Depois da morte de Lênin o qual havia “liderado” a revolução bolchevique que derrubou a monarquia dos Romanov na Rússia, subiu ao “trono” do PC russo e do executivo do país, um dos mais sanguinários líderes comunistas da história da humanidade: Stálin.
Ióssif Vissariónovitch Stálin, nome adotado por Ioseb Besarionis Dze Djughashvili, - porque Stálin soava como algo metálico em georgiano, idioma falado na Geórgia, onde nasceu - era um homem determinado e impiedoso que se fez notar em 1918 quando ingressou no Partido Comunista. Quando Lênin morreu em 1924, depois de alguma luta de bastidores, Stálin foi entronado como presidente do Partido e, potencialmente, como condutor supremo da União Soviética até sua morte em1953.
Seu reinado caracterizou-se pela demanda de “planos” de desenvolvimento que visavam à transformação de uma Rússia de agricultura feudal em potência industrial. Essa transição seria imposta ao campesinato a custa de milhões de mortes, a maioria por inanição. Lênin havia, de certa forma, apontado para o futuro truculento da revolução ao implantar campos de trabalhos forçados para os “inimigos” do partido, que na linguagem bolchevique queria dizer quem não lesse pela mesma cartilha dos líderes. Stálin foi muito mais longe, instituiu o terror absoluto para dobrar o campesinato aos seus ditames. O ditador transformou a Sibéria no que passou a ser conhecido como “Gulags”, região saturada de campos de trabalho, onde os chamados “dissidentes” eram internados teoricamente por tempo limitado, mas que na prática permaneciam até morrer de fome, exaustão ou doenças, sob condições indescritíveis. Neste quesito Stálin foi precursor de Hitler e serviu de orientador para conduzir seres humanos até a mais abjeta degradação depois à morte.
Nos fins dos anos vinte e início dos anos trinta, o plano qüinqüenal de Stálin passou a confiscar a produção dos agricultores de modo a deixá-los sem o que comer. Segundo sua ótica bolchevique, camponeses “ricos”, chamado Kulaks, eram todos os que possuíssem alguns cavalos, algumas vacas, alguns empregados. Porém esses critérios não eram rígidos, ficando ao sabor da vontade de seus comissários julgarem quem deveria ser castigado por ser “rico”. O mais das vezes esse julgamento se fazia em razão de empatias pessoais não tendo nada a ver com as posses dos acusados, e assim muita gente foi morta ou deportada para os “Gulags” sem nem saber por quê. A loteria stalinista da vida ou morte não se regia por quaisquer regras racionais ou conhecidas por suas vítimas.
Um episódio que ilustra bem o comportamento sanguinário desse celerado que durante seu reinado queria implantar a “ditadura do proletariado” em nome do comunismo, deu-se antes mesmo dele ter assumido o comando da nação. Em 1918, quando ainda era apenas um “comissário” de Lênin, Stálin foi despachado para a cidade de Tsarítsin, a qual era uma espécie de celeiro do Cáucaso. Num trem blindado com quatrocentos guardas vermelhos, Stálin entrou na cidade e mostrou a que viera fuzilando os suspeitos de serem contra revolucionários. Foi ali que Stálin compreendeu a conveniência da morte como instrumento político mais simples e eficaz. Essa conduta durante a guerra civil era a marca registrada dos bolcheviques, com suas botas de couro, capotes e coldres, que abraçaram o culto do glamour da violência, uma brutalidade que Stálin assumiu integralmente.
Não obstante toda uma carreira calcada na violência e morte de adversários para obtenção de poder absoluto pelo medo, Stálin só estabeleceu o Terror ao partido do final de 1936, o qual durou até sua morte. O Monstro transformou os medos delirantes da guerra com a Alemanha, os perigos reais da guerra que se travava na Espanha e os inexplicáveis fracassos industriais causados pela incompetência de seus prepostos, numa teia de conspirações de seus inimigos dentro do Partido. E isso era justificativa suficiente para determinar expurgo de milhares de partidários que até o dia anterior “bebiam no mesmo copo” que ele. Em completa consonância com a distorcida lógica dos ditadores que só o medo reduz todos à obediência cega, Stalin baixou uma Lei em 1º de dezembro que os “inimigos” do partido deveriam ser julgados e fuzilados dentro de uma hora, sendo que seus familiares também seriam executados em seguida. Neste mesmo mês 6501 pessoas foram fuziladas. Stálin não tinha um plano preciso para aumento do Terror, apenas a crença que o próprio Partido deveria ser aterrorizado para se submeter a seu jugo e que velhos dirigentes deveriam desaparecer.
