Diamantes sempre exerceram um fascínio inexplicável sobre os seres humanos. Não fica bem claro porque povos de civilizações e culturas completamente distintas, e em lugares distantes uns dos outros, em um ou outro estágio de suas existências, parecem ter sucumbido à magia que essas pedras possuem. Diamantes, diferente de outras pedras preciosas quaisquer, são as únicas gemas constituídas de um elemento apenas: carbono. Enquanto outras pedras possuem composição complexa composta de vários elementos, de cinco, seis e até oito elementos em combinações complicadas, o diamante é feito de carbono numa formação octogonal que lhe confere um grau de dureza excepcional. Na escala de dureza, (escala de Mohs) que é a capacidade de riscar o elemento ou mineral menos duro, o diamante recebe a qualificação dez, lembrando que a escala vai de um (dureza da pedra de talco) até dez. Além dessas duas qualidades, dureza e composição de apenas um elemento, o diamante possui, ainda, transparência e brilho excepcionais depois de polido.
Talvez por essas discutíveis qualidades, pelo fato de não serem encontráveis em qualquer esquina ou por qualquer outro motivo os diamantes são objeto de desejo de grande parte dos seres humanos. E aqui fica um registro histórico: não só ricos e famosos como Elizabeth Taylor são atraídos por esses minerais, na Índia grande parte das pessoas pobres possuem diamantes usados como adorno corporal, que passa de geração a geração por centenas de anos às vezes. Nada mais estranho para um país onde mais da metade da população passa fome.
Contudo, ainda que a parte vistosa dessas gemas seja seu uso na confecção de jóias e adereços, mais de noventa por cento da produção mundial vai para uso industrial. Brocas, esmeris, lixas, serras e outras ferramentas de corte de materiais muito duros, são feitas ou revestidas de diamantes. A ínfima parte utilizada pelas pessoas dá ao diamante sua fama de fútil, caro e raro.
Para uso industrial em larga escala ou para pessoas que não podem arcar com o custo dos diamantes naturais ou desejam garantia absoluta de que seus diamantes não provêm de regiões de conflito, os chamados “diamantes de sangue”, a ciência desenvolveu gemas sintéticas as quais são substitutas mais baratas e até mais vistosas que a pedras reais. Até pouco tempo, a única opção sintética disponível era o zircônio cúbico, mas agora os consumidores podem optar por um material conhecido por moissanite, e também por diamantes artificiais.
O zircônio cúbico é uma gema de laboratório que está no mercado desde 1976. Trata-se de uma pedra de alta dureza (8,5 na escala de Mohs), ainda que menos dura que o diamante. Por um lado, o zircônio é superior ao diamante em termos de composição; oferece brilho e cintilação superiores, é inteiramente incolor e não sofre inclusões. No entanto, a maioria dos consumidores concorda em que o zircônio é simplesmente perfeito demais, não tem inclusões e sua transparência é maior que a do diamante natural –parece artificial até mesmo a olho nu. Por isso, alguns dos fabricantes de zircônio começaram a produzir a gema com tinturas coloridas e inclusões que a tornam mais parecida com o diamante.
Desde 1998 está no mercado a moissanite, maior rival sintético do zircônio. Sua semelhança com o diamante é ainda maior em termos de composição e aparência. A moissanite é mais dura que o zircônio, com 9,5 pontos na escala Mohs. A cor da moissanite tem leves traços de verde ou amarelo, e essa coloração se torna mais evidente nas pedras maiores. A gema também revela pequenas inclusões, com jeito de estrias, formadas durante seu processo de produção. Como o zircônio, a moissanite é mais brilhante que o diamante, mas essa qualidade é considerada desvantagem, e não vantagem. Sua aceitação é melhor que o zircônio e seu preço é bem menor que o do diamante natural.
Bem, considerando que zircônio e moissanite são apenas pedras que simulam diamantes, o gênio da ciência resolveu criar em laboratórios especiais o diamante artificial, ou seja, criar sob condições artificiais uma gema de carbono puro. Composição, dureza e aparência de diamante real, só que produzido aqui na superfície da Terra e não a duzentos quilômetros de profundidade.
