sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Justiça


Ao organizar-se em sociedades o Homo sapiens foi compelido a criar regras mínimas que permitissem uma convivência sem muito atrito entre seus membros. Claro, essas regras incluem punir aqueles que violarem as próprias regras. Ou seja, leis são instrumentos que sociedade usa para manter os homens ancorados no patamar que se convencionou ser “bom para todos”, quem viola as leis paga o preço, ou deve pagar o preço.
Pois bem, há leis lenientes oriundas de sociedades ditas civilizadas e outras nem tão frouxas aplicadas em sociedades mais “primitivas”. Na China, casos de corrupção normalmente são punidas com a morte do culpado e a bala usada na execução deve ser paga pela família. Em outras sociedades como a do Brasil, por exemplo, pune-se apenas gente pobre, aos ricos falcuta-lhes não sentar no banco dos réus, e quando sentam por algum descuido, suas sentenças são anormalmente brandas e cumpridas em liberdade, nada a estranhar numa sociedade onde “todos são iguais perante a lei”, mas alguns são mais iguais que outros. Ainda mais, quando o culpado for apenado com mais de trinta anos não deve se preocupar, pois pelo Código de Execuções Penais, não se pode permanecer mais de trinta anos atrás das grades. Assim, cabo Bruno, ex policial condenado a 117 anos pela acusação de assassinato de mais de cinquenta pessoas, saiu da cadeia por “bom comportamento” depois de cumprir apenas 27 anos.
Bem, não há muito o que falar de um país em andam soltos pelas ruas: Paulo Maluf, Jader Barbalho, Luiz Estevão, Jorgina de Freitas e outros cidadãos exemplares por aí. Mas o que falar de um país europeu, Noruega, supostamente com arcabouço jurídico, leis e costumes de primeiro mundo? Supostamente, por se tratar de uma democracia, uma sociedade que valoriza a vida? Pois é, Anders Behring Breivik, assassino confesso de 77 inocentes foi condenado a 21 anos de prisão. Vinte e um anos!!! Isso dá menos de cem dias por vida tirada! É incrível, mas no ano de 2033 Anders poderá estar livre com toda sua empáfia e convencimento, pronto para por em prática aquilo que chamou de justiçamento e mortes perfeitamente justificáveis. Parabéns ao aparelho judiciário da Noruega, pelo visto a justiça de lá não deixa nada a desejar a esta do Patropi. JAIR, Floripa, 24/08/12. 

5 comentários:

Joel disse...

Jair.
Me causou estranhesa e até um certo espanto o fato desse tal Breivik ter se apresentado ao tribunal sempre bem escanhoado e trajando ternos bem cortados, nunca usando roupas de prisioneiro, como era de se esperar, aparentando o ar tranquilo de um artista ou ministro. E por falar em ministros, também ma causa estanhesa o fato de ex ministros da Justiça esquecedo-se da ética, colocarem seus serviços em favor de bandidos, usando de recursos e petições para retardar ou impedir que seus clientes sejam pegos pelas garras da lei. Com apalavra, Marcio Tomaz Bastos.

Abraços de com força,
Joel.

R. R. Barcellos disse...

Pois é... o mundo pouco evoluiu desde Hamurábi.
Abraços, amigo.

Tais Luso de Carvalho disse...

Aqui já sabemos como funcionam as coisas... E nada mais é novidade. O sistema é falho, todos sabem; além das leis serem fracas, não são cumpridas. É a fome com a vontade de comer, deixando o campo livre e próspero!
E viva a República...

Abraços.
Tais

Unknown disse...

Sem comentários, na essência da palavra!

Attico CHASSOT disse...

Meu caro Jair,
jornal deste sábado no apresenta o ex-Cabo Bruno como Pastor de uma igreja.
Ele não está absolvido apenas. Agora, em nome de Deus, ele absolve.
Essa é realidade,
attico chassot