No post “SOBRE O TEMPO”, no qual cogitava não haver provas da existência ou da possibilidade de viagem temporal, elaborei as seguintes perguntas: “Vejamos, portanto: se existe possibilidade dessa viagem, é razoável supor que num futuro distante, digamos daqui a mil anos, o homem já tenha alcançado um grau tecnológico tal que viagens temporais sejam rotineiras, não é mesmo? Se assim é, por que não temos recebido visitas regulares deles no presente?” Pois é, perguntas aparentemente irrespondíveis, por enquanto. Só aparentemente, porque, na verdade, é fácil entender as razões de não termos recebido “visitantes” do futuro, se estes existirem. Considerando que nosso planeta existe há aproximadamente 4,6 bilhões de anos; a vida surgiu em torno de 3,7 bilhões de anos atrás; o Homem evoluiu a menos de quatro milhões de anos; e nós, a civilização atual com grau de entendimento capaz de fazer as ditas perguntas, estamos aqui apenas uma parcela mínima desse tempo, seria extremamente egoísta e fantasioso de nossa parte supor que homens do futuro, digamos daqui a mil anos, estejam interessados, justamente, neste pedaço do tempo, nesta pequena fração temporal na qual vivemos, neste interregno onde nada de excepcional acontece sem que seja amplamente gravado e registrado para a posteridade, porquanto nossa civilização é ávida em expor suas conquistas, êxitos e até reveses e derrotas através de todas as mídias de que dispõe. É mais fácil explicar essa ausência com outras perguntas: Por que, existindo milhões de anos possivelmente mais interessantes, mais cheios de acontecimentos, mais impressivos, mais significativos historicamente, que estimularam mais o imaginário dos humanos, que influíram mais no curso da história, que deixaram marcas mais profundas e sugestivas na evolução da sociedade, os homens do futuro estariam interessados exatamente na nossa quadra do tempo? Por que não deveriam procurar saber sobre como e onde surgiu a vida, por exemplo? Ou ver o desaparecimento dos dinossauros? Ou o nascimento dos continentes a partir de Gondwana? Ou, não seria mais interessante ver o aparecimento do homo sapiens? Ou o desenvolvimento das eras do gelo? Ou ainda, se baleias não mais existirem no futuro, pesquisar o porquê e quando da sua extinção? Dentro desse raciocínio é possível entender porque não estamos sendo visitados, mesmo supondo que a humanidade daqui a um milênio esteja se deslocando no tempo. Somos muito insignificantes historicamente, ocupamos uma diminuta fração de tempo e deixamos um espólio totalmente aberto a quem queira nos estudar para sermos objeto de curiosidade científica por seres humanos de outra época. Se colocarmos o capuz da humildade veremos que não há nada de estranho no fato de não termos detectado os homens do futuro por aqui, eles devem estar ocupados estudando outras épocas e outros acontecimentos melhores e mais elucidativos, que servem de maneira mais objetiva para compreensão do que eles desejam saber a respeito do passado. JAIR, Floripa 18/02/09.
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
Ótimo post! Vale acrescentar que a história da humanidade que conhecemos, a história pós invenção da escrita é um tempo documentado (se é bem ou mal documentado é outro discussão). Para o homem do futuro viajante do tempo portanto teria muito mais sentido voltar a um tempo qualquer antes da história documentada.
Deste post surgem milhares de perguntas, e muitas horas de discursao e reflexao.... Caso o "homem do futuro" tenham nos visitado, teriam eles se identificado?
E pensar que o homem mais rico do mundo hoje, que tem acesso a companhia mais avancada a respeito de technologia.... O Bill Gates, "achou" o programa DOS por acaso num verao de 1980...
Se alguem, algum dia consiga criar uma technologia que consiga interagir com o passado/futuro, esta pessoa teria que ter poder, teria muito dinheiro para fundar tal projeto, e teria acesso a technologia muito avancada...
Sendo uma pessoa talvez ate mesmo egoista, para que ninguem "corte a grama dele", e para que mais ninguem tenha acesso ao passado.... as ter destruido apos seu primeiro uso....
Seja esta uma semente para o pensamento....
Postar um comentário