O Haiti é um dos países mais pobres do Planeta, figura entre os que têm os piores índices de qualidade de vida, juntamente com alguns países africanos. Nasceu de uma rebelião dos escravos da colônia francesa situada na ilha de São Domingos, no final do século XVIII, como conseqüência da Revolução Francesa de 1789, a qual proclamou a emancipação dos escravos. Nessa rebelião destaca-se o líder negro Toussaint L'Ouverture, que, após derrotar tropas da França e Inglaterra, ganhou o domínio da colônia. Quando Bonaparte assumiu, mandou restaurar a escravidão e o envio da força expedicionária francesa comandada por Leclerc. L'Ouverture viria a ser derrotado, aprisionado e morto na guilhotina. Seus companheiros, os jacobinos negros, prosseguiram o combate e conquistaram, em 1804, a Independência definitiva, batizando o País com o nome nativo de Haiti. Da Independência até os dias atuais o país sempre viveu sob crises políticas e surtos de violência que o tornam um dos mais instáveis do mundo também.
O Haiti que é um país no qual 80% da população vive abaixo do nível da pobreza, deixou de ser um país que se autogoverna. O atual presidente, René Préval, é totalmente dependente da ajuda dos organismos internacionais que atuam tentando estabelecer bases econômicas e institucionais. Significativa é a presença de tropas de 11 nações, que tentam impor a lei e a ordem sob o comando da ONU. Os últimos presidentes que governaram como um estado de fato, e até hoje são a única referência que o mundo tem sobre esse país, foram os terríveis Papa Doc e seu filho o gordo Baby Doc. O médico François Duvalier que esteve no poder de 1957 a 1971 é a figura mais famosa de toda história do Haiti. Ditador sanguinário, sua marca registrada foi a criação de uma onipresente polícia especial, subordinada unicamente a ele, os “Tonton macoute”. Morto Papa Doc, assumiu seu filho Jean Claude, figura exótica, gordo, ocioso, certa indefinição sexual. Foi deposto em 1986, fugindo para a Riviera Francesa, onde vive como nababo até hoje.
Hoje, um general brasileiro comanda as tropas da Argentina, Uruguai, Sri Lanka, Brasil, Chile, Peru, Jordânia, Guatemala, Filipinas, Nepal e Equador, num total flutuante de 6.300 homens. Fora da área militar o Brasil tem experiência em campanhas de vacinação para população de difícil acesso, em lugares sem energia onde a conservação das vacinas é difícil. Outra contribuição nossa é o sistema de transferência de tecnologia de produção do caju. O caju é uma importante atividade econômica no norte do Haiti, mas a plantas são velhas e os métodos ultrapassados. O Brasil é grande exportador e estamos introduzindo técnicas modernas e variedades de caju tipo anão, que se tornam produtivos em um ano. O Brasil, junto com a Espanha vem também atuando no reflorestamento. O país é ecologicamente devastado onde não se vê duas árvores juntas. O uso indiscriminado do carvão vegetal como combustível doméstico contribuiu para a extinção das florestas. Nosso exército oferece também apoio médico e educacional para crianças na favela. Hoje, a posição do Brasil em relação ao Haiti, sustenta-se na premissa de que a cooperação técnica deve ser intensificada e vem insistindo junto a comunidade internacional para que isso aconteça, porque se não houver desenvolvimento o país pode voltar ao ponto de partida.
Agora, após esse terrível cataclismo, que provavelmente ceifou a vida de milhares de pessoas, e aproveitando a experiência das tropas brasileiras, se apresenta uma oportunidade de ouro para que as nações do mundo unam-se num movimento de solidariedade jamais visto, movimento que resgatará nossa tão alardeada compaixão pelo próximo. Às ajudas imediatas de comida, medicamentos e abrigos, se deveria seguir um plano mais sólido e duradouro de reestruturar, ou mesmo reconstruir a partir do zero, um arcabouço industrial, escolar, de saúde pública, saneamento, cursos profissionalizantes e segurança que permita ao país seguir com suas próprias pernas. Se a maioria dos países do Planeta, por mais pobres que sejam, movimentar-se nesse sentido será possível, pela primeira vez na história, mostrar que somos humanos e nos preocupamos com os da nossa espécie. Vamos salvar o Haiti e torná-lo um país autônomo economicamente, politicamente saudável e socialmente justo, essa é uma missão que todos nós devemos nos impor. Que salvar o Haiti seja a meta deste milênio. E tenhamos consciência que salvando aquele país estamos salvando a humanidade. JAIR, Floripa, 14/01/10.
