quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

A INQUISIÇÃO PROTESTANTE


A história da intolerância religiosa é farta em documentar e divulgar os horrores cometidos pela igreja católica durante a inquisição que vitimou mais de cem mil mulheres acusadas de bruxaria. Os historiadores geralmente se referem apenas à inquisição católica e nada falam sobre as atrocidades que ocorreram nos países protestantes. Ao contrário do que os círculos eruditos dizem, mas, especialmente a crença popular afirma, Lutero nunca foi exatamente um liberal, nunca teve como objetivo deixar que correntes religiosas outras fluíssem com liberdade para praticar o proselitismo, por exemplo. A atual doutrina luterana prega para seus fiéis que o protestantismo sempre foi liberal, sempre permitiu a livre expressão de vontade daqueles que seguiam outras religiões. Lutero, e sua Reforma, para todos os efeitos, é ainda considerado como tendo, em princípio, defendido a clemência; como tendo sido um defensor da liberdade religiosa de todos, quaisquer que tenham sido suas inclinações. Historicamente, contudo, nada é mais incorreto, a Reforma não foi um movimento em favor da liberdade intelectual. A verdade é exatamente o contrário. O núcleo duro do protestantismo reivindica para si a luta pela liberdade de consciência, entretanto, a história nos prova que onde eles eram predominantes, a liberdade religiosa era a primeira vítima, em seguida vinham as vítimas humanas propriamente. Conceder liberdade aos outros nunca lhes ocorreu enquanto eles eram o lado mais forte. A extinção completa da Igreja Católica e seus seguidores foi considerada pelos reformadores como algo totalmente natural e desejável. É quase uma regra considerar que apenas a inquisição católica praticou tortura. Contudo, a inquisição protestante diferia da católica apenas pela ausência de legislação que definisse as formas de se efetuar as perseguições, torturas e assassinatos; não havia um órgão central no comando, faltava, por assim dizer, “profissionalismo”; tudo parecia obra de amadores exaltados, parecia uma orquestra sem maestro onde cada um tocava seu instrumento ao seu talante. Nem por isso ela, a inquisição, foi menos tenebrosa e cruel; nem por isso foi menos perniciosa e desumana. Nem por isso foi menos abrangente no tempo e no espaço. Nem por isso ceifou menos vidas que a inquisição católica. Nas vilas e cidades conquistadas pelos fanáticos, os católicos eram normalmente afugentados, instados a abandonar todos seus pertences ou então deviam converter-se à nova fé, sob o risco de serem condenados a morte. Na Europa central, em especial na Alemanha, a perseguição a católicos e religiosos de outras denominações foi a marca registrada de uma religião tolerante na teoria, mas extremamente obtusa e radical na prática. As páginas que narram a ascensão da religião protestante foram escritas com sangue de seus êmulos. Por séculos, “caridosos” luteranos impuseram seus dogmas a outras pessoas, ou as empurraram ao patíbulo como segunda opção. Até no Brasil o fanatismo e a crueldade desses celerados deram as caras, aqui chegaram a bordo dos navios de Nassau. Calvinistas faziam parte das tripulações dos navios holandeses que chegaram para a invasão, e tudo indica que não se tratavam apenas catequistas piedosos e bem intencionados. Há relatos de massacres de sacerdotes e fiéis no norte do País em 1645, praticados pelos calvinistas radicais holandeses. Diante da história das Cruzadas e das Inquisições, torna-se quase compulsório inferir com toda propriedade que, na história da humanidade, em nome de Deus, já se matou mais gente que sob o nome de seu oposto. JAIR, Floripa, 27/01/10.

14 comentários:

R. R. Barcellos disse...

Sempre que a formação das novas gerações estiver subordinada aos interesses escusos dos grupos de poder, o "direito da força" suplantará a "força do direito".
Excelente resenha, Jair.

