Lendo um livro em que autora registra sua peregrinação à Índia em busca de uma revelação transcendental que acalmasse suas angústias existenciais, lembrei que essas buscas suscitam muitas experiências que, às vezes, até se traduzem em livros de sucesso como, “Diário de um Mago” de Paulo Coelho, ou os livros de Carlos Castaneda nos anos setenta do século passado. Claro, já li também relatos de pessoas que passam por processos de revelação mística sem os terem procurado, alguma coisa assim fortuita, não intencional mas, extremamente marcante, até traumática por vezes.
Dito isso, quero revelar que já passei por evento inexplicável para minha mente que sofre de completa ignorância sobre fenômenos místicos, mas que me trouxe uma excitação mental nunca antes nem depois experimentada. Estávamos voando na madrugada, num quase completo silêncio rádio, nenhuma aeronave voando nas proximidades naquele momento. O firmamento escuro, sem nuvens, o único som vindo dos motores, ruído hipnótico, constante como um ruído de fundo, a cabine em silêncio também. Olhando pela janela, contemplando a calma da noite, de repente senti minha consciência se fundindo com o todo, passei a fazer parte da imensidão do cosmo, eu podia enxergar tudo até o horizonte, mais que isso, eu era aquilo que via. Para tentar explicar, digo que fui absorvido pelo universo, minha mente via os mínimos detalhes da Terra lá em baixo ao mesmo tempo estava aqui no avião sentindo cada minúcia, cada parafuso, cada rebite da aeronave, cada peça dos motores e dos sistemas; os elétrons que fluíam pelos cabos; os eixos que giravam; o combustível que era sugado dos tanques e, depois de passar por bombas e filtros, era queimado dentro dos motores e, ainda assim, continuava em forma de partículas em turbilhão, depois de saírem pelo tubo de escapamento, se misturando com ar externo. Eu via e sentia tudo. Eu era tudo que existia. O eu-Universo estava consciente e era inteligente, ele comandava tudo, foi arrepiante.
Eu fazia parte do Universo, era o Universo e era eu ao mesmo tempo, dá para entender? Quanto durou? Não sei dizer, talvez poucos segundos ou minutos, contudo, foi a experiência mais estranha que já me aconteceu. Talvez seja isso que alguns chamam de experiência mística e outros de estado alterado de consciência, não sei, contudo, tento explicar como alguma coisa que, naquele momento, aumentou meus níveis cerebrais de serotonina, talvez? Sonho em estado de vigília? O fato é que, se eu fosse dado a acreditar em coisas místicas, em santos e milagres ou mundos paralelos, talvez colocasse essa experiência como uma viagem extracorpórea ou coisa que o valha, não sei. Só registro A Experiência porque suspeito que muitos já passaram por algo parecido e têm receio de relatar para não passarem por místicos alienados ou coisa pior. JAIR, Floripa, 07/09/10.
6 comentários:
jair ,posso entender vc, convivo com esse enigma desde de que meu filho caçula era bem pequeno,hoje ele sabe lidar com o que chamam de experiência fora do corpo,essa situaçao se da quando vc se encontra bem relachado , ou seja descançado ,sem ter bebibo alcool,ou estar com o estomago cheio, entao vc está aberto (viagem astral) o que nao é para todos,meu filho faz essas viagens ,é um publicitário bem sussedido e sério,portanto o que disse é tb sério ,só pra vc entendr um pouquinho,tem muito mais do que te relatei.Sua seguidora!
Amigo, eu acho muito interessante essas coisas, mas só experimentei coisa parecida por breves momentos, que hoje não sei se foram reais ou apenas sonhos, pois quando me lembro, parecem imprecisos.
Mas, acredito que nossa mente pode conter galáxias de experiências novas, que estão lá guardadinhas, a espera que as tiremos da prateleira, por algum processo que parece ser sempre expontâneo.
- Acho que todo mundo passou ou passará por algo parecido. A julgar pelos poucos episódios do tipo vividos por mim, a Valdja tem razão: eles só ocorrem quando se está completamente relaxado. Mas nunca consegui definir se fui eu quem mergulhou no Universo, se o Universo mergulhou em mim, ou se minha consciência mergulhou em si mesma. Abraços.
Para complementar: Durante o evento eu estava completamente relaxado, não havia bebido (não bebo há mais de quinze anos) nem comido. O que vocês relatam, com eu presumia, é a mesma experiência que tive. Obrigado por exporem suas passagens.
Jair. Lembra daquele escritório que eu tinha na rua Conselheiro Crispiano no centro velho de São Paulo? Pois bem. Certa vez, com a sala fechada, luzes apagadas, estava eu na penumbra deitado ao chão sobre o carpete, ventilador ligado, quando me senti saindo de mim próprio me dirigindo para a janela onde fiquei observando o movimento da rua oito andares abaixo. Estava consciente e sabia que se me movimentasse tudo se acabaria, portanto continuei na mesma posição por vários minutos até que o telefone tocou e tudo se acabou. Foi uma experiência no mínimo interessante e que comentei somente uma vez com uma única pessoa, porém, mais coisas inexplicáveis aconteceram naquela sala.
Grande abraço,
Joel.
Joel,
Essa sua experiência é mais uma prova que existe algo inexplicável e misterioso no limiar entre o corpo e algo etéreo que pode ser a alma.
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