sábado, 25 de dezembro de 2010

Destruindo o Planeta


Em outros textos já mencionei a ação deletéria do Homo sapiens em relação ao Planeta que o acolhe com tanta fartura e segurança. Já comparei o homem a um inquilino desmazelado e egoísta que só vê a si mesmo, e que maltrata a senhoria dadivosa a qual, algum dia, poderá perder a paciência e despejar esse morador incômodo.

O certo é que nosso acelerado crescimento demográfico, nosso desmedido uso de energia, a urbanização desorganizada e o emprego de novos materiais para satisfazer nossos ideais de consumo, estão num curso de colisão que deverá alterar, talvez além de um ponto de retorno, os sistemas naturais de recuperação de nosso Planeta, ameaçando a sobrevivência biológica do Homo e de todas as criaturas vivas. Hoje quando apenas metade da humanidade entrou na era tecnológica, as pressões são monumentais por parte daqueles que querem sua fatia do bolo. Explico. É natural que o ser humano almeje algo que ele chama de progresso, ninguém quer viver sem água encanada, luz elétrica, telefone, urbanização e todas as demais comodidades que a ciência pôs a disposição das pessoas. Contudo, os recursos naturais, quaisquer que sejam, não são permanentes, eles se esgotam. Por exemplo, há consenso entre os cientistas que os peixes e demais seres marinhos que nos servem de alimentos, deixarão de ser viáveis para pesca dentro de quarenta anos, ou seja, em quatro décadas não mais poderemos contar com frutos do mar em nossos cardápios, os pescados estarão virtualmente extintos.

Pois bem, hoje com algo em torno de seis bilhões de habitantes no Planeta, já vislumbramos inúmeras fontes de alimentos e de geração de energia sendo exterminadas. Então vejamos, com metade da população exigindo sua cota de progresso; níveis de consumo cada vez mais altos; e uma população de dez bilhões de seres pensantes daqui algumas décadas, a conta não vai fechar mesmo. Os riscos estão sendo equacionados com metade da população que apenas elevou sua demanda um pouco acima do homem neolítico. Mas suponhamos que dez bilhões tratem de viver como europeus ou japoneses, aliás, a China dá mostras que quer elevar o patamar de consumo daqueles bilhões que lá vivem. Suponhamos que o ideal de consumo seja o padrão americano com quase um automóvel para cada pessoa. Iríamos elevar o nível de monóxido de carbono a algo difícil de equacionar, mas, certamente, acima do suportável pelos nossos pulmões e pela natureza. Suponhamos que dois terços dos menos aquinhoados mudem para as cidades, buscando nelas os níveis de uso energético e consumo materiais do mundo desenvolvido. Não há maneira de solucionar tal equação.

Mas, neste caso, o que irá acontecer? Um aumento de Consumo? Sim, mas de onde tirar esse consumo? Demanda de comodidades urbanas? Sim, mas como? Ou será que existe alguma solução mágica pela qual o maltratado Planeta, tirando um coelho da cartola devolverá à natureza sua condição primeira e saudável? A ninguém é dada a capacidade de responder.

Em conclusão, existem dois mundos que interagem: A biosfera que o homem herdou e tecnosfera que ele criou. Esses dois mundos estão em desequilíbrio, ou melhor, estão em conflito aberto e total, e, até agora, a biosfera está apanhando de cano de ferro. E o incauto Homo sapiens, a exemplo do marisco entre o mar e a rocha, está no meio da briga. Esta é conjuntura da História na qual estamos vivendo. Um vislumbre do futuro abrindo-se para uma crise total e irreversível. Uma crise global maior e mais perversa do que qualquer outra já defrontada pela espécie humana. Que tomará forma decisiva dentro do lapso de vida das crianças que já nasceram. Alguém duvida? JAIR, Canoas, 25/12/10.

