segunda-feira, 28 de junho de 2010

O Tempo constrói


Digamos que antes de tudo só existia o vácuo absoluto e o tempo, depois, por algum processo ainda desconhecido, surgiu um universo em expansão. Centenas de milhões de anos foram gastos no processo de produção dos elementos necessários para a confecção das estrelas; após a morte e a explosão de uma estrela, foi preciso mais tempo ainda para a incorporação desses elementos até formarem um planeta como a Terra, por exemplo. Só depois do Planeta formado, com as condições ideais, surgiu a vida de alguma forma ainda não conhecida. Portanto, devemos admitir que para que haja tempo para construção dos seres vivos, o universo terá que ter bilhões de anos, ou seja, terá que ter muito tempo.
Olhar para o firmamento e contemplar a abóbada com milhares de estrelas visíveis e milhões de outras imagináveis, deveria nos dar a dimensão exata de nossa pequenez; deveria nos fazer sentir o grão de poeira insignificante que somos; deveria lembrar que não somos os senhores ou controladores daquilo que vemos ou podemos imaginar; deveria nos ensinar que existe uma entidade, e somente uma, que define a existência ou não de tudo, o inescrutável tempo.
Tudo que vemos deveria inspirar não somente o exercício da humildade, mas nos obrigar a reverenciar a entidade dona absoluta do destino, o tempo. De fato, o tempo é a única entidade que permanecerá depois de nós, depois das coisas, depois do Universo, depois de tudo. Podemos deduzir que o tempo tudo construiu e a tudo suplantará, ele próprio é imune ao tempo.
A natureza é prova viva de quanto o tempo pode criar, de que ele tem um objetivo, no qual nos incluímos, somos uma criatura do tempo. Criador fecundo, o tempo assegura a existência de tudo até quando não houver mais tempo na existência dos seres e das coisas quando, então, a vida, as coisas e próprio Universo deixarão de existir, então restará apenas o vácuo absoluto e o tempo, depois, por algum processo ainda desconhecido... JAIR, Floripa, 23/06/10.

5 comentários:

Amélia Ribeiro disse...

Olá Jair...

Parabéns pelo texto!

É lindo!

Sem dúvida, quando a vida e próprio Universo deixarem de existir, restará apenas o vácuo absoluto e o tempo...

Jair, tens no meu blog uma entrada referente à amizade entre pessoas de diferentes países e, se quiseres, um selo referente à mesma, que foi criado pensando em alguém como tu, pois, ainda que não te conheça pessoalmente, considero-te meu amigo também.

Um beijo e boa semana.

Sergio disse...

Olá Jair,

Fiquei encantado com a profundidade do teu texto..., o tempo!
Além disso, estou feliz de poder passar pelo teu blog para dizer-te que tens no meu uma entrada referente à amizade entre pessoas de diferentes países e, se quiseres, um selo referente à mesma, que foi criado pensando em alguém como tu, pois, ainda que não te conheça pessoalmente, considero-te meu amigo também.

Cumprimentos,

Sergio

R. R. Barcellos disse...

- O Tempo é o somatório de todos os intervalos entre os acontecimentos no Universo. É como a música... para que exista, é preciso tocá-la. Da mesma forma, o Espaço é a totalidade das distâncias entre todos os corpos materiais. Não havendo corpos o Espaço se desvanece, e na ausência de acontecimentos o tempo igualmente não subsiste.
- Pretendo publicar algo sobre esse fascinante assunto após à Copa... até lá, meu tempo anda meio curto...

Leonel disse...

Vivemos num espaço tridimensional e temos a continuidade espaço-tempo, o que nos deixa perceber que fazemos parte de um universo de quatro dimensões, as três do espaço e mais a do tempo.
Podemos "deitar e rolar" sobre as dimensões inferiores, como o plano determinado por três pontos, com suas duas dimensões espaciais e mais a do tempo.
Que tal se imaginarmos que existem mais dimensões superiores e que há um carinha numa teórica quinta dimensão?
Ele poderia, por analogia, também ver tudo do nosso universo, congelado, segundo a segundo, quadro a quadro, desde o princípio ao fim do TEMPO.
Eu aposto que esse carinha existe! Alguém pode provar que não?
Abraço, Jair!

Adri disse...

Adorei este texto... Sera uma semente para futura reflexoes....