O Haiti que é um país no qual 80% da população vive abaixo do nível da pobreza, deixou de ser um país que se autogoverna. O atual presidente, René Préval, é totalmente dependente da ajuda dos organismos internacionais que atuam tentando estabelecer bases econômicas e institucionais. Significativa é a presença de tropas de 11 nações, que tentam impor a lei e a ordem sob o comando da ONU. Os últimos presidentes que governaram como um estado de fato, e até hoje são a única referência que o mundo tem sobre esse país, foram os terríveis Papa Doc e seu filho o gordo Baby Doc. O médico François Duvalier que esteve no poder de 1957 a 1971 é a figura mais famosa de toda história do Haiti. Ditador sanguinário, sua marca registrada foi a criação de uma onipresente polícia especial, subordinada unicamente a ele, os “Tonton macoute”. Morto Papa Doc, assumiu seu filho Jean Claude, figura exótica, gordo, ocioso, certa indefinição sexual. Foi deposto em 1986, fugindo para a Riviera Francesa, onde vive como nababo até hoje.
Hoje, um general brasileiro comanda as tropas da Argentina, Uruguai, Sri Lanka, Brasil, Chile, Peru, Jordânia, Guatemala, Filipinas, Nepal e Equador, num total flutuante de 6.300 homens. Fora da área militar o Brasil tem experiência em campanhas de vacinação para população de difícil acesso, em lugares sem energia onde a conservação das vacinas é difícil. Outra contribuição nossa é o sistema de transferência de tecnologia de produção do caju. O caju é uma importante atividade econômica no norte do Haiti, mas a plantas são velhas e os métodos ultrapassados. O Brasil é grande exportador e estamos introduzindo técnicas modernas e variedades de caju tipo anão, que se tornam produtivos em um ano. O Brasil, junto com a Espanha vem também atuando no reflorestamento. O país é ecologicamente devastado onde não se vê duas árvores juntas. O uso indiscriminado do carvão vegetal como combustível doméstico contribuiu para a extinção das florestas. Nosso exército oferece também apoio médico e educacional para crianças na favela. Hoje, a posição do Brasil em relação ao Haiti, sustenta-se na premissa de que a cooperação técnica deve ser intensificada e vem insistindo junto a comunidade internacional para que isso aconteça, porque se não houver desenvolvimento o país pode voltar ao ponto de partida.
Agora, após esse terrível cataclismo, que provavelmente ceifou a vida de milhares de pessoas, e aproveitando a experiência das tropas brasileiras, se apresenta uma oportunidade de ouro para que as nações do mundo unam-se num movimento de solidariedade jamais visto, movimento que resgatará nossa tão alardeada compaixão pelo próximo. Às ajudas imediatas de comida, medicamentos e abrigos, se deveria seguir um plano mais sólido e duradouro de reestruturar, ou mesmo reconstruir a partir do zero, um arcabouço industrial, escolar, de saúde pública, saneamento, cursos profissionalizantes e segurança que permita ao país seguir com suas próprias pernas. Se a maioria dos países do Planeta, por mais pobres que sejam, movimentar-se nesse sentido será possível, pela primeira vez na história, mostrar que somos humanos e nos preocupamos com os da nossa espécie. Vamos salvar o Haiti e torná-lo um país autônomo economicamente, politicamente saudável e socialmente justo, essa é uma missão que todos nós devemos nos impor. Que salvar o Haiti seja a meta deste milênio. E tenhamos consciência que salvando aquele país estamos salvando a humanidade. JAIR, Floripa, 14/01/10.
11 comentários:
Além de ser um país miserável o Haiti, ainda sofre com os danos da natureza, chamados na filosofia, de "males naturais": terremotos, tufões, enchentes, sobre os quais o homem não influência, nem na ocorrência, nem na prevenção deles, portanto, o homem só pode chorar seus mortos e tentar recontruir sua vida...
Beijo
Marina
excelente reseña, critica y reflexión.
un abrazo
Infelizmente, assim como postei no meu outro blog sobre Agra. Eu volta a afirmar, a natureza é bela mas a sua fúria é triste.
Belo comentário sobre o assunto.
Quem mais sofre é o povo em um país miserável como o Haiti, que já vivem constantemente angustiados pela própria condição.
E agora só choram pelos os seus mortos sem esperança. Pois esta ajudas é para amenizar a fome, mas suas dores somente eles podem carregar.
Beijos.
Pai,
Olha só o quê a idiota, estúpida, quiçá malvada extrema direita cristã americana está dizendo(referindo-se às religiões africanas do Haiti):
"O Haiti fez um pacto com o Diabo e agora está recebendo o troco."
