“Homens são de Marte, mulheres são de Vênus”, livro que pretende colocar homens e mulheres em campos opostos, é apenas um dos títulos a disposição do público que enfatiza a diferença de gêneros entre humanos. Para sermos politicamente corretos devemos considerar homens e mulheres iguais então? Nem pensar! O mundo está repleto de homens afetuosos e românticos (Vênus) e de mulheres agressivas (Marte) mas, no que toca a inteligência, não há qualquer diferença entre os gêneros. É claro que existem diferenças biológicas bem acentuadas entre homens e mulheres, por exemplo: os hormônios influenciam diferentes partes cerebrais de modo que o hormônio masculino (testosterona) e o feminino (estrogênio) atuam nos cérebros dos bebês em formação e também nos adultos. Daí, o formato dos cérebros de mulheres e homens diferirem em consequência desse “tratamento” hormonal diferenciado, embora as diferenças sejam só observáveis por cientistas treinados. O cérebro feminino apresenta maior número de conexões, enquanto o masculino é ligeiramente maior.
Considerando as diferenças de formato não é de se estranhar que os comportamentos difiram também. Contudo, a maioria das diferenças é cultural, instituída pela sociedade. Existe uma sociedade no Laos na qual a família escolhe um dos meninos para ser criado como menina. A ele é dado tratamento como se menina fosse; desde o berço até a adolescência suas roupas, preocupações, gestual e atividades são escolhidas de forma que se torne uma menina de direito, embora seu aparelhamento genético desminta esse gênero, ou seja, são meninos de facto. A esses meninos escolhidos é permitido somente frequentar classes de aula de garotas e até banheiros femininos. Como a sociedade na qual vivem não discrimina esses meninos-meninas, eles se sentem bem confortáveis, e não abdicam de sua “feminilidade” adquirida mesmo depois de adultos e conscientes de que foram obrigados a assumir aquela identidade. Consta que a porcentagem de homossexuais entre eles é a mesma que entre a população de homens “normais”, ou seja, de homens que foram criados como tal.
Como costumamos dizer, nossa sociedade é machista e, desse modo, as instituições foram criadas, na sua maioria, valorizando o trabalho e as atividades masculinas em detrimento das mulheres. Nas religiões, sejam cristãs ou não, as funções de guias (pastores, rabinos, mulás, padres etc) são masculinas, e não há qualquer indicação que isso tende a mudar em médio prazo. Até a década de setenta alimentava-se, nos EUA, a crença que mulheres eram menos dotadas musicalmente, dizia-se que elas não podiam tocar músicas clássicas nas orquestras. Dessa forma, as melhores orquestras eram essencialmente masculinas. No rastro do movimento feminista surgiu pressão para que os maestros e diretores de orquestra passassem a fazer testes com os candidatos músicos ocultos por biombos, para que pudessem ser ouvidos, mas não identificados. Resultado: vinte anos depois as grandes orquestras americanas têm um número igual de mulheres e homens nos seus plantéis, e nem por isso a qualidade de seus concertos caiu. Na Europa, como não existe esse teste cego, mais de oitenta por cento dos músicos das orquestras são homens, e muitos músicos continuam acreditando que as mulheres não tocam tão bem quanto os varões.
Existe o mito que homens são melhores que as mulheres em matemática, visto que é maior o número de homens que têm excelente desempenho em testes. Mas é verdade também que o número de homens com desempenho muito ruim é maior, ou seja, se quisermos dizer que os homens são melhores, temos que admitir que também são piores. Empatou, certo? A diferença crucial entre os gêneros é o que o desempenho dos homens é mais variado que o das mulheres.
Por último gostaria de dizer, homens e mulheres são iguais em direitos, deveres e inteligência e, fundamentalmente diferentes naquilo que interessa para a perpetuação da espécie: sexo. Já imaginou se mulheres fossem indistinguíveis de homens na aparência? Quem gostaria de fazer sexo com um “aparentemente” homem? Só homossexuais talvez, mas daí a continuidade da raça humana estaria garantida? Viva a diferença! JAIR, Floripa, 07/01/12.
Considerando as diferenças de formato não é de se estranhar que os comportamentos difiram também. Contudo, a maioria das diferenças é cultural, instituída pela sociedade. Existe uma sociedade no Laos na qual a família escolhe um dos meninos para ser criado como menina. A ele é dado tratamento como se menina fosse; desde o berço até a adolescência suas roupas, preocupações, gestual e atividades são escolhidas de forma que se torne uma menina de direito, embora seu aparelhamento genético desminta esse gênero, ou seja, são meninos de facto. A esses meninos escolhidos é permitido somente frequentar classes de aula de garotas e até banheiros femininos. Como a sociedade na qual vivem não discrimina esses meninos-meninas, eles se sentem bem confortáveis, e não abdicam de sua “feminilidade” adquirida mesmo depois de adultos e conscientes de que foram obrigados a assumir aquela identidade. Consta que a porcentagem de homossexuais entre eles é a mesma que entre a população de homens “normais”, ou seja, de homens que foram criados como tal.
