Às vezes nos deparamos com filmes que parecem ser feitos sob medida para este ou aquele ator, por exemplo, quem assistiu “A promessa” com Jack Nicholson, sabe do que estou falando. O filme lhe é ajustado como uma luva, é ocioso imaginar outro ator delirando com tanta convicção nos momentos finais daquele drama policial familiar.
Para espectador mais atento pode parecer que o autor da história, ao adaptá-la para o cinema, teve em mente determinado ator ou atriz; ou o diretor ao ler o roteiro “viu” exatamente quem deveria fazer aquele papel. Se assim não for, alguma outra coisa nos passa essa impressão.
Assistindo o excelente “A vida secreta das abelhas” com a emergente atriz Dakota Fanning, ocorreu-me isso: Filme e atriz foram feitos um para o outro, ou melhor, como a atriz veio primeiro o filme foi feito para ela, não há como fugir dessa idéia. É impossível imaginar outra atriz no papel principal. Dakota, nascida em 1994, é atriz desde o berço, por assim dizer, estreou em 2000 na série para tevê ER e não mais parou de crescer e transformar-se desde então.
Já no filme “Guerra dos mundos” (2005), onde fazia a filha Rachel de Tom Cruise, praticamente roubava a cena toda vez que aparecia. De lá para cá, seus personagens “lhe caem bem” e ela detona todas as vezes, contudo, é no “A vida secreta das abelhas” que a atriz mirim, finalmente se torna a encarnação de Jodie Foster (quem não lembra de “Taxi driver”?), ou seja, mostra o potencial que define a diferença entre “apenas um rostinho bonito” e uma grande atriz com personalidade e presença dominante, que certamente será.
Como disse no início, filme que parece ser feito para este ou aquele autor é, exatamente, o que a “A vida secreta...” lembra; foi feito para Dakota, é o número que ela calça. Uma personagem politicamente correta em meio a uma sociedade racista nos anos sessenta, a atriz adolescente sente-se num à vontade que pode surpreender o espectador desavisado. Quando Lily Owens (Dakota Fanning) beija Zachary Taylor (Tristan Wilds) a atriz mostra a que veio, ela consegue transpor a frágil ponte que une – e as vezes separa - pessoas de cores diferentes com uma tranquilidade e segurança que aumentam sua estatura de atriz, é o ponto alto de um desabrochar de quem será uma estrela destinada a dar muita satisfação a seus fãs. Sem macular a intenção do autor, poderíamos chamar a obra de uma revelação de “A vida secreta de Dakota Fanning”, considerando que Dakota, como uma crisálida saída do casulo, transformou-se finalmente numa incrível e fulgurante borboleta. JAIR, Floripa, 28/09/10.
6 comentários:
Jair, obrigado pela recomendação. Este filme já estava na minha lista dos que deviam ser assistidos. Agora, ganhou prioridade.
Abraços!
- Não sou tão cinéfilo como você, Jair, ou como o Leonel, mas tenho em alta consideração as opiniões de vocês. E a ode do Jair não é a de um fã deslumbrado, mas de um conhecedor profundo da sétima arte. Já botei o filme na minha lista. Abraços.
Assisti "A vida secreta das abelhas" e concordo, essa Dakota se encaminha para ser a grande atriz desta década, quiçá do século. Belo comentário, parabéns.
Um filme maravilhoso e um show de atriz!! Fantástica, ela é de uma serenidade e sensibilidade especial!!
Gostei dos filmes dessa garota, desde sempre. Assistirei A Vida Secreta das Abelhas com certeza, moço.
Você comenta com muita clareza, despertando nossa curiosidade sobre o "produto" comentado.
Moço, obrigada por ir no meu canto. Espero que tenha gostado e volte tantas vezes...
Beijos.
Olá,
Assisti também aqui nos EUA "The secret life of bees". Gostei muito do filme. A Dakota desempenha muito bem seu papel, como sempre acontece em todos os filmes. Neste filme tem a presença da famosa Alicia Keys, que tenta, mas ainda é bem melhor como cantora.
Beijos da nora,
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