sexta-feira, 12 de junho de 2009

INSANIDADE


Recentemente me candidatei a emprego para o qual estava qualificado. Nenhuma surpresa quando meu currículo foi aprovado e fui chamado a apresentar os documentos e comprovantes necessários à admissão. O que chamou atenção foi o pedido de atestado de sanidade mental que deveria apresentar. Pois é, para um emprego simples, normal, apenas bem qualificado há necessidade de provarmos que não somos loucos de pedra, ou que não portamos algum tipo de desvio comportamental que comprometa nosso desempenho ou as relações pessoais dentro da empresa. Agora me pergunto, e aos governantes de países é exigido que provem serem homens mentalmente SÃOS? Que garantias temos que, homens que podem manipular mecanismos políticos, administrativos ou físicos os quais ameaçam de morte milhões de pessoas, são mentalmente responsáveis? Para reflexão, abaixo relaciono quatro notícias sobre testes nucleares realizados por quatro países governados por HOMENS. Homens que não foram submetidos a testes de lucidez por ninguém antes de tornarem-se dirigentes de suas nações:

ESTADOS UNIDOS:
A mais de 50 anos um teste atômico chamado Castle Bravo, com uma bomba de hidrogênio de 15 megatons, (quase 1000 vezes maior do que a de Hiroshima) devastou o Atol das Ilhas Bikini, vaporizando 3 ilhas. A temperatura da água subiu a 55 mil graus e no local ficou uma cratera de 2 Km de diâmetro e 75 metros de profundidade, o topo da nuvem da explosão atingiu 40 Km de altura em apenas 6 minutos. Antes do teste (obviamente) todos os habitantes do local, que já haviam sido realocados na ilha Rangerik, foram deslocados para as Ilhas Kili, nas proximidades. No início dos anos 70 o governo dos EUA os levou de volta para o local original (Bikini), mas teve que removê-los novamente porque a radioatividade ainda era alta. O Atol é parte das Ilhas Marshall, um local remoto no meio do Oceano Pacífico, com paisagens paradisíacas e destino turístico famoso, hoje a área de Bikini raramente recebe visitantes e deve permanecer assim por um bom tempo. Todo o ecossistema parece estar se recuperando muito bem, o que mostra a resistência e capacidade de recuperação da natureza se for deixada em paz. Os mergulhadores atribuem à pouca movimentação humana na área esta recuperação tão forte. Por outro lado, em terra firme, os cientistas dizem não ser possível consumir as frutas nativas que continuam altamente contaminadas pela radiação.

FRANÇA:
Finalmente a França se propõe indenizar aqueles que ficaram doentes ou sofreram danos em consequência de testes nucleares realizados pelo país. O governo francês reconhece desta forma pela primeira vez, também em sentido material, que os testes atômicos feitos nas últimas décadas causaram vítimas. Em ilhas como Mururoa e Fangataufa foram realizados, ao longo de 30 anos, cerca de 200 testes, principalmente subterrâneos. No total, 150 mil militares e cidadãos franceses trabalharam nos experimentos com explosão atômica. "Em teoria, eles também têm direito a indenização, tanto quanto as populações locais", diz o ministro da Defesa da França. "Os danos serão integralmente indenizados." No primeiro ano, um total de 10 milhões de euros será disponibilizado para as indenizações. De acordo com as o Ministério da Defesa, algumas centenas de pessoas já podem pedir indenização. Organizações que defendem o interesse das vítimas falam de números muito maiores. Outra conquista é que as vítimas não precisam provar nada: é responsabilidade do governo francês evidenciar que suas doenças não são relacionadas aos testes atômicos. Trata-se, principalmente, de diversos tipos de câncer. De acordo com o ministro Hervé Morin, o governo francês acreditou por muito tempo que "todos os testes nucleares tinham ocorrido de acordo com as regras de segurança". Governos subsequentes também consideravam, segundo o ministro, que a indenização de vítimas poderia ameaçar a política de armas nucleares francesa. Mas Morin acha que agora, 13 anos após o último teste nuclear, "é hora da França se olhar de novo nos olhos". Vários ex-funcionários descreveram como era negligente na época a maneira de lidar com os testes nucleares. "Nós nadávamos duas ou três vezes por dia no local onde eram feitas as explosões subterrâneas", conta Florence Bourel, que trabalhou em Mururoa em 1982 e 83. Em 2002 ela contraiu câncer. Ela culpa o governo francês de ter cometido erros, mas na época não conseguiu nada com sua petição. Agora, seu câncer já foi superado, mas Florence Bourel espera que a nova posição do governo possa restituí-la, pelo menos, em sentido financeiro.