Como costumamos dizer, nossa sociedade é machista e, desse modo, as instituições foram criadas, na sua maioria, valorizando o trabalho e as atividades masculinas em detrimento das mulheres. Nas religiões, sejam cristãs ou não, as funções de guias (pastores, rabinos, mulás, padres etc) são masculinas, e não há qualquer indicação que isso tende a mudar em médio prazo. Até a década de setenta alimentava-se, nos EUA, a crença que mulheres eram menos dotadas musicalmente, dizia-se que elas não podiam tocar músicas clássicas nas orquestras. Dessa forma, as melhores orquestras eram essencialmente masculinas. No rastro do movimento feminista surgiu pressão para que os maestros e diretores de orquestra passassem a fazer testes com os candidatos músicos ocultos por biombos, para que pudessem ser ouvidos, mas não identificados. Resultado: vinte anos depois as grandes orquestras americanas têm um número igual de mulheres e homens nos seus plantéis, e nem por isso a qualidade de seus concertos caiu. Na Europa, como não existe esse teste cego, mais de oitenta por cento dos músicos das orquestras são homens, e muitos músicos continuam acreditando que as mulheres não tocam tão bem quanto os varões.
Existe o mito que homens são melhores que as mulheres em matemática, visto que é maior o número de homens que têm excelente desempenho em testes. Mas é verdade também que o número de homens com desempenho muito ruim é maior, ou seja, se quisermos dizer que os homens são melhores, temos que admitir que também são piores. Empatou, certo? A diferença crucial entre os gêneros é o que o desempenho dos homens é mais variado que o das mulheres.
Por último gostaria de dizer, homens e mulheres são iguais em direitos, deveres e inteligência e, fundamentalmente diferentes naquilo que interessa para a perpetuação da espécie: sexo. Já imaginou se mulheres fossem indistinguíveis de homens na aparência? Quem gostaria de fazer sexo com um “aparentemente” homem? Só homossexuais talvez, mas daí a continuidade da raça humana estaria garantida? Viva a diferença! JAIR, Floripa, 07/01/12.
13 comentários:
Jair:
Desde a mais remota antiguidade, a sociedade tem duas espécies que se reproduzem. E há muito, também, para dizer desde sempre, o homem foi visto como o cabeça desta sociedade. Cada um tinha sua função e isso sempre foi aceito, com algumas rebeldias, bem dito. Mas foi assim. E há muito pouco tempo é que as mulheres começaram a conquistar seus direitos, a abrir seus caminhos. Hoje já se vê que mais da metade de universitários são mulheres; que elas já estão galgando postos antes preenchidos apenas por homens. São Médicas, Arquitetas, Advogadas, Juízas, Pesquisadoras, Políticas, Chefes de Estado, enfim. Não há campo que a mulher não mostre seu ótimo desempenho. Até jogando futebol... E bem!
Porém, mulher não precisa colocar sapato de homem, terninho com gravata e engrossar a voz para mostrar que inteligência não tem sexo. Cada um na sua, só assim se completam e perpetuam a espécie. Se o cérebro é maior ou um tem mais neurônios que o outro, não modifica em nada. O presente está provando que, quando algum deixa de ser o que é, as coisas não dão tão certas. Os seres humanos diferem, e isso é magnífico. Como você diz, que péssima ideia se todos fossem iguais. E hoje, em pleno século XXI, estamos vendo coisas do 'arco' acontecerem. Portanto, vivam os homens; vivam as mulheres!
Beleza de texto.
Abraços.
Desde que o mundo é mundo homem e mulher são interligados por um Criador Inteligente e isso deveria ser mais que suficiente para haver harmonia entre os dois sexo, mas parece que os dois esqueceram que são parte da Criação Universal. Hoje a luta pela igualdade vai muito além da igualdade, um tem passar por cima do outro sem prestar atenção que..... Cada um de nós veio a este Planeta para aprender, aprender e aprender. Os dois deveriam se unir para um proposito maior, compreender a finalidade do renascimento do Espirito e da Alma. Amo ler seu blog. Parabens Abraços Fraternos Heudes.
Muito estimado Jair, boa noite!
Ratifico sua opinião sobre a inexistência da superioridade do homem sobre a mulher no tocante â ciência.
Tivemos, e temos, um cabedal de mulheres que deixaram o seu legado na história do desenvolvimento científico da humanidade.
Admirado por elas, haja vista que sou um estudante de exatas, cito como exemplo Maria Agnesi, Marie Curie, Hipatia, etc...
Quando cursei matemática na UFRJ, todas as matérias do primeiro período, por exemplo,foram lecionadas por mulheres. Diga-se de passagem aprendi muito com elas.
Belo post, enciclopédico amigo!