As gemas sintéticas mais próximas ao diamante são os diamantes artificiais. Diferentemente do zircônio e da moissanite, os diamantes artificiais são carbono puro. O Instituto de Gemologia Norte-Americano (GIA) reconhece essas pedras como diamantes reais, sob a perspectiva da composição. Apenas os diamantes artificiais não têm a rica história geológica dos diamantes naturais, falta-lhes pedigree, por assim dizer. Enquanto os naturais levaram milhões de anos para surgirem, os artificiais podem ser produzidos em semanas apenas. Laboratórios simulam o calor e pressão do manto terrestre que criam os diamantes naturais. Para os produtores e consumidores de diamantes sintéticos, a questão pode ser resumida a uma combinação de tempo e dinheiro: dias, em lugar de milhões de anos; milhares de dólares, em lugar de dezenas de milhares de dólares ou mais (os diamantes artificiais são vendidos por preços cerca de 30% inferiores aos naturais). Como não existe almoço grátis, encontrar um diamante artificial de grande porte pode ser um desafio muito difícil – a maioria dos diamantes artificiais pesa menos de um quilate. Se o consumidor deseja o que de melhor existe no mercado de diamantes sintéticos, diamantes artificiais são a escolha óbvia. Mesmo joalheiros enfrentam dificuldades para distingui-los dos naturais, e sua dureza é dez, igual aos naturais. Esses diamantes são muito usados pela indústria.
Para finalizar, diamantes nem sempre foram tão populares entre os americanos, nem tão caros. Um diamante em um anel tem seu preço elevado de 100 a 200%. A única razão pela qual se paga tanto mais por eles do que por outras pedras preciosas hoje é porque seu mercado é quase todo controlado por um único cartel, chamado De Beers Consolidated Mines Ltd., estabelecido na África do Sul. Essa mesma empresa lançou o diamante artificial no comércio. JAIR, Floripa, 26/01/12.
Talvez por essas discutíveis qualidades, pelo fato de não serem encontráveis em qualquer esquina ou por qualquer outro motivo os diamantes são objeto de desejo de grande parte dos seres humanos. E aqui fica um registro histórico: não só ricos e famosos como Elizabeth Taylor são atraídos por esses minerais, na Índia grande parte das pessoas pobres possuem diamantes usados como adorno corporal, que passa de geração a geração por centenas de anos às vezes. Nada mais estranho para um país onde mais da metade da população passa fome.
Contudo, ainda que a parte vistosa dessas gemas seja seu uso na confecção de jóias e adereços, mais de noventa por cento da produção mundial vai para uso industrial. Brocas, esmeris, lixas, serras e outras ferramentas de corte de materiais muito duros, são feitas ou revestidas de diamantes. A ínfima parte utilizada pelas pessoas dá ao diamante sua fama de fútil, caro e raro.
Para uso industrial em larga escala ou para pessoas que não podem arcar com o custo dos diamantes naturais ou desejam garantia absoluta de que seus diamantes não provêm de regiões de conflito, os chamados “diamantes de sangue”, a ciência desenvolveu gemas sintéticas as quais são substitutas mais baratas e até mais vistosas que a pedras reais. Até pouco tempo, a única opção sintética disponível era o zircônio cúbico, mas agora os consumidores podem optar por um material conhecido por moissanite, e também por diamantes artificiais.
O zircônio cúbico é uma gema de laboratório que está no mercado desde 1976. Trata-se de uma pedra de alta dureza (8,5 na escala de Mohs), ainda que menos dura que o diamante. Por um lado, o zircônio é superior ao diamante em termos de composição; oferece brilho e cintilação superiores, é inteiramente incolor e não sofre inclusões. No entanto, a maioria dos consumidores concorda em que o zircônio é simplesmente perfeito demais, não tem inclusões e sua transparência é maior que a do diamante natural –parece artificial até mesmo a olho nu. Por isso, alguns dos fabricantes de zircônio começaram a produzir a gema com tinturas coloridas e inclusões que a tornam mais parecida com o diamante.
Desde 1998 está no mercado a moissanite, maior rival sintético do zircônio. Sua semelhança com o diamante é ainda maior em termos de composição e aparência. A moissanite é mais dura que o zircônio, com 9,5 pontos na escala Mohs. A cor da moissanite tem leves traços de verde ou amarelo, e essa coloração se torna mais evidente nas pedras maiores. A gema também revela pequenas inclusões, com jeito de estrias, formadas durante seu processo de produção. Como o zircônio, a moissanite é mais brilhante que o diamante, mas essa qualidade é considerada desvantagem, e não vantagem. Sua aceitação é melhor que o zircônio e seu preço é bem menor que o do diamante natural.
Bem, considerando que zircônio e moissanite são apenas pedras que simulam diamantes, o gênio da ciência resolveu criar em laboratórios especiais o diamante artificial, ou seja, criar sob condições artificiais uma gema de carbono puro. Composição, dureza e aparência de diamante real, só que produzido aqui na superfície da Terra e não a duzentos quilômetros de profundidade.
