Numa flagrante contradição, alguns cientistas costumam afirmar que o cérebro humano é mais complexo que o universo, como se fosse possível o conjunto maior ser mais simples que seu conteúdo. Fazendo uma analogia barata: um automóvel é tão ou mais complexo que seu mais complicado componente. Não dá para ser diferente. De qualquer forma, mesmo não sendo mais intrincado e ignoto que o universo que nos contém, o cérebro que foi definido como “carne pensante”, é uma máquina que fascina a todos e que ainda não conseguiu ter suas funções plenamente desvendadas.
Então vejamos, o conhecimento sobre esse componente essencial da maioria dos seres do reino animal está sendo acumulado ao longo de centenas de anos. Na medida em que a tecnologia vai se desenvolvendo, é comum as pessoas compararem o cérebro ao que há de mais “avançado” no campo das invenções e descobertas, assim, ele já foi comparado às máquinas a vapor quando estas estavam no auge; a centrais telefônicas e até a motores a explosão interna. Hoje, como não podia ser diferente, o cérebro é comparado a um computador. Mas quanto dessa comparação pode ser verdade?
A aproximação mais evidente que se faz é dizer que a massa cinzenta que compõe nosso cérebro seria o hardware e as experiências e os saberes acumulados seriam o software. Nada mais lógico para que tem necessidade de “enquadrar” o cérebro em algo que conhece e do qual faz uma avaliação positiva. Contudo, ainda que comparado com o que há de mais adiantado tecnologicamente em nosso Planeta, a comparação torna-se essencialmente anódina se levarmos em conta que computadores são projetados - e não poderia ser de outra forma – como uma linha de montagem: as ações seguem uma linha lógica, não há errância, isto é, o computar não divaga, não percorre atalhos e não toma decisões “erradas”. Já o maravilhoso cérebro funciona mais como uma caótica cidade grande com seu tráfego, suas pessoas indo e vindo e todas as implicações boas ou más da interação entre tudo que se move e todos os “obstáculos” que impedem ou dificultam o livre fluxo. Têm que se levar em conta que no cérebro, como na cidade grande, nem tudo dá certo o tempo todo. Imaginar que o cérebro sempre faz a coisa certa é uma estultice que o próprio cérebro produz, e, talvez, aí resida o grande óbice porque não conseguimos desvendar todos os mistérios dessa extraordinária caixa preta biológica.
Agora vem minha opinião. Como quem nos comanda; quem dá as cartas em todas nossas ações e escolhas; quem conduz nossa civilização, é o cérebro, a ele poderia ser atribuído o poder de não se “desvendar” não se expor em todos os seus mistérios. Digamos que o cérebro se auto preserva ao não permitir que tenhamos pleno conhecimento de como funciona. O mecanismo de defesa desse órgão é, justamente, não delegar ao homem o poder do conhecimento, algo assim como: você só poderá saber até onde eu permitir. O homem é prisioneiro de seu cérebro egoísta, não lhe é dada a faculdade de conhecê-lo em profundidade.
Essa possibilidade me faz lembrar o conto de Arthur C. Clark, “Os nove bilhões de nomes de Deus”, no qual ele conta a história de cientistas contratados por excêntricos monges tibetanos para fazer uso de um super computador para analisar todas as possibilidades de permutações de letras e chegar aos definitivos nove bilhões de nomes de Deus. Quando todos os nomes forem encontrados, o mundo acabará, pois o propósito do Universo terá sido alcançado. Assim, antecipando-se à criatividade do genial Clark, nosso cérebro faz tudo para não ser desvendado, pois se um dia isso acontecer, o propósito do Universo terá sido atingido e não mais haverá motivo para continuarmos existindo, será o fim da humanidade. O cérebro nos terá, mais uma vez, vencido então. JAIR, Floripa, 05/01/12.
Então vejamos, o conhecimento sobre esse componente essencial da maioria dos seres do reino animal está sendo acumulado ao longo de centenas de anos. Na medida em que a tecnologia vai se desenvolvendo, é comum as pessoas compararem o cérebro ao que há de mais “avançado” no campo das invenções e descobertas, assim, ele já foi comparado às máquinas a vapor quando estas estavam no auge; a centrais telefônicas e até a motores a explosão interna. Hoje, como não podia ser diferente, o cérebro é comparado a um computador. Mas quanto dessa comparação pode ser verdade?
A aproximação mais evidente que se faz é dizer que a massa cinzenta que compõe nosso cérebro seria o hardware e as experiências e os saberes acumulados seriam o software. Nada mais lógico para que tem necessidade de “enquadrar” o cérebro em algo que conhece e do qual faz uma avaliação positiva. Contudo, ainda que comparado com o que há de mais adiantado tecnologicamente em nosso Planeta, a comparação torna-se essencialmente anódina se levarmos em conta que computadores são projetados - e não poderia ser de outra forma – como uma linha de montagem: as ações seguem uma linha lógica, não há errância, isto é, o computar não divaga, não percorre atalhos e não toma decisões “erradas”. Já o maravilhoso cérebro funciona mais como uma caótica cidade grande com seu tráfego, suas pessoas indo e vindo e todas as implicações boas ou más da interação entre tudo que se move e todos os “obstáculos” que impedem ou dificultam o livre fluxo. Têm que se levar em conta que no cérebro, como na cidade grande, nem tudo dá certo o tempo todo. Imaginar que o cérebro sempre faz a coisa certa é uma estultice que o próprio cérebro produz, e, talvez, aí resida o grande óbice porque não conseguimos desvendar todos os mistérios dessa extraordinária caixa preta biológica.
