quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

ADRIANO (24/01/76 a 10/07/138)


Públio Élio Trajano Adriano mais conhecido apenas como Adriano, foi imperador romano de 117 a 138. Pertenceu à dinastia dos Antoninos, sendo considerado um dos chamados "cinco bons imperadores". Nascido em Itálica na atual Espanha, Adriano era descendente de colonos romanos domiciliados no Sul da Espanha e primo de Trajano, tendo sido nomeado por este para uma série de dignidades públicas que o fizeram tornar-se herdeiro presuntivo deste imperador. À época das guerras contra os partas, durante o reinado de Trajano, era governador da Síria.O imperador Adriano era um dos mais poderosos do antigo império romano. Conquistou várias nações, uma após a outra, sem derrotas. Não admira que seu orgulho tenha se inflado com tanto poder. Todos se ajoelhavam caindo a seus pés; dos humildes aos mais poderosos. Seu menor capricho era imediatamente atendido por aqueles que se encontravam ao seu redor. Hábil administrador, durante o seu reinado, foi um viajante incansável. Percorreu todo o império para examinar de perto as províncias e as reformas que necessitavam. Amante das letras e das artes, implementou uma profunda reforma na administração e em 131 editou um código de leis para ser aplicado em todo o império, uma compilação judicial que regeu o império até ao tempo de Justiniano. Abandonou as campanhas de Trajano na Mesopotâmia e adotou uma política defensiva, fortificando as fronteiras do Império Romano. Na Inglaterra mandou construir em 122 o Muro de Adriano, que marcou durante séculos a fronteira entre a Inglaterra e a Escócia para a defender dos povos do norte. Inspirado na cultura grega, embelezou Roma e o império com monumentos, mandou construir a Vila de Adriano, a ponte de Sant’Ângelo, o castelo do mesmo nome (que é o seu mausoléu). Ocupada a Bretanha (no século I d.C.), logo sentiram os Romanos a parada dura que representavam os habitantes do norte da ilha. Na sua política de consolidação e defesa das fronteiras, o Imperador Adriano visitou a ilha em 122 e mandou construir o tal muro fortificado - na verdade uma formidável muralha - desde Solway Firth até ao estuário do rio Tyne, para defender a Bretanha Romanizada. Com 120 km de comprimento, esta enorme obra foi concluída em 126 pelos próprios soldados, que construíam e combatiam simultaneamente. Originalmente era de madeira e terra, só se tornando de pedra mais tarde. Cada "centúria" era obrigada a construir a sua parte do muro. Este tem uma fundação de terra ladeada por um fosso de 4 m de profundidade. Sobre a terra, levantaram, assim, um muro em pedra, maciço, com cerca de 5 m de altura e 2,5 m de largura. Sobre ele seguia uma estrada militar, no sentido de facilitar as comunicações e os transportes, e 80 castelos com pequenas torres e fortins, onde se encontravam sentinelas. Ao longo do muro erguiam-se 17 fortalezas o que completava o sistema de fortificação fronteiriça do norte da Britannia. Imponente como era, a muralha ainda deixou para a posteridade uma curiosidade prática: A distância entre as rodas deixados pelos sulcos dos carros romanos na entrada do forte em Housesteads no muro de Adriano, serviram dois mil anos depois, de bitola-padrão, para as estradas-de-ferro britânicas. Adriano morreu em 138, em Roma. Seu corpo foi depositado num mausoléu, que veio a ser o castelo de Santo Ângelo, em Roma. Tão extraordinária foi a obra desse imperador que deu azo a criação do romance, MEMÓRIAS DE ADRIANO, de Marguerite Yourcenar, o qual recria a vida e a obra desse administrador e lhe dá uma alma, um lado humano que transcende o tempo e a história. O livro foca Adriano que, pouco antes de morrer, decide escrever uma longa carta-testamento ao jovem Marco Aurélio, o futuro imperador-filósofo. Nela Adriano passa em revista os principais episódios de sua marcante existência: a relação de afeto com a mulher de Trajano, Plotina; as campanhas militares em diversas regiões da Europa; as viagens à Ásia Menor; a paixão pela caça; as discussões filosóficas com os principais pensadores do seu tempo; as relações com Trajano, seu antecessor; e o casamento com Sabina. JAIR, Floripa 25/12/09.

3 comentários:

Leonel disse...

É, o homem fez bem mais do que jogador de futebol do mesmo nome, que os flamenguistas chamam "o imperador" (da cachaça, deve ser)!

JAIRCLOPES disse...

Ao publicar esta minúscula biografia, minha intenção é apenas homenagear meu filho homônimo.

J. Carlos disse...

Esse carinha era fera! Pobre dos demais humanos que carregam esse nome, jamais vão fazer sombra a ele.