Na Austrália, grandes porções de seu imenso território são desérticas, o chamado Outback. Localizado na Austrália Central é caracterizado por extensas planícies, inclui o Grande Deserto de Gibson, o Grande Deserto de Areia, Grande Deserto de Vitória, Pequeno Deserto de Areia, Deserto Nullarbor Plain Painted, Deserto Pedirka, Deserto Simpsom, Deserto Strzelecki, Deserto Sturt's Stony, Deserto Tanami e Deserto Tirari, é deserto para nenhum tuaregue ou a habitante do Shael africano botar defeito. A maioria dos desertos se encontra no centro e noroeste do país. O tamanho dos desertos combinados chega a 1371000 quilômetros quadrados e ocupam quase 2/3 do continente. Em grande parte dessa região, especialmente na seca porção ocidental, os únicos humanos habitantes da área são aborígines Australianos, muitos dos quais têm tido muito pouco contato com o mundo exterior. Nas regiões mais áridas prevalece uma flora espinhosa conhecida como "scrub". Porém, na região do oeste existem mais de 6.000 variedades de flores, que desabrocham entre os meses de setembro e novembro. A fauna se caracteriza pela existência de dingos, cães selvagens australianos que sobrevivem da caça; dromedários que foram trazidos do Afganistão quando da colonização e se adaptaram à região tornando-se praticamente nativos; algumas espécies de cangurus não muito exigentes quanto à alimentação e água; uma variedade enorme de lagartos e cobras; e, o mais curioso, uma espécie de sapo vive numa zona onde chove apenas uma vez em cada sete anos e tem a capacidade de absorver muita água que mantém em reserva, através de produção de queratina, substância que existe nas unhas e cabelos. A produção de queratina produz uma espécie de embalagem natural, que permite ao sapo conservar a reserva de água durante muitos anos até que chova de novo. Próximo a Alice Springs, bem no meio do continente, - e do Outback por consequência - localiza-se a famosa formação rochosa conhecida como Ayers Rock, ou Uluru, que tem 346 metros de altura e atrai turistas do mundo inteiro. O Uluru é um monólito de arenito vermelho que lhe dá aquela cor característica, aliás, cor predominante em todos os desertos devido à areia vermelha que forma os solos antigos.
Também curiosa é a cidade subterrânea Coober Pedy que é hoje uma das mais diferentes cidades da Austrália. Sua população de 3.500 habitantes é formada por mais de 45 nacionalidades diversas. O estilo de vida calmo e simpático da cidade a tornou um local de tolerância e diversidade cultural. Coober Pedy é mais conhecida por suas habitações. Há várias acomodações subterrâneas que protegem do duro clima de fora (mas há também casas acima do solo, para quem preferir). O visitante pode conhecer as autênticas casas subterrâneas, assim como os museus, lojas de opala, capelas e igrejas e claro, as minas de opala! Pois é, tirante essa imensa região desértica onde predominam espécies curiosas de flora e fauna, e onde a Inglaterra explodiu três bombas atômicas na década de cinquenta, a Austrália é um país desenvolvido, com um povo multi-étnico trabalhador, com ótima distribuição de renda, sem desemprego, com alguns problemas raciais mal resolvidos com os aborígines, mas muito ativo, atrativo e bonito. A maior parte (95%) de sua população de 24 milhões de habitantes concentra-se nas bordas do continente, no litoral, onde a agricultura produz não só para consumo interno, como também para exportação. Indústrias de máquinas pesadas, naval e exploração de minas de carvão, ferro, ouro e diamantes também se situam no litoral. Acontece que o litoral australiano, seja no leste no lado do Pacífico, ou no oeste no oceano Índico, no norte ou no sul, é um mundo diferente do Outback, os habitantes do litoral têm água em abundância, têm florestas tropicais, clima temperado, frio e até neve nos picos mais altos e vidas urbanas sem qualquer aparência bizarra ou conduta exótica. Esta semana, esse mundo “normal” tornou-se uma estranha mistura de clima marciano e ambiente de ficção científica. Ventos de mais de cem quilômetros por hora oriundos do Outback, carregando milhões de toneladas de poeira vermelha dos desertos, invadiram