Dia 5 de setembro em Floripa, os marceneiros foram lembrados, milhares de peças de mobília das mais conhecidas que eles fabricam foram repentinamente usadas, incontáveis cidadãos e cidadãs saíram do armário: Com enorme brilho, bandeiras de arco-íris e estardalhaço realizou-se a quinta Parada da Diversidade. Gays, drags, bichas, trichas, baitolas, sapatas, xibungos, boiolas, qualiras, frutas, perobos, desmunhecados, mocinhas, frangas, travecos, viados, bibas, sapatilhas, efeminados, putos, sapatões, transformistas, maricões, bonecas, homos, frescos, pederastas, machonas, bambis, lésbicas, transexuais, bissexuais, paneleiros, bichonas, tias, florzinhas, queimadores de rosca, os que dão ré no quibe, as que põem as aranhas para brigar, aqueles que lavam roupa para fora, os que jogam água fora da bacia e toda a ampla escala da fauna da sexualidade alternativa, dançaram, cantaram e soltaram os bichos; além de heterossexuais militantes de carteirinha, empedernidos e sem preconceitos como eu e minha mulher, assistiram. Foi uma festa desbundante, sem trocadilho.
Há quem diga que era um verdadeiro carnaval, discordo. Era uma festa sem a obrigatoriedade de fantasias; sem a chatice de sambas-enredo sacais; sem alegorias e sem tempo cronometrado, as únicas imposições eram alegria e beijo na boca. Gay é a melhor definição para essa gente, gay traduzido do inglês significa alegre e eles realmente o são. Havia alegria espontânea, sem bagunça, sem apelação e sem baixaria, todos se divertiam. Por um dia, todos deveriam ser gays, principalmente os machistas e os homofóbicos, talvez assim o preconceito deixasse de existir. No meio da festa todos eram gays, espontâneos e estavam curtindo, ainda que depois cada um tomasse seu rumo a assumisse sua fantasia do dia a dia.
Carro chefe da trilha sonora da parada, a música “I will survive”, eterno hino da homossexualidade, a centenas de decibéis, nos remetia à “Priscilla a rainha do deserto”, só que sem deserto, no seu lugar o asfalto da beira mar norte. Triste daqueles que por ignorância ou preconceito deixaram de ir à melhor festa do ano. Viva a diversidade e a tolerância! JAIR, Floripa, 05/09/10.
7 comentários:
Parabéns aos gays!
Às vezes escapa à algumas pessoas que, se eles sumissem, o mundo ficaria bem esquisito e sem graça, sem tantos artistas, atores e músicos que fizeram e fazem tanta coisa boa.
Para não falar da sua contribuição para evitar a expansão demográfica descontrolada.
Quanto a fazer uma experiência, vamos deixar para mais tarde. Acho que todos tem o direito de serem como a natureza os moldou!
Abraços!
- E que eles/elas continuem festejando, ano após ano, sem medo de ser feliz...
Parabéns pelo texto, Jair! Afinal, eles e elas são como Deus os fez. Por que negar isto?
Jair. Por tres vezes assisti essa parada em Sampa, realmante eles(as) são alegres, entusiastas e comunicativos. Sou um simpatizante.
Grande abraço,
Joel.
Agora no Brasil falta um movimento sério como houve na Argentina para que os gays possam casar com todos os direitos.
Parabéns pela defesa da igualdade de direitos.
Seu texto é de singular "propriedade" ao abordar o assunto.
GLBT´S, ou heteros, o que importa nesta vida é realmente ser feliz.
Abraços, Manoel
Muito bom!! Um verdadeiro show de alegria, liberdade e respeito!!!
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