, onde arcos e flechas seriam usados. Mais tarde surgiam questões econômicas e de poder que levavam principados, feudos e reinos a se envolverem em guerras mais extensas, com armas mais sofisticadas e mortíferas e exércitos bem formados. Os grandes impérios – mongol, persa, romano, britânico e otomano - se constituíram a partir de guerras de conquista, invasão de reinos e países que eram anexados ao poder central.
No século dezenove as guerras napoleônicas e a consolidação de alguns países da Europa central, definiram o largo emprego de artilharia pesada e cargas de cavalarias entre potências no século vinte, as duas grandes guerras que envolveram mais da metade dos países do Planeta, foram motivadas por desmedidas ambições territoriais e oposições ideológicas, misturadas com questões econômicas, nacionalismos exacerbados e escassez de matérias primas, e fizeram uso das mais modernas tecnologias em armas convencionais, além do emprego de duas bombas nucleares. A chamada “Guerra Fria” que seguiu após o segundo conflito mundial, era consequência de ideologias antagônicas que dividiram o mundo em áreas de influências e colocavam-se em campos opostos sob quaisquer pretextos, mantendo as populações em suspense porque ambos os lados detinham (ainda detêm) poder atômico capaz de dizimar toda manifestação de vida do Planeta. O petróleo, as religiões e o domínio de territórios foram os maiores motivadores das subsequentes guerras locais até o presente século.
Segundo analistas futurólogos, não há evidências de que num futuro próximo surja no horizonte um novo conflito de
proporções planetárias motivado por questões como petróleo, religião, ideologias, fontes alternativas de energia, conquistas territoriais ou escassez de matérias primas, mas, quando o assunto é ÁGUA, o cenário muda de figura.

Vivemos num mundo em que a água potável se torna um desafio cada vez maior. A escassez de água no mundo é agravada em virtude da desigualdade social e da falta de manejo e usos sustentáveis dos recursos naturais que não progridem na mesma proporção do crescimento populacional. Além disso, numa dicotomia perversa, as regiões do globo menos desenvolvidas – onde, evidentemente, se consome menos - como a África, a América Latina e partes da Ásia, detêm a maior quantidade de água doce, em detrimento de regiões desenvolvidas que consomem mais e têm menos reservas naturais do precioso líquido. Também, por ironia histórico geográfica, as regiões onde o petróleo abunda a água escasseia; riqueza oriunda do petróleo significa pobreza de fontes aquíferas, quase sempre. Na Venezuela, país grande produtor de petróleo, a água mineral em garrafas é de dez a vinte vezes mais cara que o preço de um litro de gasolina. Israel, Jordânia e Palestina: 5% da população do mundo sobrevivem com 1% da sua água disponível no Oriente Médio, nesse contexto ainda há a guerra entre árabes e israelenses. Isso poderia contribuir para crises militares adicionais enquanto o aquecimento global continua. Israel, os territórios palestinos e a Jordânia necessitam do rio Jordão, mas Israel controla-o e corta suas fontes durante as épocas de escassez. O consumo palestino é então restringido severamente por Israel. De acordo com números apresentados pela ONU, fica claro que controlar o uso da água significa deter poder.

As diferenças registradas entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento chocam e evidenciam que a crise mundial dos recursos hídricos está diretamente ligada às desigualdades sociais. Em regiões onde a situação de falta d'água já atinge índices críticos de disponibilidade, como nos países do Continente Africano, onde a média de consumo de água é dez a quinze litros por pessoa. Já em Nova York, há um consumo exagerado de água doce tratada e potável, onde um cidadão chega a gastar dois mil litros por dia.

Então, é quase compulsório inferir que os ricos que consomem muito mais e têm pouca água se voltarão para as regiões de fontes abundantes. Guerra pela posse água potável é uma possibilidade aterradora e bastante real dentro de uma ou duas gerações, principalmente levando em conta que aqueles que detêm poder nuclear são, justamente, os que mais consomem e menos tem acesso às fontes disponíveis de água de boa qualidade e barata. JAIR, Floripa, 29/10/09.