as cidade de Sydney e outras no litoral de Nova Gales do Sul deixando-as com aparência, no mínimo, inusitada, para não dizer esquisita. E para quem consegue ver poesia em crepúsculos e arrebóis, o céu mais maravilhoso depois das auroras boreais e austrais. O ar que envolve as cidades tornou-se vermelho e opaco, as luzes das ruas tiveram que ser acesas de dia e os aeroportos foram fechados, ninguém ficou alheio ou imune à poeira. Há que lembrar que tal fenômeno NUNCA havia acontecido antes, sendo que há setenta anos houve um caso parecido mas de proporções sensivelmente menores. Quando se dá pouca importância aos alertas de aquecimento global e suas consequências; quando os países como China e Estados Unidos, maiores poluidores do Planeta, não se preocupam em diminuir suas emissões de carbono; quando a humanidade continua consumindo níveis elevadíssimos de energia em nome de um tal desenvolvimento que atinge apenas os países já desenvolvidos, parece que a natureza dá o aviso: “vejam o que sou capaz de fazer se vocês, humanos gananciosos e insensíveis, não se conscientizarem dos problemas que estão criando”. Enchentes brutais, secas duradouras, frios intensos, calor em excesso, chuva ácida, neve em época e local errados e ventos secos carregados de poeira deletéria, estão aí para provar que o clima do Planeta está reagindo à incúria do bicho homem que não cuida da casa onde vive; que não se preocupa com a conservação de seu próprio lar; que não olha com responsabilidade de ser pensante e racional para o futuro da sua espécie e dos demais seres que aqui vivem. A resposta da natureza à negligência humana é o Sinal dos Tempos, é o aviso urgente que seremos vítimas de nossa própria incapacidade de gerir os recursos que ela põe à nossa disposição. JAIR, Floripa, 23/09/09.
Também curiosa é a cidade subterrânea Coober Pedy que é hoje uma das mais diferentes cidades da Austrália. Sua população de 3.500 habitantes é formada por mais de 45 nacionalidades diversas. O estilo de vida calmo e simpático da cidade a tornou um local de tolerância e diversidade cultural. Coober Pedy é mais conhecida por suas habitações. Há várias acomodações subterrâneas que protegem do duro clima de fora (mas há também casas acima do solo, para quem preferir). O visitante pode conhecer as autênticas casas subterrâneas, assim como os museus, lojas de opala, capelas e igrejas e claro, as minas de opala! Pois é, tirante essa imensa região desértica onde predominam espécies curiosas de flora e fauna, e onde a Inglaterra explodiu três bombas atômicas na década de cinquenta, a Austrália é um país desenvolvido, com um povo multi-étnico trabalhador, com ótima distribuição de renda, sem desemprego, com alguns problemas raciais mal resolvidos com os aborígines, mas muito ativo, atrativo e bonito. A maior parte (95%) de sua população de 24 milhões de habitantes concentra-se nas bordas do continente, no litoral, onde a agricultura produz não só para consumo interno, como também para exportação. Indústrias de máquinas pesadas, naval e exploração de minas de carvão, ferro, ouro e diamantes também se situam no litoral. Acontece que o litoral australiano, seja no leste no lado do Pacífico, ou no oeste no oceano Índico, no norte ou no sul, é um mundo diferente do Outback, os habitantes do litoral têm água em abundância, têm florestas tropicais, clima temperado, frio e até neve nos picos mais altos e vidas urbanas sem qualquer aparência bizarra ou conduta exótica. Esta semana, esse mundo “normal” tornou-se uma estranha mistura de clima marciano e ambiente de ficção científica. Ventos de mais de cem quilômetros por hora oriundos do Outback, carregando milhões de toneladas de poeira vermelha dos desertos, invadiram as cidade de Sydney e outras no litoral de Nova Gales do Sul deixando-as com aparência, no mínimo, inusitada, para não dizer esquisita. E para quem consegue ver poesia em crepúsculos e arrebóis, o céu mais maravilhoso depois das auroras boreais e austrais. O ar que envolve as cidades tornou-se vermelho e opaco, as luzes das ruas tiveram que ser acesas de dia e os aeroportos foram fechados, ninguém ficou alheio ou imune à