INFINDÁVEL CURIOSIDADE
Oito ou mais horas por dia, de sol a sol, trabalho bruto e cansativo que se repete todos os dias e todas as horas; semanas e meses consecutivos, sempre. Cavar buracos de certa dimensão que devem acolher corpos daqueles que, por algum motivo, deixaram esta atribulada existência terrena. Coveiro por necessidade, a morte lhe proporcionava os meios de vida. Os infindáveis desfiles de cadáveres que sumiam nas covas que cavava, não lhes eram indiferentes, faziam-no pensar, sentir-se curioso. Para onde iam? O que lhes esperava além? Seriam felizes? Estarão melhores lá, do que eu aqui? A curiosidade e o cansaço convenceram-no. Deitou-se na cavidade que acabara de criar e deixou-se cobrir de terra. JAIR, Floripa, 21/11/09.
3 comentários:
Macabro, fatídico e bizzaro! Muito bom!
Trágico como deve ser texto envolvendo coveiro...
Gosto muito de vir até aqui, encontro sempre informações preciosa.
Mas esse post está bizarro!!!
Abraços.
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