J. Carlos disse...

A ignorância e a violência nunca foram prerrogativas da igreja católica. A prova está ai nesse texto.

Leonel disse...

Qualquer radicalismo, religioso ou ideológico, leva à intolerância e às barbaridades, como os expurgos políticos e as inquisições religiosas.
Eu acho que cada um tem o direito de crer ou descrer no que achar melhor, desde que respeite também o direito dos outros que não pensam da mesma forma!
Pessoas que se apresentam como procuradores de um deus vingativo e repressor fazem coisas que parecem mais adequadas para representantes do próprio diabo!

Graça Pereira disse...

Ora aqui está um detalhe (bem grande) que eu ignorava. Pensava que a Inquisição teria sido apenas praticada pela Igraja Católica, quando afinal os protestantes a utilizaram também de um modo encapuçado e, provávelmente,escondendo a sua pele de lobo .Estamos sempre a aprender e aqui a informação nunca falta.
Um beijo
Bom fds
Graça

Anônimo disse...

parabens pelo seu artigo,pois muitos presisao abrir suas mentes e entender que nao so a igreja catolica praticou asses erros,pelo menos nos catolicos reconhecemos que erramos com a inquisiçao e os protestantes sao hipocritas ao negarem esses fatos que eles tem conhecimento.

Anônimo disse...

disse ao meu professor de teologia´que havia pesquisado sobre a inquisiçao protestante,e ele ficou furioso,sabe porque? ele e protestante!.

Anônimo disse...

graças a DEUS,ACEITEI O Senhor jesus como meu único salvador,em hípotese alguma se deve matar,quem praticar tal ato náo conhece a JESUS,COMO A BIBLIA DIZ TODOS PECARAM E O PECADO NAO É DE DEUS.TANTOS OS CATOLICOS COMO OS PROTESTANTES FORAM CONTRA O QUINTO MANDAMENTO, NAO MATARÁS.

johnny disse...

Obrigado pelas palavras...

Anônimo disse...

Quando comentamos sobre acontecimentos históricos e reais conforme a inquisição e não aceitamos a realidade, deveria-mos primeiro recorrer aos anais da história da veracidade dos fatos e questionar-mos: por que ate então a Igreja católica não publicou nenhum comentários oficial sobre o que você comentou no seu texto. Por que será que o ultimo Papa que lá esteve pediu desculpas pelas atrocidades cometidas pela Igreja no passado? Por que será que na minha cidade inúmeras bíblias protestante foram queimadas pelo padre que aqui esteve? O que explicar sobre a noite de São Bartalomeu onde milhares de huguenotes foram exterminados a mando da liderança cvatólica na frança em 1572? A igreja católica hoje não comete as atrocidade do passado Graças a Deus, mas que em nome de Deus e feito pelo homem milhares de pessoas foram torturadas até a morte, isso sim.

Anônimo disse...

falou tudo, o julgamento precipitado pela falta de informação nos condena a ignorância plena, a inquisição protestante foi uma realidade tanto quanto a da católica, e atrocidades não se medem o mal é o mal em qualquer lugar.

Anônimo disse...

Alex Beckman, gostaria de ver os fatos desta informação e qualquer fato isolado Não chega a quantidade de atrocidade com requinte de maldade com que os católicos chegaram, como exemplo a noite de são Bartolomeu e outros

ROBERTO disse...

A ignorância continua: Foi a família real francesa quem deu a ordem para o massacre na Noite de São Bartolomeu e não o Vaticano!
Só porque foi a noite de um santo e a família católica a culpa é dos católicos, do Vaticano!

Anônimo disse...

Enquanto houver o uso da força física, será impossível ver uma igreja santa.

Anônimo disse...

AOS EVANGELICOS QUE NAO QUEREM ACEITAR AKI ESTA UM SITE QUE UM PASTOR ADMITE A INQUISIÇAO PROTESTANTE:
http://www.palavradaverdade.com/print2.php?codigo=3800