Agora vem minha opinião. Como quem nos comanda; quem dá as cartas em todas nossas ações e escolhas; quem conduz nossa civilização, é o cérebro, a ele poderia ser atribuído o poder de não se “desvendar” não se expor em todos os seus mistérios. Digamos que o cérebro se auto preserva ao não permitir que tenhamos pleno conhecimento de como funciona. O mecanismo de defesa desse órgão é, justamente, não delegar ao homem o poder do conhecimento, algo assim como: você só poderá saber até onde eu permitir. O homem é prisioneiro de seu cérebro egoísta, não lhe é dada a faculdade de conhecê-lo em profundidade.
Essa possibilidade me faz lembrar o conto de Arthur C. Clark, “Os nove bilhões de nomes de Deus”, no qual ele conta a história de cientistas contratados por excêntricos monges tibetanos para fazer uso de um super computador para analisar todas as possibilidades de permutações de letras e chegar aos definitivos nove bilhões de nomes de Deus. Quando todos os nomes forem encontrados, o mundo acabará, pois o propósito do Universo terá sido alcançado. Assim, antecipando-se à criatividade do genial Clark, nosso cérebro faz tudo para não ser desvendado, pois se um dia isso acontecer, o propósito do Universo terá sido atingido e não mais haverá motivo para continuarmos existindo, será o fim da humanidade. O cérebro nos terá, mais uma vez, vencido então. JAIR, Floripa, 05/01/12.
10 comentários:
Boa noite meu querido!estou aqui para agradecer sua visita no meu espaço ,e pelo comentário que vc fez ao nosso amigo Leonel.Valeu querido seu despreendimento para os amigos.Deus que te abençõe sempre...
Bjs com sabor do meu sol de verão!
Jair, esta comparação entre computadores e o cérebro, eu sempre achei ridícula. Apesar de existirem softwares que simulem aleatoriedade e inteligência, todos eles foram criados pelo cérebro humano. Poderia a criatura superar o criador? Um computador projetar um cérebro?
Ninguém ainda é capaz de dizer o quanto da capacidade total do cérebro utilizamos até ao momento, pois ninguém conhece a extensão total do seu potencial.
Mas, quanto ao surreal conto de Arthur Clarke, temos que lembrar também da obra do mesmo autor, O FIM DA INFÂNCIA, onde o desenvolvimento da inteligência humana a conduz a um novo patamar de consciência, algo que representa realmente um novo degrau na escala evolutiva cósmica, como aquele atingindo acidentalmente pelo astronauta Dave em 2001 - UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO.
Este seu post foi como um "alongamento" mental, preparando para soltar os neurônios!
Parabéns, e abraços!
Se começarmos a citar Clarke, Asimov e outras feras descobriremos que o segredo de um bom cérebro não está na clareza das respostas que ele encontra, mas na pertinência e profundidade das perguntas que faz. E computadores não fazem tais perguntas. Noto que seu cérebro é privilegiado, amigo.
Abraços.
Polímata Jair,
que hoje ratifica minha dação de titulo que confiro com parcimônia, sem discutir o texto denso em ensinamentos, queria aderir ao teu prelúdio: “o cérebro é parte do Universo, em sentido rigoroso de Universo”.
Com admiração,
attico chassot
Bom dia meu querido!
Vai no blog do Leonel que deixei algo prá ti.Leia e guade no seu coração,ok!
Bjs
Bom texto, garoto!
Filosófico e paradoxal do jeito que eu gosto.
Gus
dizem que o cerebro controla tudo. Tudo, o tempo todo, no mundo. E milhares de copias do segredo sao vendidos pelo mundo inteiro.
ai, ai, ai
Enciclopédico amigo! O seu post vai de encontro com as ideias que faço sobre a capacidade que temos. O cérebro deve ser exercitado assim como nosso corpo também o deve.Leiamos, façamos palavras cruzadas, memorizemos mais,...
Muita Paz!
Na minha ignorância,tenho a certeza da perfeição do funcionamento do cérebro,principalmente porque ele tem um divisor,não de águas, mas entre as emoções e a racionalidade! O equilibrio deve ocorrer entre ambos,pois se pesar em demasia para uma lateralidade,consequências são imediatas no organismo.Você já observou a figura representativa no cerebelo, de forma invertida? Busque e verás... Surpresa! Luci.
Eu costumava pensar que o cérebro era o mais poderoso órgão no meu corpo. Só então percebi quem estava me dizendo isso...
Ótimo post!
Abraços...
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