A paranóia era onipresente em todas as ações do Ditador, ele precisava de vítimas para o seu “moedor de carne” cada vez mais ávido por vidas. No início e 1937 propôs que seus comissários estabelecessem números de pessoas a serem moídas pela máquina do Partido. Assim, seu adjunto Iejov propôs uma ordem de Nº 00447 que entre 5 e 15 do próximo mês, os números fossem: 72850 pessoas fossem fuziladas e 259450 deportadas para os Gulags. As famílias dessas pessoas deveriam ser mortas ou deportadas também. Stálin e o Politburo aplaudiram a proposição em pé.
Não demorou para que o “moedor de carne” adquirisse tal impulso que, conforme a caça às bruxas se aproximava de seu auge e os ciúmes e as ambições entre os áulicos se atiçavam, cada vez mais gente era jogada na máquina. As cotas das regiões foram logo cumpridas, e pediram então números maiores, o Politburo concordou com fuzilamento de outras 22500 pessoas e, depois, mais 48 mil. Neste aspecto, o Terror stalinista foi diferente dos crimes de Hitler, que destruir sistematicamente judeus e outras minorias determinadas. Na Rússia, ao contrário, a morte era, o mais das vezes, aleatória: um comentário distraído, um flerte com idéias diferentes das do Partido, a inveja da posição de um vizinho, vingança ou pura coincidência causavam a morte a tortura de famílias inteiras. Mas para o Partido isso não importava: “Melhor ir longe demais do que não ir longe o suficiente” era o lema de Stálin. Ao fim, a ordem Nº 00447 havia ceifado 386798 vidas e encarcerado 767397 inocentes.
O Terror não foi apenas consequência da monstruosidade de Stálin, mas se formou, expandiu e acelerou graças a seu caráter perverso e dominador, o qual refletia seu rancor e seu espírito vingativo. “A maior delícia”, disse ele a um de seus comissários, “é marcar o inimigo, preparar tudo, vingar-se por completo e depois ir dormir”. Stálin e a cúpula comunista mataram com entusiasmo, inconseqüência, quase com alegria e, em geral, assassinaram mais do que lhes foi proposto. Ninguém jamais foi processado por esses crimes. JAIR, Floripa, 04/09/11.
Ióssif Vissariónovitch Stálin, nome adotado por Ioseb Besarionis Dze Djughashvili, - porque Stálin soava como algo metálico em georgiano, idioma falado na Geórgia, onde nasceu - era um homem determinado e impiedoso que se fez notar em 1918 quando ingressou no Partido Comunista. Quando Lênin morreu em 1924, depois de alguma luta de bastidores, Stálin foi entronado como presidente do Partido e, potencialmente, como condutor supremo da União Soviética até sua morte em1953.
Seu reinado caracterizou-se pela demanda de “planos” de desenvolvimento que visavam à transformação de uma Rússia de agricultura feudal em potência industrial. Essa transição seria imposta ao campesinato a custa de milhões de mortes, a maioria por inanição. Lênin havia, de certa forma, apontado para o futuro truculento da revolução ao implantar campos de trabalhos forçados para os “inimigos” do partido, que na linguagem bolchevique queria dizer quem não lesse pela mesma cartilha dos líderes. Stálin foi muito mais longe, instituiu o terror absoluto para dobrar o campesinato aos seus ditames. O ditador transformou a Sibéria no que passou a ser conhecido como “Gulags”, região saturada de campos de trabalho, onde os chamados “dissidentes” eram internados teoricamente por tempo limitado, mas que na prática permaneciam até morrer de fome, exaustão ou doenças, sob condições indescritíveis. Neste quesito Stálin foi precursor de Hitler e serviu de orientador para conduzir seres humanos até a mais abjeta degradação depois à morte.
Nos fins dos anos vinte e início dos anos trinta, o plano qüinqüenal de Stálin passou a confiscar a produção dos agricultores de modo a deixá-los sem o que comer. Segundo sua ótica bolchevique, camponeses “ricos”, chamado Kulaks, eram todos os que possuíssem alguns cavalos, algumas vacas, alguns empregados. Porém esses critérios não eram rígidos, ficando ao sabor da vontade de seus comissários julgarem quem deveria ser castigado por ser “rico”. O mais das vezes esse julgamento se fazia em razão de empatias pessoais não tendo nada a ver com as posses dos acusados, e assim muita gente foi morta ou deportada para os “Gulags” sem nem saber por quê. A loteria stalinista da vida ou morte não se regia por quaisquer regras racionais ou conhecidas por suas vítimas.
