Batalha da Inglaterra é como se convencionou chamar os eventos de guerra aérea ocorridos sobre o Canal da Mancha e solo inglês durante os meses de julho e agosto até 15 de setembro de 1940, quando a Luftwaffe atacou em massa cidades e instalações industriais e militares inglesas que foram defendidas pelo Comando de Caças da RAF.
Talvez para os britânicos, na história de seu país, tenha sido um momento tão importante como a derrota da “Invencível Armada” espanhola em 1588 e o triunfo do almirante Nelson em Trafalgar sobre as frotas francesas e espanholas em 21 de outubro de 1805. Menos de três mil jovens pilotos – não mais de novecentos num só dia de combate – roubaram a cena de Hitler, quando parecia que a Grã Bretanha estava prestes a ser invadida pelos nazistas depois da aniquilação de sua Força Aérea. Sobre essa que foi, segundo opinião de analistas posteriormente, a batalha “que ganhou a guerra”, Wiston Chulchill cunhou a frase que a imortalizou: “Nunca tantos deveram tanto a tão poucos”.
Os “poucos” como passaram a ser chamados os pilotos de caça da RAF, talvez sem perceber, naquele dia fatídico para os nazistas, 15 de setembro, tenham derrotado Hitler. Este, incapaz de invadir e conquistar a Grã Bretanha, se voltaria para a União Soviética, sacrificando o exército alemão e, a partir daí, prolongando a guerra até que, finalmente, depois que os EUA forram arrastados para a guerra pelo ataque japonês a Pearl Harbor, deixando a Alemanha contra os três países industrializados mais poderosos do mundo.
Tudo isso viria a acontecer, e ninguém, mesmo Churchill que tinha uma visão aguçada dos acontecimentos futuros, poderia prever no outono de 1940, quando a Grã Bretanha estava sozinha. Mas o Comando de Caças, comandado pelo Tenente Brigadeiro Sir Hugh Dowding, e seus jovens pilotos, tinham preponderado sobre uma Luftwaffe muito mais poderosa e bem armada.
Não é minha intenção descrever aqui os acontecimentos dessa importante batalha, porque não será num espaço deste que caberá aquele pedaço da história. Contudo, centenas de livros foram escritos sobre os eventos, obviamente evidenciando a coragem e empenho dos pilotos de Spitfires e Hurricanes na batalha. Só que, por trás dos panos, os ingleses se deparavam com obstáculos terríveis como o de manter a produção das aeronaves de modo a suprir os aviões perdidos na batalha e aumentar a reserva visando as ações que fatalmente viriam; formar pilotos hábeis e capazes em tempo recorde para manter os esquadrões operacionais mesmo com as perdas diárias crescentes.
É claro que os radares ainda rudimentares usados pelos ingleses foram uma contribuição importante para a coordenação da defesa aérea. O fornecimento de gasolina de alta octanagem pelos EUA também permitiu o ótimo desempenho dos motores Rolls-Royce Merlin que equipavam os caças ingleses. E até o aproveitamento dos restos mortais dos aviões alemães abatidos sobre solo inglês foi útil para uso na indústria aeronáutica que fabricava Spitfires e Hurricanes. Assim, é quase certo que alguns dos aviões recém saídos das linhas de montagem ingleses tivessem, em parte, sido construídos com alumínio proveniente dos Stukas e Junkers alemães.
Outro dado importante é que cada perda alemã – homem e máquina – era definitiva, isto é, se o tripulante sobrevivesse normalmente tornava-se prisioneiro de guerra, e as máquinas tornavam-se sucatas para os ingleses; e as perdas britânicas eram em solo ou águas pátrias, de modo que o sobrevivente podia voltar à ativa e o material, sempre que possível, era reaproveitado.
Assim, uma ilha assediada e sozinha acabou derrotando a maior força aérea do mundo naquele momento, e definindo os rumos da guerra que acabou com o triunfo das democracias contra os nacionalismos exacerbados e cegos da Alemanha, Itália, Japão e seus aliados. JAIR, Floripa, 24/11/11.
Talvez para os britânicos, na história de seu país, tenha sido um momento tão importante como a derrota da “Invencível Armada” espanhola em 1588 e o triunfo do almirante Nelson em Trafalgar sobre as frotas francesas e espanholas em 21 de outubro de 1805. Menos de três mil jovens pilotos – não mais de novecentos num só dia de combate – roubaram a cena de Hitler, quando parecia que a Grã Bretanha estava prestes a ser invadida pelos nazistas depois da aniquilação de sua Força Aérea. Sobre essa que foi, segundo opinião de analistas posteriormente, a batalha “que ganhou a guerra”, Wiston Chulchill cunhou a frase que a imortalizou: “Nunca tantos deveram tanto a tão poucos”.
