terça-feira, 15 de setembro de 2009

O PLANETA


O planeta Terra é um organismo vivo. Suas crostas, suas entranhas, seus oceanos, bem como sua atmosfera estão sempre em movimento, se renovando e se comportando com todas as características de um ente pulsante de vida. As rochas terrestres não constituem massas estáticas. Elas fazem parte de um planeta cheio de dinâmica (variações de temperatura e pressão, abalos sísmicos e movimentos tectônicos). Da mesma forma, as atividades de processos biológicos e atmosféricos causam constantes alterações sobre as massas continentais. Montanhas e rochas crescem e depois desaparecem; mares, lagos e rios surgem para secarem ao longo das eras; desertos, vales, planícies aparecem e somem da paisagem; florestas, ilhas e geleiras surgem para morrerem quase sem deixar rastros. E a existência do ser humano, calculada em menos de um século, não consegue abarcar esses fenômenos telúricos na sua totalidade porque o tempo que os impele e faculta é extremamente longo comparado ao nosso ciclo vital. Ainda que cheguemos a ver rios desaparecendo, lagos secando ou desertos surgindo, o desaparecimento natural de uma montanha, por exemplo, é algo inusitado que não nos é dado observar na nossa curta existência. Conquanto não seja um fenômeno observável, as montanhas surgem e desaparecem no Planeta, porém, o tempo deve ser contado em eras geológicas, e não em anos como estamos acostumados no dia-a-dia. Há indícios que os Andes ainda estão em crescimento, por estranho que possa parecer. Então, os Andes com suas imensas montanhas não passam de um adolescente em fase de desenvolvimento, apesar de seus cinco milhões de anos. A crosta terrestre é a camada externa sólida do planeta, sendo dividida em crosta continental e crosta oceânica, ambas sujeitas ao movimento da placas tectônicas que moldam, modificam, desfazem e constroem seus perfis e formas ao longo de milhões de anos. Na verdade, existem apenas três espécies de rochas na Terra: Rochas Ígneas - São aquelas resultantes da solidificação do magma (material ígneo que está no interior do globo terrestre, e que é expelido pelos vulcões). Quando a consolidação do magma ocorre abaixo da superfície formam-se rochas ígneas. O granito é um exemplo de rocha ígnea; Rochas Sedimentares - Resultam da deposição de detritos de outras rochas (magmáticas ou metamórficas), ou do acúmulo de detritos orgânicos ou ainda, da precipitação química, geralmente em planos baixos, rios, lagos ou vales. Arenito, calcário e ardósia constituem exemplos clássicos dessas rochas; Rochas Metamórficas - Resultam da transformação de outras rochas preexistentes, agora, sob novas condições de temperatura e pressão. Tal transformação acontece pelo aumento da temperatura e ainda ocasiona a elevação da pressão e o aumento de deslocamentos, o que resulta na fragmentação da rocha original. Exemplos: mármore e gnaisse. A superfície da Terra é formada tanto por processos geológicos que formam as rochas, como por processos naturais da degradação e também de erosão. Uma vez que a rocha é quebrada por causa da degradação, os pequenos pedaços podem ser movidos pela água, gelo, vento, ou gravidade. Tudo o que acontece para fazer com que as rochas sejam transportadas chama-se erosão. A superfície do solo, não castigado, é naturalmente coberta por uma camada de terra rica em nutrientes inorgânicos e materiais orgânicos, resultantes da morte de organismos vegetais e animais, que permitem o crescimento da vegetação, daí surgem as florestas; se essa camada é retirada, esses materiais desaparecem e o solo perde a propriedade de fazer crescer vegetação e pode-se dizer que, no caso, o terreno ficou árido, o que pode levar a uma desertificação. As águas da chuva quando arrastam o solo, quer ele seja rico em nutrientes e materiais orgânicos, quer ele seja árido, provocam o enchimento dos leitos dos rios e lagos com esses materiais e esse fenômeno de enchimento chama-se assoreamento. O arrastamento do solo causa no terreno a erosão, também chamada voçoroca. O TEMPO, há quatro bilhões de anos, atua no planeta modificando-o de todas as formas, renovando suas terras e águas, mexendo na atmosfera, formando camadas de gelo depois derretendo, transformando a Terra de jovem quente e estéril em matrona viçosa, agitada e cheia de vida. Lembrando que o Planeta é um organismo delicado que não admite grandes choques e traumas violentos, nas ocasiões que foi abalado por variações climáticas acentuadas ou atingido por asteróides, resultou na quase total extinção da vida então existente. Toda essa movimentação para cima, para baixo, para os lados, constitui a pulsação de vida da Terra. É a manifestação imanente de que ela é um organismo ativo sob todos os aspectos, e que, se não atentarmos para os cuidados que devemos a ela, poderá, um dia, sofrer colapso estrutural ecológico de forma a não mais suportar vida de qualquer natureza. E, se isto acontecer, seremos os primeiros a sentir na carne os efeitos desse falecimento, sem apelação, pereceremos todos, faremos parte daqueles organismos que um dia vicejaram na superfície do Planeta e foram extintos para sempre. JAIR, Floripa, 13/09/09.

2 comentários:

Julimar Murat disse...

Oi Jair

Segundo a Ressonância Schumann o coração da terra disparou. Ocorre que a partir dos anos 80 e de forma mais acentuada a partir dos anos 90 a frequencia passou de 7,83 para 11 e para 13 hertz.
Coincidentemente desequilibrios ecológicos se fizeram sentir: pertubações climáticas, maior atividade dos vulcões, conflitos no mundo e aumento geral de comportamentos desviantes das pessoas.Gaia, esse superorganismo que é a Mãe Terra, deverá estar buscando formas de voltar ao seu equilibrio natural. E vai consegui-lo, não sabemos a que preço a ser pago pela biosfera e pelos seres humanos.

Um grande abraço
Julimar

Anônimo disse...

Grande Jair! Fazia um tempão que eu não lia algo do tipo, um resumão, muito bem escrito por sinal, dos livros de biologia que infeizmente há tempos eu não leio. Me informei muito com esse post, por isso gostei bastante. Aliás, achei muito válido o "puxão de orelha" que você deu no fim do texto, atentando para o dever do ser humano de cuidar melhor do planeta em que vivemos!

Grande abraço!