Um episódio que ilustra bem o comportamento sanguinário desse celerado que durante seu reinado queria implantar a “ditadura do proletariado” em nome do comunismo, deu-se antes mesmo dele ter assumido o comando da nação. Em 1918, quando ainda era apenas um “comissário” de Lênin, Stálin foi despachado para a cidade de Tsarítsin, a qual era uma espécie de celeiro do Cáucaso. Num trem blindado com quatrocentos guardas vermelhos, Stálin entrou na cidade e mostrou a que viera fuzilando os suspeitos de serem contra revolucionários. Foi ali que Stálin compreendeu a conveniência da morte como instrumento político mais simples e eficaz. Essa conduta durante a guerra civil era a marca registrada dos bolcheviques, com suas botas de couro, capotes e coldres, que abraçaram o culto do glamour da violência, uma brutalidade que Stálin assumiu integralmente.
Não obstante toda uma carreira calcada na violência e morte de adversários para obtenção de poder absoluto pelo medo, Stálin só estabeleceu o Terror ao partido do final de 1936, o qual durou até sua morte. O Monstro transformou os medos delirantes da guerra com a Alemanha, os perigos reais da guerra que se travava na Espanha e os inexplicáveis fracassos industriais causados pela incompetência de seus prepostos, numa teia de conspirações de seus inimigos dentro do Partido. E isso era justificativa suficiente para determinar expurgo de milhares de partidários que até o dia anterior “bebiam no mesmo copo” que ele. Em completa consonância com a distorcida lógica dos ditadores que só o medo reduz todos à obediência cega, Stalin baixou uma Lei em 1º de dezembro que os “inimigos” do partido deveriam ser julgados e fuzilados dentro de uma hora, sendo que seus familiares também seriam executados em seguida. Neste mesmo mês 6501 pessoas foram fuziladas. Stálin não tinha um plano preciso para aumento do Terror, apenas a crença que o próprio Partido deveria ser aterrorizado para se submeter a seu jugo e que velhos dirigentes deveriam desaparecer.
A paranóia era onipresente em todas as ações do Ditador, ele precisava de vítimas para o seu “moedor de carne” cada vez mais ávido por vidas. No início e 1937 propôs que seus comissários estabelecessem números de pessoas a serem moídas pela máquina do Partido. Assim, seu adjunto Iejov propôs uma ordem de Nº 00447 que entre 5 e 15 do próximo mês, os números fossem: 72850 pessoas fossem fuziladas e 259450 deportadas para os Gulags. As famílias dessas pessoas deveriam ser mortas ou deportadas também. Stálin e o Politburo aplaudiram a proposição em pé.
Não demorou para que o “moedor de carne” adquirisse tal impulso que, conforme a caça às bruxas se aproximava de seu auge e os ciúmes e as ambições entre os áulicos se atiçavam, cada vez mais gente era jogada na máquina. As cotas das regiões foram logo cumpridas, e pediram então números maiores, o Politburo concordou com fuzilamento de outras 22500 pessoas e, depois, mais 48 mil. Neste aspecto, o Terror stalinista foi diferente dos crimes de Hitler, que destruir sistematicamente judeus e outras minorias determinadas. Na Rússia, ao contrário, a morte era, o mais das vezes, aleatória: um comentário distraído, um flerte com idéias diferentes das do Partido, a inveja da posição de um vizinho, vingança ou pura coincidência causavam a morte a tortura de famílias inteiras. Mas para o Partido isso não importava: “Melhor ir longe demais do que não ir longe o suficiente” era o lema de Stálin. Ao fim, a ordem Nº 00447 havia ceifado 386798 vidas e encarcerado 767397 inocentes.
O Terror não foi apenas consequência da monstruosidade de Stálin, mas se formou, expandiu e acelerou graças a seu caráter perverso e dominador, o qual refletia seu rancor e seu espírito vingativo. “A maior delícia”, disse ele a um de seus comissários, “é marcar o inimigo, preparar tudo, vingar-se por completo e depois ir dormir”. Stálin e a cúpula comunista mataram com entusiasmo, inconseqüência, quase com alegria e, em geral, assassinaram mais do que lhes foi proposto. Ninguém jamais foi processado por esses crimes. JAIR, Floripa, 04/09/11.
12 comentários:
Ótima postagem meu amigo! Em vez de 'o homem de aço' ele deveria ter ficado conhecido como 'o homem da mão de aço'...
Como sempre, estás de parabéns!
Vida Longa e Próspera!
Que ótimo texto Jair! Adorei... e acho bem interessante esse tipo de texto, antes não achava muito, mas agora estou me interessando mais. parabéns mesmo! Continue assim
Beijos e boa semana :)
Execuções, fome, privações, deportados, crueldades... Quem diria que aquele filho de sapateiro e costureira, que estudou em Seminário para ser padre seria um dos ditadores que quase não deixou pedra sobre pedra. É, foi mesmo Stálin – Homem de aço. Dado a fatos desse nível, de que mais poderemos duvidar? Tudo é possível.
