Desde que o homem, provavelmente há mais de dez mil anos, domesticou o lobo asiático, convive com seus descendentes seja na forma de raças (selecionadas geneticamente) novas ou da raça original adaptada ao meio humano. O Dingo (Canis lupus dingo), canideo que vive no meio selvagem australiano, provavelmente é um cão doméstico que foi revertido para o estado selvagem há milhares de anos e hoje vive em grande parte independente dos seres humanos, na maioria de sua distribuição. Os Dingos são considerados os únicos grandes mamíferos placentários da Austrália, além dos seres humanos, e parecem semelhantes aos cães domésticos, mas sua adaptação ao meio selvagem é de tal ordem que considerá-los nativos não é estultice. Também sua origem ainda é assunto em aberto e sob muita especulação e debate desde o século 18. No entanto, estudos arqueológicos indicam sua introdução foi relativamente tarde, por volta de 5000 anos atrás, e há uma estreita relação com outros cães domésticos. Uma teoria amplamente aceita diz que dingos evoluíram ou foram criados a partir do lobo asiático em torno 6,000-10,000 anos atrás, teoria também aceita para todos os demais cães domésticos. No entanto análises genéticas indicam uma domesticação muito mais cedo. Dingos têm uma cabeça relativamente grande, um focinho pontudo, e orelhas eretas, mede em torno de 52-60 centímetros de altura nos ombros e o macho adulto chega a pesar 27 quilos. Os machos são normalmente maiores e mais pesados que as fêmeas da mesma idade. Sua pelagem é geralmente amarela, podendo variar de marrom avermelhado até o quase branco. As pernas são cerca de metade do comprimento do corpo e da cabeça juntos. Como todos os cães domésticos, os Dingos tendem para uma comunicação fonética, a a diferença é que eles usam principalmente gritos e choramingos e latem com menos freqüência do que outros cães. Foram registrados, oito classes de sons com 19 variações usadas em ocasiões diferentes. Dingos vivem hoje em todos os tipos de habitats, incluindo a coberto de neve florestas montanhosas do leste da Austrália, secos desertos quentes da Austrália Central, e as zonas úmidas de florestas tropicais do norte da Austrália. Alimentam-se de insetos, répteis, aves e mamíferos que normalmente caçam. Hoje, o Dingo é considerado como parte da fauna nativa da Austrália pelos ambientalistas, bem como os biólogos, especialmente porque já existiam no continente antes da chegada dos europeus, e uma adaptação mútua dos cães ao meio e deste aos cães havia ocorrido. No entanto, há também a opinião contrária, que dingos são apenas outro predador originário da Tailândia. Entretanto, sejam quais forem sua origem, idade de domesticação ou descendência, o que se tem que admitir é que são animais extremamente adaptados a um meio inóspito que não perdoa fraquezas e vacilos. O out back australiano, deserto vasto e hostil, não permite que sobreviva qualquer ser que não seja, pelo menos, particularmente resistente, tenaz e adaptável. A falta de água, a escassez de abrigos e a inclemência do clima selecionam as espécies, deixando que sobrevivam apenas as melhores. Considerando que vira-latas é aquele cão sem raça definida que se adaptou a viver e reproduzir-se com sucesso nas piores condições possíveis, o Dingo pode ser considerado um um super vira-latas. JAIR, Floripa, 12/11/09.
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2 comentários:
É esse cachorro australiano é um sobrevivente. Pelo texto para homenagear um animal tão extraordinário. Parabéns.
Sorte teve esse vira-lata de não ter ido para a China ou Coréia!
Lá, iria virar churrasco ou ensopado, pois aqueles carinhas não livram a cara dos cachorrinhos!
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