sábado, 28 de maio de 2011

Go Padres!


Ontem fomos assistir o “Padres”, time de beisebol de San Diego, jogando contra o “Cardinals” de Saint Louis, Missouri. Para começar, Padres como nome de equipe esportiva é um pouco estranho, não é comum ver-se religiosos jogando e, em geral, os nomes de times refletem animais agressivos quando é futebol e nome de pássaros no caso de beisebol, está aí o nome do Cardinals para confirmar. Contudo, lá estava o time local na quadra jogando com competência. Mas como ficam nós os brasileiros assistindo um esporte que no Brasil não figura nem entre os dez mais praticados? Bem, a meu ver, a gente tem que tentar entendê-lo um pouco antes de pagar os setenta dólares do tíquete para ocupar um lugar privilegiado no estádio.
Vamos ver o que aprendi, o beisebol é um jogo entre duas equipes de nove jogadores cada, os quais são orientados por um treinador, jogado num campo em forma de leque, limitado de acordo com regras complicadas, sendo apitado por um ou mais árbitros. O objetivo de cada equipe é o de vencer o jogo marcando mais pontos/corridas que o oponente. Não vou nem tentar falar de todas as regras que regem esta modalidade, mas sim dar umas noções sobre algumas das regras e situações básicas.
Um jogo é constituído por nove entradas ("innings", que para nós seriam tempos). Em cada entrada cada uma das equipes tem a possibilidade de atacar e de defender uma vez. A equipe visitante começa atacando, trocando de posição com a equipe da casa quando três dos seus jogadores forem eliminados, então passa a equipe da casa ao ataque. Quando três elementos de cada equipe forem eliminados acaba esse inning (tempo) iniciando-se de imediato uma nova entrada. A equipe que tiver marcado mais pontos/corridas no fim das nove entradas que dura um jogo, ganha.
Não existem empates como no futebol, pelo que se ao fim das nove entradas as equipes tiverem o mesmo número de pontos deverão realizar outra(s) entrada(s) de modo a que ao fim de um dos innings um dos times tenha mais pontos que o outro.
Num jogo de nove entradas cada equipe poderá ver os seus jogadores a serem eliminados 27 vezes (quando um jogador é eliminado só poderá voltar a atacar/bater quando os restantes oito membros da equipe já tiverem também batido).
Uma equipe quando defende coloca estrategicamente os seus nove jogadores em campo, a que ataca tem apenas um jogador (batedor) em campo. O batedor ocupa a sua posição na caixa de batimento (único jogador da equipe atacante). O lançador (jogador da equipe que defende) deverá lançar a bola para o batedor, o qual decidirá se vai ou não tentar bater essa bola. A bola deve ser lançada num quadrado imaginário que, mais ou menos, enquadra o catcher, que é o jogador do time defensor que apanha as bolas não rebatidas pelo batedor. Diga-se, bater numa bola no ar a mais de noventa quilômetros por hora com um taco roliço é quase um acaso, daí serem raras as boas tacadas que fazem home run, ou seja, bolas rebatidas para fora do estádio ou para o meio da platéia, mas fora do alcance do time adversário.
O objetivo da equipe que ataca é fazer com que o seu batedor se torne num corredor fazendo com que este avance no terreno, passando pelas três bases até chegar à Casa Base sem ser eliminado. Quando isto acontece, a equipe que ataca ganha um ponto. O negócio é esse, só o time que ataca faz ponto, portanto, o time que defende fará tudo para eliminar três atacantes de forma a encerrar a entrada e tornar-se atacante em seguida. Existem trocentas formas de eliminar os atacantes, de modo que não vou me prolongar explicando como isso acontece. Só tenho a dizer que, depois que a gente “pega o jeito” do esporte ele é bem emocionante e gostoso de assistir. Além do jogo em si, existe a tradição de os espectadores irem ao estádio munidos de luvas de beisebol para apanhar bolas lançadas fora do campo. Se alguém, numa decisão nacional, apanhar uma bola, esta poderá valer milhares de dólares para colecionadores e aficcionados. Então pode ser um bom negócio levar a luva e sentar-se numa posição estratégica onde as bolas “espirradas” possam cair. Aliás, neste jogo, de nove bolas espirradas que notei, seis caíram numa área da arquibancada à direita e atrás dos batedores.
Como disse, o “Padres” estava com a macaca, então não foi surpresa ele ter ganho de 3 x 1do “Cardinals”, embora este tenha aberto o placar e lutado com garra até o último inning. Ao contrário do que acontece em nossos estádios do Brasil, aqui as torcidas se misturam e torcem por seus times sem brigas ou confusões, inclusive, no meio o sétimo inning, todos cantam em pé o hino: “Take Me out to the Ball Game”, algo como, “leve-me ao jogo de beisebol”. Parece até desfile de quatro de julho, todos irmanados cantando juntos. Sinceramente? Gostei do jogo, até porque o time não ganhava a cinco jogos, jogou muito e ganhou bonito. Go Padres! JAIR, San Diego, 27/05/11.

7 comentários:

Adri disse...

Legal!

Anônimo disse...

Eu gosto do jogo, mas ainda estou aprendendo todas as regras...hehehe

R. R. Barcellos disse...

- Padres x Cardeais... santa rebatida!
- Já tive oportunidade de tentar rebater alguns arremessos num treino de "softball" - uma versão mais "light" do jogo, quando cursava o "Aircraft Maintenance Officer Course". na Base Aérea de Chanute, Illinnois. Meu índice: ZERO porcento.
- Abraços, Jair.

Bibiana Ferreira Pereira disse...

Adorei o texto, muito curioso, jamais iria imaginar que padres tinham esse rob.
Nunca tive curiosidade de me inteirar sobre beisebol,agora vou dar uma lidinha! Grande beijo
ADORO SEU BLOG

Leonel disse...

Eu já há muito desisti de entender as regras deste esporte nacional americano!
E agora, passam nas TVs a cabo jogos completos, em HD e tudo, com imagens maravilhosas!
De todo o espetáculo, eu fico só com os cachorros-quentes!
Abraços, Jair!

Attico CHASSOT disse...

Meu caro Jair,
desculpe a ‘furada’ entendi na primeira leitura que o jogo era entre Padres e Cardeais, e imaginei estes ‘papabiles’ com suas meias roxas impondo sua autoridades a reles padres de sotainas pretas. Certamente teria um bispo de juiz alguns monsenhores de bandeirinhas.
O jogo, ao invés de ter hinos na abertura, iniciaria com um credo cantado a capela com música gregoriana.
Certamente já terminou o meu primeiro inning.
Go Jair, and take us News.

attico chassot

Camila Paulinelli disse...

Olá,
Concordo plenamente quando diz que após entender as regras o jogo fica apreciável. Beijos da nora,