quarta-feira, 14 de abril de 2010

A CIÊNCIA TAMBÉM PISA NA BOLA

Huygens

Christianus Huygens foi um matemático, físico e astrônomo holandês, nascido em Haia, em 14 de abril de 1629. Ele é um ícone da tecnologia em progresso representada pela introdução recente de telescópios na observação dos astros; da habilidade experimental e de uma mente cética, criativa e curiosa, sempre aberta a novas ideias. Por abordar os novos desafios com bastante imaginação, foi o primeiro a sugerir que, quando olhamos Vênus, o que vemos são sua atmosfera e suas nuvens; o primeiro a deduzir algo sobre a natureza dos anéis de Saturno – os quais Galileu classificava como “orelhas”; o primeiro astrônomo a registrar em desenho uma marca reconhecível na superfície de Marte; o segundo, depois de Robert Hooke, a reconhecer a Grande Mancha Vermelha de Júpiter.

Em contrapartida, Huygens também era “antenado” com seu tempo, de modo que partilhava das crenças e superstições da sociedade na qual vivia, e olhava o mundo pela ótica da política mercantilista marítima que a Holanda praticava, nada estranho ou inusitado, portanto.

Assim, como “quem lavra pratos, com mais razão também os quebra”, Huygens foi autor de uma das mais notáveis jumentices que se tem notícia na astronomia, uma escorregadela na maionese de dimensões astronômicas por assim dizer. Quando Galileu observou que Júpiter tinha quatro luas, Chistianus Huygens, bem de acordo com sua natureza curiosa, formulou a seguinte pergunta: Por que Júpiter tem quatro luas? Uma sacada sobre essa questão poderia ser obtida respondendo-se a pergunta: por que a Terra tem uma única Lua? Ora, na Terra a função da Lua era, segundo concepção corrente na época, além de proporcionar alguma luz à noite; produzir marés e auxiliar os marinheiros a navegar. Por comparação, se Júpiter tem quatro luas, deve haver muitos marinheiros naquele planeta. Mas marinheiros precisam de barcos, barcos precisam de velas, velas precisam de cordas e, supondo, cordas precisam de cânhamo. Logo, Júpiter tem muito cânhamo. Não duvidem, foi exatamente esse o raciocínio do senhor Christianus!

Depreende-se que Júpiter seria uma espécie paraíso dos fabricantes de cordas e dos maconheiros, já que o cânhamo referido é a mesma Cannabis sativa que se usa para alcançar o tal “barato”. Deixo observações aos senhores leitores, mas, não é insanidade imaginar que o senhor Huygins, ao projetar essa ilação fantasiosa, estava era “viajando” sob efeitos dos eflúvios do tal cânhamo. JAIR, Floripa, 14/04/10.

3 comentários:

J. Carlos disse...

É assim mesmo. Até entre os melhores sempre surge alguém que paga mico.

R. R. Barcellos disse...

Apesar dos exageros delirantes, as hipóteses de Huygens são mais palatáveis que a versão de Buffon, que colocava a Terra como único planeta habitado do Universo.

Leonel disse...

Tomando uma suposição como fato e, a partir daí, criando inferências, podemos ir parar a anos-luz da verdade...