sábado, 27 de junho de 2009

PULGAS E ENXAQUECA


Pulgas, com toda certeza, não sofrem de enxaqueca, porque se assim fosse não teriam tempo para perturbar seres humanos. Imagine um torno desses de bancada esmagando sua cabeça; ossos estalando e seus olhos saltando das órbitas, rosto sendo amassado por forças tão extraordinárias que é impossível, falar, respirar e até pensar. Algo assim como estar sendo executado impiedosamente por garrote vil. Lembra do garrote vil? Pois é, a última vez que foi usado, pelo que se sabe, foi quando o regime franquista, na Espanha, executou os militantes que haviam literalmente detonado o Almirante Carrero Blanco, provável sucessor e Franco. Na Espanha franquista (1939-1975), o garrote vil, instrumento empregado para a pena capital era uma espécie de torniquete que era colocado no pescoço do condenado, sentado numa cadeira de espaldar alto, no qual estava inserido o cinto acionado por um parafuso que, ao tempo que apertava estrangulando, entrava lentamente através da nuca, esmagando os ossos. Tudo manual e lentamente. Os carrascos especializados no garrote vil se gabavam de poder prolongar a agonia da vítima por até 45 minutos. Acredito que o inventor do garrote vil sofria de enxaqueca, ele sabia o que estava fazendo. O instrumento, além de matar o condenado, destinava-se a fazê-lo sofrer uma agonia lenta e insuportável. Dizem que a enxaqueca não mata, mas, quanto ao resto é igual ao garrote vil, só que mais dolorida. A enxaqueca, na realidade, não é apenas um tipo de cefaléia, mas uma síndrome neurológica conhecida desde os primórdios da humanidade, afetando grande parte da população mundial. Caracteriza-se pela presença de dores de cabeça recorrentes, unilaterais ou bilaterais, geralmente de caráter pulsátil, com intensidade de muito fortes, super intensas até insuportáveis, precedidas ou não por sinais neurológicos focais denominados de aura, uma espécie de ilusão ótica que faz o indivíduo, literalmente, ver estrelas. Usualmente é acompanhada de náuseas, vômitos, aversão à comida de qualquer espécie e fotofobia. Ainda não há cura, mas hoje existem tratamentos que diminuem muito ou até acabam com as crises. O que tem a ver pulgas com enxaqueca? Aquilo que escrevi acima, a dor é tão cruciante, tão intensa e brutal que torna o portador inútil para qualquer atividade durante as crises, pulgas com enxaqueca ficariam paradas num lugar escuro sem pensar em encher o saco de pessoas. Falei. JAIR, Canoas, 27/06/09.

4 comentários:

Jorge disse...

Nunca tive enxaqueca e depois de saber que é assim tão ruim, espero nuca ter.

Beth Cerquinho Artesanando a Vida!! disse...

Meu amigo..meu marido era assim ,ele fez tratamento com um remédio chamado B6 acompanhado de cardiologista e hoje te apenas as dores normais...presenciei cenas que me sentia impotente pra ajudar e agora estamos livres desse trauma..
Abraço e um mega dia

Anônimo disse...

Terroristas que asesinaron cobardemente al Almirante Don Luis Carrero Blanco

Adri disse...

Nunca consegui imaginar a dor causada pela enxaqueca.... mas acho que voce agora conseguiu explicar com palavras o tal disconforto....