ÍNDIA:
A Índia realizou três testes atômicos subterrâneos no deserto de Rajasthan no dia 11 de maio de 1998. Os testes causaram revolta internacional, e a Índia passou a integrar o grupo das potências nucleares do mundo. Um balão do Greenpeace sobrevoou o Taj Mahal para protestar contra os testes nucleares.

CORÉIA DO NORTE:
Apenas um dia após a comunidade internacional ter condenado com rigor as explosões nucleares subterrâneas na Coreia do Norte, o país disparou dois mísseis de curto alcance (130 quilômetros) na costa leste do Mar Amarelo. Pouco antes, o Conselho de Segurança Organização das Nações Unidas divulgara uma resolução condenando unanimemente os testes. Recentemente, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohammed el Baradei, enquadrara a Coreia do Norte na categoria das potências nucleares. Entretanto, especialistas calculam que o país ainda precisará de até oito anos para poder construir uma ogiva para os mísseis que está produzindo. Acredita-se que as ogivas de teste da Coreia do Norte ainda devem ter o tamanho aproximado da bomba de Hiroshima e não estão aptas a serem acopladas aos mísseis testados. Há consenso que, nos últimos anos, o país produziu plutônio suficiente para construir oito armas atômicas. Contudo, devido a seu tamanho, elas só poderiam ser transportadas por aviões de combate, os quais dificilmente passariam despercebidos pela defesa aérea dos países vizinhos. Mesmo assim, as bombas representam um perigo potencial, por exemplo, para a capital sul-coreana, com 20 milhões de habitantes. Só aproximadamente uma hora antes da explosão, a Coreia do Norte comunicou aos governos em Washington e Pequim que planejava um teste nuclear. O ainda traumatizado Japão, ali nas barbas da Coréia, não recebeu qualquer aviso. JAIR, Canoas, 12/06/09.

6 comentários:

Jorge disse...

Meu amigo, se você quiser varrer ruas não pode ser maluco, mas se é para apertar o botão que leva milhões de pessoas à morte, ser maluco é uma condição necessária e exigível.

Adri disse...

Acho que teste de lucidez, deve ser padrao, para trabalhos que outras vidas dependem em acoes tuas... Consiencia e saude mental com concerteza nao seria a mesma para os involvidos nestas decisoes de testes atomicos....

Augusto Ouriques Lopes disse...

Gostei bastante da figura escolhida para ilustrar seu texto.

Leonel disse...

Jair: Para ocupar um cargo eletivo não se pede atestado de sanidade mental nem folha corrida! Já foram eleitos e empossados candidatos que já estavam até presos, indiciados em crimes !
Só um detalhe: a explosão da bomba H americana no Pacífico ainda atingiu um pesqueiro japonês, cuja tripulação foi vitimada pelos males da radiação nuclear. É incrível a quantidade de bombas nucleares que os EUA explodiram na atmosfera, nas décadas de 50 e 60 ! A U.R.S.S. também explodiu diversos artefatos naquela época. E ainda aconteceram, posteriormente, os acidentes sérios nas usinas de Three Mile Insland (EUA) e Chernobyl (Rússia). Também houve a queda de aviões que transportavam bombas nucleares e diversos acidentes fatais com submarinos nucleares americanos e russos, alguns deles ainda envoltos em mistério. Alguns submarinos nucleares russos, embora não tenham sido perdidos, tiveram seus tripulantes vitimados por vazamentos de radiação nuclear!

Anônimo disse...

Pois é, Jair. Bem boa essa sua reflexão...Quantas milahres de vidas estão nas mãos de governantes insanos? E quantos loucos já mataram milhões de pesoas com suas guerras insanas? Há de se refletir sobre issopara poder agir na sequência!
Grande abraço,

Silvia Masc disse...

As vezes basta apertar o botão do telefone, para causar catástrofes, haja visto as escutas tratando de corrupções que temos visto por aí.

abraços