sábado, 19 de fevereiro de 2011

Mary & Max


O diretor australiano Adam Elliot, apresenta um filme que quero definir com apenas uma palavra: Genial. Nunca me vi escrevendo sobre um filme desse tipo, neste caso, animação de massinha de modelar, mas vários pontos acima de qualquer animação que eu já tenha assistido. Os personagens Mary e Max tornam-se os mais improváveis correspondentes imagináveis, meio mundo os separa, e não só isso, ele é um judeu desiludido de Nova Iorque e ela é uma menina mal ajambrada de Melbourne na Austrália.

Sua correspondência epistolar começa com a menina escolhendo um nome qualquer da lista telefônica de Nova Iorque, e escrevendo uma carta íntima com a grande indagação existencial de sua vida: “Como os bebês nascem aí nos Estados Unidos?” Na Austrália ela sabia que eles surgiam de um copo de cerveja. A menina, Mary Daisy Dinkle, usa óculos, é meio gordinha e tem uma marca de nascença na testa que, segundo ela mesma, tem cor de cocô, sua cor predileta é marrom e adora chocolate. Filha única de um pai que trabalha há 40 anos numa fábrica de chá em saquinhos e de uma mãe alcoólatra e cleptomaníaca, sua principal característica é a introspecção, ela observa tudo ao seu redor e tira conclusões.

Max Jerry Horowitz, judeu nova-iorquino descrente em Deus, faz análise e participa de um grupo de “comedores anônimos”, ele é chocólatra e viciado em cachorro-quente de chocolate. Max vive na companhia de um gato que tem apenas um olho e um peixinho dourado, não tem amigos e é extremamente inseguro, vê o mundo em preto-e-branco. Sofre de Síndrome de Asperger, um distúrbio que não o deixa perceber sinais e expressões visuais, não sabe quando as pessoas estão rindo ou o que seus gestos significam, descontrola-se ao menor sinal de “assimetria”, para ele o mundo é caótico e incompreensível.

Baseado em fato real, por ser animação, o filme poderia ser para o público infantil, não o é, Mary e Max encantam e emocionam adultos do começo ao fim, assim como a trilha sonora instrumental. É uma overdose de originalidade mesclada com genialidade do diretor, que merece a atenção de qualquer cinéfilo digno desse nome. JAIR, Floripa, 05/02/11.

6 comentários:

Leonel disse...

Pela sua descrição, mais parece coisa de Woody Allen!
Mas com figuras de massa animadas, a coisa fica mais interessante!
Está na lista para assistir!
Show de sinopse!
Abraços, Jair!

Dani Quartarolli disse...

Amei esse filme. Ri, chorei, me emocionei do início ao fim do filme.Parabéns por indicá-lo ao mundo. muito obrigada por visitar meu blog, minha casa.
Um abraço!

Carol Prata disse...

Jair, só hoje vi seu comentário, acredite.
Fico lisonjeada com as palavras que usastes ! Obrigada, achei seu blog muito interessante !

R. R. Barcellos disse...

- Parece-me um presente para adultos embrulhado como brinquedo de criança... algo assim como "O Pequeno Príncipe"...
- Bela sinopse... abraços.

J. Muraro disse...

Assisti e assino em baixo, é o melhor filme de animação já produzido. Parabéns por ter dado essa chance ao filme.

Naiana disse...

Sabia que você iria gostar. Esse filme é muito delicado e trata de forma muito interessante a relação dessas duas pessoas tão diferentes. Grande beijo.