Suas narrativas sempre são ótimas, você vai contando e do lado de cá lemos de um fôlego só. E com fatos e detalhes muitas vezes esquecidos.
Gostei muito.
Abraços, jair.
É importante que esses atos monstruosos jamais sejam esquecidos, para que no futuro pessoas desse calibre negativo sejam dominadas a tempo.
Parabéns pelo texto, completo e intenso, como sempre!
Abraços renovados!
O convite do meu irmão JGCosta valeu. Este relato deveria ser lido pelos seguidores do comunismo,para terem uma visão real do que representa essa ideologia utópica mas cruel. Embora sejas cético, eu quero te afirmar que esses são os diabos verdadeiros e não aqueles que as religiões fantaziam. Luz e paz. Gildo Oliveira
Boa revisão das monstruosidades deste tirano que talvez tenha superado até Hitler na forma de difundir o terror entre seu próprio povo!
Interessante notar que por aqui, muitos dos que dizem ter lutado pela "democracia" na realidade se pautavam pela cartilha deste monstro, ou pela do seu parceiro Mao-Tsé-Tung, outra aberração!
Coisas assim precisam ser conhecidas pelas novas gerações que estão sendo criadas com versões tendenciosas da história do Brasil e do mundo!
Abraços, Jair!
Como explicar a chegada de um homem tão cruel ao poder? O que é pior, como explicar milhares de seguidores concretizando as sandices deste homem? Stálin não era o único monstro, todos que assassinaram pessoas inocentes em nome do PC, fazendo seus julgamentos em uma hora, eram todos monstros. Mas isso é marca do ser humano, independente de partido, país, credo ou raça, podemos ver nas ruas, no trabalho e muitas vezes dentro de nossas casas que o "homem" é mau.
Abs, Jair.
Boa contribuição para esclarecer os que ignoram os motivos das barbaridades. O poder de fato é triturador...Parece que muitos são
os que tem sede de poder; é a imposição da ideologia à força, não se elabora uma síntese para uma solução adequada às divergências. Enfia-se o veneno goela abaixo e salve-se quem puder...Luci.
Muito estimado Jair,
muito oportuna tua trazida. Mesmo na antiga URSS Stalin foi condenado por suas atrocidades: pena que post-mortem.
Os dados que trazes são estarrecedores e irrefutáveis.
Será que alguém pode trazer algo não em defesa, mas em favor de tão bruto assassino?
As maravilhosas estações de metrô de Moscou:
http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=284306
http://www.slideshare.net/atribeiro/estaes-de-metr-em-moscou
Stalin disse: ‘Os ricos já tiveram Palácios por muito anos, agora é vez do povo tê-los’
Repito, não estou defendendo, nem justificando um assassino, apenas mostrando uma faceta da história.
Em julho, no meu blogue, tu já trouxeste a hipótese confirmada, que
Estas estações eram também refúgio e locais de escape de dirigentes do PC.
Um vez mais cumprimentos pela blogada, como sempre excelentes.
attico chassot
http://mestrechassot.blogspot.com
Muito bom,
Esse canalha precisava ser denunciado mesmo, não apenas pelo "discurso secreto" de Krushov que, aliás, foi tão cruel como Stálin durante o governo deste. Abraços.
Caro Jair,
Leio em "Stalin", publicado pela Editora Melhoramentos, 1975, p. 6, um trecho do livro de Iremashvili, intitutado "Stalin e a Tragédia da Geórgia", que inicia com uma pergunta: "MALTRATADO POR UM PAI ÉBRIO?".
Segue a transcrição desse trecho:
Iremashvili, amigo de infância de Stalin, ademais amigo de coração de "Soso" (diminuitivo de Joseph), em suas memórias publicadas em alemão, em 1932 ("Stalin e a Tragédia da Geórgia"), conta que Vissarion - pai de Stalin - era um ébrio que consumia grande parte de seus ganhos com bebidas e maltratava, sistematicamente, mulher e filho - Ekaterina e Stalin: "As terríveis e imerecidas sevícias tornaram o rapaz rude e desapiedado como o pai".
Isso explica, pelo menos um pouco, uma das raízes da psicopatia que acometeu Stalin, doença que o tornou capaz de praticar tantos crimes hedionodos, como os que praticou, depois de assumir o poder na URSS.
Um abraço.
Recomendo -
http://comunidadestalin.blogspot.com.br/
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