Muita Paz!
Homens versus Mulheres,
Mulheres versus Homens...
Isto é tema de muita controvérsia,
discussão, folclore, tradição,
preconceito e piadas.
Eu mesmo já usei o tema várias vezes
em minhas reflexões...
Mas aqui você o coloca seriamente,
apontando que estamos aprendendo,
e que novas "descobertas"
ainda estão por vir!
Discussão de Gênero sempre é muito interessante...
E o mais interessante é que mesmo que as vezes não admitam, a maioria dos homens (como eu por exemplo) prefere as mulheres ^^ E vice versa!
Parabéns pelo post!
Abraços...
Concordo com o amigo: Somos indescritivelmente diferentes na aparência, homens e mulheres, mas significamente semelhantes na essência, um encaixe perfeito no quebra-cabeça da vida.
Parabéns por mais essa filosofia aplicada.
Abraços renovados!
Jair, muito legal deixar bem claro que, em seus comportamentos, homens e mulheres são diferentes apenas porque a sociedade impõe isso. Somos diferentes na aparência, lógico, mas isso tem sido muito bem disfarçado ultimamente, visto que você encontra muitas mulheres gatas em corpos de homem.
Acho muito importante que as mulheres conquistem seu espaço: além de tudo, isso seria importante pra acabar com o sexismo que faz os pais dizerem aos filhos "você está com medo? é uma menininha por acaso?". Sempre fui mais medroso que minhas primas, e enfrentava isso de tios. Hoje, tenho mais "coragem" e sou mais "bruto" que todos os primos, mesmo sendo homossexual.
E sobre a continuidade da raça humana, eu não acho tão importante; porém, a tecnologia nos permite que ela exista sem que homens façam sexo com mulheres. Portanto, viva às diferenças, inclusive na estranheza de querer ser igual!
Acho estranho a palavra "gênero" ser usada com o significado de "sexo". Gênero é classe gramatical (masculino, feminino e neutro - este, esta, isto); sexo é característica biológica. Parece-me que é um caso de linguajar "politicamente correto". Há muito a dizer quanto a isso, mas pouco a acrescentar na sua excelente análise. Abraços.
Meu caro Jair,
o exemplo do Laos — que não conhecia — é decisivo para mostrar que fomos feitos(mulheres e homens) machistas. Isto fale para o Ocidente e para o Oriente. No meu livro A Ciência é masculina? É, sim senhora! examino o nosso DNA grego, judaico e cristão e concluo que não somos assim por acaso.
Na edição de hoje do meu blogue onde trouxeste lapidar comentário, vemos que quando houver fundamentalismos geram-se intolerâncias,
Excelente mirada esta edição de hoje do ‘Blog que pensa’ quando trazes com competência e sem preconceitos.
A admiração do
attico chassot
Adorei o texto. Bom a falar verdade eu sempre gosto muito dos seus textos mesmo quando leio e saio sem deixar rasto. Porque aqui sempre aprendo imenso. Tenho quase 65 anos e de estudos tenho apenas o primário tirado na década de 50. Neste blogue e em mais dois ou três eu tenho aprendido imenso.
Se o homem é mais inteligente que a mulher? Talvez seja. Tenho para mim que se a mulher fosse mais inteligente, teria conseguido à muito que os homens a considerassem como tal. Afinal todos os homens nasceram de uma mulher e foi quase sempre uma mulher quem ensinou a seus filhos que eles eram melhores que as mulheres.
Um abraço e um 2012 tão feliz quanto deseje.
Olá, Jair. Te encontrei lá no blog do Barcelos e vim conhecer-te. Deparei-me com vários blogs seus e o título que mais me intrigou foi este Blog que pensa, amei!Por isso já estou te seguindo e, em outra oportunidade, voltarei pra conhecer os demais. Ótimos textos, parabéns!
Eu não acredito em diferença quantitativa de inteligência entre o hmem e a mulher.
Mas, o que eu observo é que parece que o cérebro das mulheres funciona diferente do cérebro dos homens...
Elas às vezes chegam aos mesmos resultados, agindo de forma diferente...
E não dá para entender, pois elas interpretam diversas coisas também de forma diferente...
Mas, como você já falou, viva a diferença!
Acho que homem e mulher foram feitos para se complementar!
Abraços, Jair!
Ser ou não ser... eis a questão! Ser ou estar?A velha frase do ministro:"Eu não sou ministro,eu estou ministro".Exteriormente, as imposições do meio por "determinadas circunstâncias" sejam políticas,religiosas,ideológicas,etc. não alteram a essência do ser,desde que este amadureça uma convicção baseada na sua fé,na sua visão de mundo.Então o dualismo cartesiano,"penso,logo existo",torna-se o motor condutor das ações. E o verbo, se fez carne, e habitou entre nós... A palavra,a linguagem movem o mundo...cada qual com suas idéias.E viva a diferença... Luci
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