ESCASSEZ DE ÁGUA: COMO SALVAR A HUMANIDADE




Segundo a Unicef, menos da metade da população mundial tem acesso à água potável. A irrigação corresponde a 73% do consumo de água, 21% vai para a indústria e apenas 6% destina-se ao consumo doméstico. Um bilhão e 200 milhões de pessoas não têm acesso a água tratada. Um bilhão e 800 milhões de pessoas não contam com serviços adequados de saneamento básico. A água é um desses bens escassos indispensáveis, sem as quais não poderíamos viver. Ainda que na atualidade a falta desse bem não se apresente como um grande problema para a América Latina e, em especial ao Brasil, este é um tema de suma importância a todos nós. Em uma rápida síntese sobre as condições da água, vemos que apesar da terra ser coberta por cerca de dois terços de água ou mais precisamente 71% da superfície, o planeta está começando a passar por problemas de escassez do precioso líquido. Problema perfeitamente fácil de entender, já que o total de água do planeta continua o mesmo e a população se multiplica em progressão geométrica. Do total de água existente no mundo 97,5% são de águas que se encontram nos Oceanos, ou seja, água salgada, restando apenas 2,5% de água doce. E nem mesmo esses 2,5% podem ser totalmente aproveitados, pois 1,75% se encontram em calotas e geleiras polares, restando tão somente 0,75% desta água podendo ser considerada aproveitável. Devemos ressaltar ainda que essa quantia deva ser dividida entre 6 bilhões de pessoas. Devido a esse problema, já vemos em vários locais do mundo, principalmente no Oriente Médio, as constantes desavenças que a escassez de água vem proporcionando. Atualmente, 31 países sofrem com uma grave escassez de água; uma de cada cinco pessoas no mundo carece de fornecimento de água potável e se calcula que em tão somente 15 anos, mais da metade da população mundial não terá acesso ao vital liquido, tudo isto devido ao uso industrial indiscriminado e à falta de políticas adequadas para o manejo do recurso. Então, políticas sérias de preservação e administração desse bem escasso e de vital importância para a sobrevivência do homo sapiens, devem ser priorizadas em qualquer sociedade que queira manter a perspectiva de civilização a médio e longo prazo.


No estado da Cali
fórnia nos EUA já se implantou uma política de conservação de água doméstica que premia o consumidor que quiser adotá-la. Como sabemos, o americano do norte curte imensamente seus gramados domésticos, os quais ele mantém verdes e saudáveis mediante irrigação constante, muito adubo e cortes regulares, ter gramados e cortá-los com aparelhos de última geração faz parte da cultura do povo americano. Um estudo de uma Ong contratada pelo governo da Califórnia constatou que, quase 70% do consumo de água das casas destina-se à irrigação dos famosos gramados. Como o território da Califórnia é, em grande parte, desértico, é natural que as autoridades se preocupem e adotem prioridade para políticas de conservação do líquido precioso. Uma das medidas tomadas para estimular a economia de água, foi descontar porcentagem de imposto predial daqueles usuários que se dispuserem substituir seus bem tratados gramados por jardins com plantas nativas do deserto. Por certo a medida foi bem vista pelos habitantes de Los Angeles que adotaram plantar em seus jardins cactos e outras vegetações que usam um mínimo de água para sobreviver. Além disso, jardins de plantas nativas contribuem para preservar a flora local e são tão ou mais ornamentais que os tais gramados, cujas sementes e mudas são exóticas, geralmente oriundas da Ásia. Já se tornou bastante comum observar que as substituições nos jardins deixaram as paisagens dos bairros residenciais diferentes, bonitas e com um toque natural, comunidades inteiras estão se beneficiando com a isenção parcial de impostos e tornando seus jardins, autênticas miniaturas do deserto adjacente à cidade. E não é só isso, novos desenhos de vasos sanitários e caixas de descarga permitem que, com aumento de eficiência, se economize água também. Caixas de descarga com botão duplo de acionamento, onde se permite um fluxo menor para líquidos apenas, e maior quando se tratar de dejetos sólidos, estão sendo usadas na Califórnia e em alguns países da Europa. Alterações no desenho interno das vias de vazão da água dos vasos sanitários permitem melhor aproveitamento do fluxo, assim como temporizadores nos chuveiros e máquinas de lavar mais eficientes diminuem o consumo. Políticas assim e de mesmo efeito deveriam ser adotadas por outros estados e cidades com intuito de criar uma mentalidade que só traria benefícios para o ambiente e, claro, para o homem em última instância. No Brasil o uso desses dispositivos é ainda muito raro. Na Austrália, país com quase dois terços do território formados por desertos, dispositivos e métodos de economia fazem parte do cotidiano das pessoas e, curiosamente, lá nada se cobra pelo consumo familiar de água. O australiano, apesar disso, não consome água demais, não desperdiça o líquido que sai de suas torneiras domésticas, demonstrando, de certa forma, que naquele país se tem uma mentalidade de economia quando se trata de consumir esse líquido vital. É claro que essas iniciativas são, para usar uma analogia aquática, uma gota no oceano quando se trata da escala do desperdício mundial. Contudo, como “uma longa caminhada começa com primeiro passo”, o simples fechar de torneira um pouco antes pode ser o princípio da prevenção que permitirá a perpetuação da humanidade no Planeta. JAIR, Floripa, 01/11/09.