As gemas sintéticas mais próximas ao diamante são os diamantes artificiais. Diferentemente do zircônio e da moissanite, os diamantes artificiais são carbono puro. O Instituto de Gemologia Norte-Americano (GIA) reconhece essas pedras como diamantes reais, sob a perspectiva da composição. Apenas os diamantes artificiais não têm a rica história geológica dos diamantes naturais, falta-lhes pedigree, por assim dizer. Enquanto os naturais levaram milhões de anos para surgirem, os artificiais podem ser produzidos em semanas apenas. Laboratórios simulam o calor e pressão do manto terrestre que criam os diamantes naturais. Para os produtores e consumidores de diamantes sintéticos, a questão pode ser resumida a uma combinação de tempo e dinheiro: dias, em lugar de milhões de anos; milhares de dólares, em lugar de dezenas de milhares de dólares ou mais (os diamantes artificiais são vendidos por preços cerca de 30% inferiores aos naturais). Como não existe almoço grátis, encontrar um diamante artificial de grande porte pode ser um desafio muito difícil – a maioria dos diamantes artificiais pesa menos de um quilate. Se o consumidor deseja o que de melhor existe no mercado de diamantes sintéticos, diamantes artificiais são a escolha óbvia. Mesmo joalheiros enfrentam dificuldades para distingui-los dos naturais, e sua dureza é dez, igual aos naturais. Esses diamantes são muito usados pela indústria.
Para finalizar, diamantes nem sempre foram tão populares entre os americanos, nem tão caros. Um diamante em um anel tem seu preço elevado de 100 a 200%. A única razão pela qual se paga tanto mais por eles do que por outras pedras preciosas hoje é porque seu mercado é quase todo controlado por um único cartel, chamado De Beers Consolidated Mines Ltd., estabelecido na África do Sul. Essa mesma empresa lançou o diamante artificial no comércio. JAIR, Floripa, 26/01/12.
9 comentários:
Enciclopédico amigo, bom dia!
Bela postagem! Assisti o filme "Diamante de sangue", com Leonardo Dicaprio e vi como o homem consegue ser deplorável em toda a sua essência.
Muita Paz!
fascinante saber como os diamantes se formam e sobre essas imitações que quase são iguais a eles. Gostei do post.
Lembrei que preciso de um! Pode até ser a imitação. Tenho que ter uma conversa com o marido, rss!
Parabéns pelo belíssimo texto amigo!
Karine
Teu texto, por si só, é um diamante de primeira água. Abraços.
Como eu adoro tudo que está ligado com civilizações antigas, eu tive que ler seu texto, me chamou a atenção logo de cara pelo título,andei vendo uns vídeos que falava sobre essa 'magia' como voce colocou no texto, realmente, eles tme muito poder e são magicos. Um estudioso disse que com diamantes ( e claro outras coisas que nao me recordo) voce poderia fazer um buraco negro... pois ele e 70% e etc. Mas muito bom seu texto, parabéns!
Beijão
Incrível a capacidade do ser humano em criar imitações da realidade.Não é à toa que tentam a clonagem de seres humanos.Mas,como somos a imagem e semelhança do Criador, penso que os mortais tem muito o que descobrir ainda, e que muitos possam a vir se beneficiar, do que é privilégio de uma minoria, como o uso de falsos diamantes!!! Luci.
Com licença!
muito bom seu post!
faz jus ao nome do blog!
um abraço!
Mau caro Jair,
teu texto — mais uma produção de um polímata — evoca leituras diferenciadas em cada uma e cada um de teus leitores. Para mim, primeiro me recorda a minha graduação em Química, quando temos carvão e diamante como o mesmo elemento químico — Carbono — mas a alotropia conferindo propriedades tão diferentes;
Depois evoquei a frase que aprendi para saber a escala de Mohs: Tia GeCa foi a feira queria todavia comprar Diamantes. 1 Talco / 2 Gesso / 3 Calcita / 4 Fluorita / 5 Apatita / 6 Feldspato / 7 Quartzo /8 Topázio / 9 Coríndon / 10 Diamante.
Claro que não podemos deixar de recordar os diamantes como catalisadores das maiores atrocidades humanas.
Obrigado por avivares lembranças
attico chassot
É sempre bom dar uma passada por aqui... Aprendo muito!
Parabéns pela bela postagem...
Abraços!
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