poeira. Há que lembrar que tal fenômeno NUNCA havia acontecido antes, sendo que há setenta anos houve um caso parecido mas de proporções sensivelmente menores. Quando se dá pouca importância aos alertas de aquecimento global e suas consequências; quando os países como China e Estados Unidos, maiores poluidores do Planeta, não se preocupam em diminuir suas emissões de carbono; quando a humanidade continua consumindo níveis elevadíssimos de energia em nome de um tal desenvolvimento que atinge apenas os países já desenvolvidos, parece que a natureza dá o aviso: “vejam o que sou capaz de fazer se vocês, humanos gananciosos e insensíveis, não se conscientizarem dos problemas que estão criando”. Enchentes brutais, secas duradouras, frios intensos, calor em excesso, chuva ácida, neve em época e local errados e ventos secos carregados de poeira deletéria, estão aí para provar que o clima do Planeta está reagindo à incúria do bicho homem que não cuida da casa onde vive; que não se preocupa com a conservação de seu próprio lar; que não olha com responsabilidade de ser pensante e racional para o futuro da sua espécie e dos demais seres que aqui vivem. A resposta da natureza à negligência humana é o Sinal dos Tempos, é o aviso urgente que seremos vítimas de nossa própria incapacidade de gerir os recursos que ela põe à nossa disposição. JAIR, Floripa, 23/09/09.
8 comentários:
Interessante análise. Lembremos porém que há quem defenda que estes fenômenos da natureza são de fato naturais, isto é, acontecem independentes da atuação do homem.
Certos ciclos do meio-ambiente não respeitam ciclos anuais. Quem garante que esta tempestade não acontece de 300 em 300 anos?
Claro que catástrofes da natureza podem ser cíclicas, e podemos não ter nada a ver com suas ocorrências e nem termos meios de minimizar seus efeitos. Contudo, como é patente nosso desapreço pela preservação do meio ambiente, todo alerta que se faça no sentido de fazer o homem prestar atenção, é válido. Lembro de Al Gore e seu programa "UMA VERDADE INCONVENIENTE", o qual foi menosprezado pelo presidente Bush com argumento que o aquecimento global fazia parte do ciclo normal da natureza e não devíamos dedicar maiores preocupações com ele. Tendo em conta o matiz ideológico de Bush (direita radical) e o de Al Gore (liberal de esquerda), fico com o alerta.
A natureza é pródiga, mas também sabe ser cruel quando tratada com descaso. O que será preciso acontecer para que o homem se dê conta disso?
Um abraço.
Parece que a natureza esta "sentindo" a destruicao que o homem esta fazendo... O poder e efeitos da natureza sao bem maiores que a existencia humana.... Concordo quando voce disse que a natureza esta dando um "aviso".... E acredito que no final, a natureza vencera...
Infelizmente o homem constrói destruindo.
Abraços
OI Jair
Seus textos são sempre muito interessantes
Recebi um selo no meu blog de uma amiga querida e repasso ao seu com muito carinho
Um grande abraço
Julimar
Fascinante este "continente" australiano ! Parece mais um outro planeta. As únicas coisas familiares são as que vieram de outros continentes. Tudo o que é nativo é insólito, como os animais e até os próprios aborígenes. Um sapo que vive sem banhados? Só mesmo lá!
Quanto ao às alterações do clima mundial, sejam elas cíclicas ou consequência das nossas ações, como parece ser, de qualquer forma acho que temos que tentar minimizar oa seus efeitos e não contribuir para o seu incremento, pois as coisas estão ficando estranhas!
Ninguém havia visto um tornado em SC e agora parece que já houve dois ! Em menos de um mês !
Já dá para ficar preocupado !
Caro Jair,
Eu, particularmente, já tentei o que você diz ter conseguido "controlar a raiva."
Sei que não sou mais filho de Deus do que você, mas o fato de ser, também, a imegem Dele(Gênesis,?,?), vejo com naturalidade uma ou outra RAIVA/IRA, desde que sob controle ABSOLUTO!
Abraços e
obrigado pela visita.
Por falar em OUTBACK, aqui em Brasília tem um restaurante/bar com esse nove onde servem prato típicos da austrália. Uma delícia, inclusivo o chopp mais gelado do Brasil, varonil!
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