quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Mente vazia



Sempre li sobre o “branco” que eventualmente acomete a mente criativa do escritor de modo que ele nada consegue escrever em certas ocasiões. Alguns costumam chamar essa síndrome de “pavor do papel em branco” ou crise de ideias originais. Não sou escritor, não tenho pretensão de me igualar a essas mentes privilegiadas, mas também estou passando por um período de seca, não consigo extrair nada de novo de meu cérebro e colocar em palavras. Normalmente consigo escrever num ritmo de tal sorte que costumo ter “em estoque” cerca de dez ou doze textos prontos para serem publicados. Esse modus operandi visa garantir que em períodos moderados de seca eu possa publicar alguma coisa até que me venham as ideias novamente.  Pois é, alguns dias se passaram desde que esgotei meu estoque de textos e nada que se aproveite surgiu ainda. Parece que estou com a mente oca, passo os dias assistindo as Olimpíadas e nada me ocorre. Devo dizer que meus melhores textos sempre vêm de um estímulo qualquer através da leitura, normalmente de livros. Até isso está me faltando, nada leio há dias, os livros estão se acumulando e não encontro vontade de abri-los, assim, acabo olhando para as paredes com a mente vazia. Meu cérebro está totalmente em branco e não vejo saída, quem souber de alguma fórmula que consiga ativar mentes congeladas, por favor, me socorra, me tire deste constrangedor limbo literário, não vejo luz alguma no fim do túnel. JAIR, Floripa, 09/08/12. 

15 comentários:

Brandina disse...

E esses Hakais? Esses Limeriques? Não contam? Apenas vc mudou de estilo. Também tem os comentários nos blogues dos amigos. Tudo são letrinhas.

regina ragazzi disse...

Não concordo quando vc diz que não tem escrito nada Jair. Vc produz o tempo inteiro. Seus limeriques são sempre super inspirados. E vc é rápido pra compor seus versos. Mas acontece mesmo esse branco. A mim sempre ocorre e eu fico angustiada com isso.Mas depois passa. A gente precisa deixar fluir...Abraços.

regina ragazzi disse...

Esse seu texto me lembrou um poema que escrevi num momento assim, de branco. Postei la no blog. Quando puder passa lá. Abraços!!

Leonel disse...

Talvez essa fase dos limeriques tenha te distraído um pouco...
Mas, falando em livros, tenho aproveitado as horas de terapia para ler um livro que um amigo me emprestou há algum tempo: O RIO DA DÚVIDA, uma empolgante narrativa da viagem que Ted Roosevelt e o nosso então coronel Rondon fizeram ao longo de um inédito afluente do Madeira, totalmente inexplorado...
Fica como sugestão, isto é, se você ainda não leu...
Abraços, amigo!

JAIRCLOPES disse...

Leonel,
De fato já li, mas obrigado pela sugestão pois o livro é muito bom. Abraços, JAIR.

Unknown disse...

Encilopédico amigo,

sejamos sinceros:não há fórmulas para cura desse mal momentâneo. Já padeci dessa ausência de vontade de tocar num livro. Ia à livraria da Travessa, onde milhares de grosas de compêndios se amontoam e não me interessava nenhum deles. Isso é passageiro, fique tranquilo!

Quanto á inspiração de seus ótimos textos e poesias(que você me irrita , dizendo que não são rsrs), pense se não chegou a hora de tomar um novo rumo! escreva sobre o simplório do comportamento humano. Muita vezes ao sentarmos num banco de praça e começarmos a notar a alma de cada transeunte, descobrimos muito mais sobre a beleza ou horripilãncia da vida do que o CERN, com seu Bóson de higgs.

Muita paz!

R. R. Barcellos disse...

Isso é TPM - Transtorno de Postagem Empacada. Passa na próxima fase da lua...
Abraços, amigão.

Unknown disse...

Vossa notável criadora mente
Magoou o escritor que se recente
pois sua inspiração
deixou ele na mão.
_Puta que o pariu! Ajudem-me, gente!

Unknown disse...

Jair, todos passamos por esse branco que vc fala e parece que não há uma fórmula para sair dele. Logo vc voltará ao normal e começará a produzir como antes.
Grande abraço,
Joel.

Tais Luso de Carvalho disse...

rsrss, pois eu achei esse texto ótimo! Isso são coisas do nosso cotidiano e acontece com todos os escritores, também.
Li, e não faz muito, um cronista do jornal ZH falando sobre isso, esse branco! Acho muito natural termos falta de ideias, falta de estímulo para praticar o esporte - que estamos acostumados -, ler, pintar, viajar... e por que não podemos ter essa falta, esse branco para escrever??
Gostei dessa sua crônica, eu já senti isso e fiz como você: estoquei! A gente sobrevive!

Adorei, sim.
Abraços
Tais

Tais Luso de Carvalho disse...

Ah, esqueci quanto à ideia a lhe dar: Gostei do que o Cristiano falou '... escreva sobre o simplório do comportamento humano. Muita vezes ao sentarmos num banco de praça e começarmos a notar a alma de cada transeunte...'

A simples observação do comportamento humano é um prato cheio! Desenvolver os mistérios, as reações, os porquês de nossas atitudes é um mundo infinito! E para o bom observador...

Luci disse...

Rssrss! Achei ótimo a TPM, isso é criatividade! Opss: criativo +
vida + idade= acho que produziu o suficiente para ter um stress ...Relaxe e gose! Verá que sua mente iluminada diversificará a produção; creia na sua intuição e ensaie temas nunca dantes navegados,que tal?Luci

Attico CHASSOT disse...

Meu querido amigo Jair,
essa sazonal abstinência das letras não é algo inusual. Vez ou outra vivemos. Vivi algo parecido no segundo semestre de 2001, quando morreu minha mãe. Tive inapetência das letras por meses. Claro que para um polímata e escritor como tu esse sintoma é mais crucial.
Na crise em tela, aventuro-me a diagnósticos:
Primeiro, há um certo mascaramento da crise e o texto em que a denuncias é um contra exemplo e esse se adita a farta e continuada produção de limeriques mostra o viço de tua produção [meu blogue a cada dia continua recebendo uma safra diária de inconteste valor literário e no dia 4 de agosto, a edição que celebrava teu feito foi admirada por muitos leitores].
Segundo, esta obrigação de produzir, que nos blogueiros nos impomos ao invés de ser um catalisador pode ser um antídoto a uma boa produção. Transformar algo prazeroso a ser produzido sob vara é algo contraproducente. Isso hoje é corrente na Academia, onde a qualidade só esfacela pela exigência da quantidade,
Na expectativa que seja apenas uma nuvem passageira que empane o ‘blog que pensa’ votos de volta a fartura no teclar do apreciado escrevinhador

attico chassot

Professor AlexandrE disse...

Adorei sua postagem Nobre Colega!
Parabéns!!!

Lu Nogfer disse...

Ola Jair!

O engraçado é que os grandes escritores quando se debatem com esse momento de branco ainda escrevem belíssimo!

Adoro tudo que sai de sua mente ate quando vazia!
Amei o texto!

Beijos!