Os “poucos” como passaram a ser chamados os pilotos de caça da RAF, talvez sem perceber, naquele dia fatídico para os nazistas, 15 de setembro, tenham derrotado Hitler. Este, incapaz de invadir e conquistar a Grã Bretanha, se voltaria para a União Soviética, sacrificando o exército alemão e, a partir daí, prolongando a guerra até que, finalmente, depois que os EUA forram arrastados para a guerra pelo ataque japonês a Pearl Harbor, deixando a Alemanha contra os três países industrializados mais poderosos do mundo.
Tudo isso viria a acontecer, e ninguém, mesmo Churchill que tinha uma visão aguçada dos acontecimentos futuros, poderia prever no outono de 1940, quando a Grã Bretanha estava sozinha. Mas o Comando de Caças, comandado pelo Tenente Brigadeiro Sir Hugh Dowding, e seus jovens pilotos, tinham preponderado sobre uma Luftwaffe muito mais poderosa e bem armada.
Não é minha intenção descrever aqui os acontecimentos dessa importante batalha, porque não será num espaço deste que caberá aquele pedaço da história. Contudo, centenas de livros foram escritos sobre os eventos, obviamente evidenciando a coragem e empenho dos pilotos de Spitfires e Hurricanes na batalha. Só que, por trás dos panos, os ingleses se deparavam com obstáculos terríveis como o de manter a produção das aeronaves de modo a suprir os aviões perdidos na batalha e aumentar a reserva visando as ações que fatalmente viriam; formar pilotos hábeis e capazes em tempo recorde para manter os esquadrões operacionais mesmo com as perdas diárias crescentes.
É claro que os radares ainda rudimentares usados pelos ingleses foram uma contribuição importante para a coordenação da defesa aérea. O fornecimento de gasolina de alta octanagem pelos EUA também permitiu o ótimo desempenho dos motores Rolls-Royce Merlin que equipavam os caças ingleses. E até o aproveitamento dos restos mortais dos aviões alemães abatidos sobre solo inglês foi útil para uso na indústria aeronáutica que fabricava Spitfires e Hurricanes. Assim, é quase certo que alguns dos aviões recém saídos das linhas de montagem ingleses tivessem, em parte, sido construídos com alumínio proveniente dos Stukas e Junkers alemães.
Outro dado importante é que cada perda alemã – homem e máquina – era definitiva, isto é, se o tripulante sobrevivesse normalmente tornava-se prisioneiro de guerra, e as máquinas tornavam-se sucatas para os ingleses; e as perdas britânicas eram em solo ou águas pátrias, de modo que o sobrevivente podia voltar à ativa e o material, sempre que possível, era reaproveitado.
Assim, uma ilha assediada e sozinha acabou derrotando a maior força aérea do mundo naquele momento, e definindo os rumos da guerra que acabou com o triunfo das democracias contra os nacionalismos exacerbados e cegos da Alemanha, Itália, Japão e seus aliados. JAIR, Floripa, 24/11/11.
7 comentários:
Esquema tático e inteligência é tudo.Com certeza, as mentes brilhantes, na percepção do espaço aéreo destes eventos,as capacidades das aeronaves,qualidade do combustível e principalmente a habilidade dos pilotos e de seus comandantes detonaram o inimigo.Um treinamento destes, para um desenvovimento sustentável em nosso país,seria um prato cheio para a governabilidade
Jair, boa lembrança deste confronto épico, a primeira grande batalha travada exclusivamente nos céus!
A produção excepcional das linhas de montagem britânicas manteve sempre uma reserva suficiente de aeronaves de primeira linha, mas o maior problema dos ingleses era a substituição dos pilotos perdidos! Os tempos de treinamento foram reduzidos ao máximo, e isto reduzia ainda mais a expectativa de vida em combate destes jovens jogados às feras, "verdes" demais!
Mas, a determinação inglesa, a impaciência e a falta de definição dos alemães quanto à política de escolha dos alvos, e alguns detalhes táticos e geográficos acabaram fazendo a balança pender para a velha Albion!
Uma síntese muito enxuta sobre esse grande evento histórico!
Abraços!
Olá amigo Jair
Parabéns pelos seus belos e eloquentes textos, didácticos e sempre interessantes. É sempre um gosto passar por cá.
Abraço
“Nunca tantos deveram tanto a tão poucos”.
Ainda hoje é difícil de entender porque razão o POVO venera muitos dos que o arrastam para o abismo. O mesmo para os casos em que esquizofrénicos arrastam multidões .
Abraço
Paulo
Boa Tarde Jair. Parabéns por compartilhar conosco da história da humanidade. A determinação inglesa é algo comentado por muitos, contudo seu texto me lembrou a história de Davi e Golias. Graças a Deus venceu a democracia, que mesmo que capenga ainda é a melhor alternativa de Governo.
Um abraço.
"A democracia é um sistema de governo tão cheio de falhas que é de admirar que até hoje não se tenha inventado um melhor". Palavras de Winston Churchill.
Abraços, amigo.
Ótimo Texto!
Claro, direto, informativo e historicamente preciso...!
Parabéns pela postagem...
Abraços!
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