Sinopse perfeita, Jair.
Justo quando a tutela da ONU começa a produzir resultados, acontece essa tragédia. O futuro do Haiti ficou mais distante. Nem estrutura para receber e distribuir remédios, água e alimentos existe mais. É preciso recomeçar literalmente do zero. O resgate do país, após as ações emergenciais mais urgentes, passará necessariamente pelo trinômio educação-saúde-habitação.
Abraços.
Tal dúvida me surge....porque o Brasil que dá certo aparece pouco. O orçamento do governo do Haiti é de US$ 967 milhões por ano, o que representa 64% do orçamento do senado Brasileiro. Este sim e um Brasil com Z falta zelooooooooo
”Uma perda irreparável“
Zilda Arns Neumann nascida na cidade de Forquilhinha, Estado de Santa Catarina era médica pediatra e sanitarista, fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança e fundadora e coordenadora nacional da Pastoral da Pessoa Idosa. Estava no Haiti mais uma vez prestando solidariedade aos mais carentes, como fez em boa parte da vida. Ela morreu justamente na capital do Haiti.
Jair, no Haiti aconteceu coisa parecida com o que aconteceu ao fim da escravidão no Brasil: os negros saíram da senzala para as calçadas e favelas! Só que lá, os ex-senhores simplesmente saíram do país e deixaram tudo na mão dos ex-escravos.
A única solução que eu vejo para o Haiti talvez seja utópica. O país teria que ficar sob a tutela da ONU, financiada por um fundo internacional, que enviaria administradores para começar a civilizar o país, a começar pela educação de crianças e adultos, pois a população já está há várias gerações viciada na desordem e no desgoverno. Qualquer um que sobe ao poder pensa que é a sua vez de se locupletar com os escassos fundos da nação. O povo teria que ser civilizado e aprender a ser cidadão. Depois, as empreiteiras contratadas teriam que criar a infraestrutura inexistente hoje, como educação, saúde, transporte, energia e produção de alimentos e bens. Só isto já começaria a criar espaço para treinar e empregar mão-de-obra. Se não aparecesse nenhum caudilho populista de plantão querendo "libertar" o país, talvez daqui a uns 20 anos aquilo parecesse uma nação!
Jair, espero que compreenda que meu comentário anterior se referiu ao Haiti de uma maneira geral, antes mesmo da tragédia. O terremoto foi imprevisivel e inevitavel, como em qualquer parte do mundo. Porém a situação do país, mesmo antes, já era caótica e trágica!
E a falta de infraestrutura dificulta ainda mais o socorro às vítimas!
Um repórter disse, e eu concordo, que não é o caso de falar e "reconstrução", mas de "construção", pois muitas coisas essenciais mesmo antes do terremoto só existiam de forma precária! Outras nem existiam! O omisso presidente só se preocupa com a possibilidade de protestos populares pela sua falta de ação!
Por conta do comentário do filhão Augusto, faço um adendo ao meu: no trato com o povo haitiano é preciso respeitar e entender as crenças arraigadas da população. O Vodu tem sido demonizado por Hollywood em filmes de terror. Um estudo sociológico dessa crença seria indispensável em qualquer plano internacional para a recuperação do país.
Caro amigo Buscarino,
Estava eu aqui pensando com meus botões, escrevo ou meu comentario,pois as vezes me ponho um pouco polemico, e nem sempre entendido.Uma coisa que os gringos não entendem,é que são muitos os caminhos que levam a morada do senhor, escolhe um e vai com fé, que com certeza seras por ele recebido. Sou filho de Jorge, adepto do candoblé, que aqui no Brasil Grande do Sul, nos chamamos de Nação, e sou feliz por isto. Quanto ao sofrido povo do Haiti, o qual o molusco do planalto, tenta usar para se promover, este povo tem todas minhas orações e preces, e eu rogo ao Grande Arquiteto do Universo que a eles de dê paz e esperança. Mas... e o nossso Haiti, que aqui passa fome, sem cuidados médicos, será que este nosso Haiti não merece nossa solidariedade. O grupo hospitalar Conceição, que em uma inauguração de ala por sua senhoria o Molusco, foi por este classificado como a menina dos olhos do SUS,e hoje pessosa ficam horas até dias pelo chão da emergência, por falta de profissionas da saude, é pois é, este grupo esta mandando 100 profissionais para o Haiti.É querido amigo o Haiti é aqui.
Obrigado por permitir que eu use teu blog para meu desabafo.
Um beijo no teu coração. Salve Jorge.
Fábio
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