4 comentários:

R. R. Barcellos disse...

- Lembro-me das aulas de Estática, quando usávamos cones para estudar os três tipos de equilíbrio - estável, instável e indiferente. Mas o equilíbrio ecológico parece ser do tipo dinâmico, como o de um barco, que é intrinsecamente instável, com seu centro de gravidade acima do centro de flutuação, e só não emborca porque o centro de flutuação se desloca lateralmente para compensar, com alguma sobra, qualquer deslocamento do CG.
- Mas há um limite para esse desequilíbrio, e ultrapassado o "point of no return" o naufrágio é inevitável. Será que já o ultrapassamos?
- Se a canoa não virar, olê, olê, olá...

Leonel disse...

Obviamente, quem montou o hardware e programou o software já previu tudo isto e criou subrotinas de autoregulação. O programa "Gaia" abrange limites além deste planetinha e existe uma subrotina chamada "asteróide", que, neste momento já está atuando lá nos confins do espaço, e em breve ouviremos falar dos seus efeitos na superpopulação da Terra.
Se tudo correr "bem", em breve a população estará reduzida, e os que restarem terão menos condições de sfetarem tanto os fatores atmosféricos e ambientais.
Quem sobreviver, verá!
Abraços!

Ensino,religião e política. criticas. disse...

Aperfeiçoando e destruindo a criação de Deus.

Pode parecer estranha esta afirmação, mas não é. Atentem para as explicações a seguir. No inicio, quando Deus criou o universo e conjuntamente criou o nosso planeta, quando isso aconteceu a milhares e milhares de anos atrás tudo estava em estado primitivo, tudo reinava na mais completa ordem e tranqüilidade. Segundo a Bíblia tudo que se entende por universo, incluindo também a terra, foi criado em seis dias.
Como um passe de mágica foi criado, o reino mineral, vegetal e animal. Entre os animais a coisa continuou na mais completa harmonia. Continuaram a se reproduzir obedecendo á lei do instinto e da seleção natural. Entre os vegetais nada de especial, continuam ate hoje a produzir suas sementinhas abandonando-as ao solo para serem eclodidas, assim perpetuando as espécies.
De todas as criações feitas por Deus, a mais polemica sem sombra de dúvida foi a criação do homem. A partir daí começou a bagunçar o coreto.
O homem com sua inteligência privilegiada teria tudo para agir de uma maneira correta, mas infelizmente, há os inúmeros defeito que são inerentes a raça humana, os quais nós todos conhecemos décor e salteado, que são orgulho, individualismo, egoísmo, inveja, ganância e muitas outras picuinhas. Sobre a face da terra em matéria de destruição, não há nada que se possa comparar com o ser humano ele é imbatível, e único. Com sua ganância conseguiu alterar o clima, conseguiu transformar florestas em desertos, riachos caudalosos em simples filetes de águas, transformou o ar puro, rico em oxigênio em um ar fétido e maléfico para toda vida na terra, enfim tudo isso é conhecido e divulgado aos quatro ventos.
Falaremos agora da parte boa, no que tange os seres humanos. No meu modo de ver as coisas, observo que o homem tem avançado muito no que se refere a sua inteligência.
Voltando em um distante passado, onde o homem começou sua trajetória, no inicio fez alguns tipos de armas de caça bastante rudimentares, também pequenos utensílios domésticos, usando o barro como matéria prima. A partir daí o homem não se deteve mais, continuou sua trajetória com muito afinco. Para resumir foram feitas tantas modificações sobre a face da terra que eu chego a uma conclusão bastante interessante, eu acho, na minha opinião é claro, Deus fez nosso planeta e o homem o está aperfeiçoando. Mas há os dois lados da moeda, se por um lado o esta aperfeiçoando, por outro lado o está destruindo. Na tecnologia o homem tem feito coisas maravilhosas, mas na destruição o mesmo está transformando o nosso planeta em um caos total.

Paulo Luiz Mendonça. Autor do livro, Crônicas, indagações e teorias, editora Scortecci

Anônimo disse...

Email pauloluiz41@hotmail.com


Os dois lados da moeda.

Em toda polêmica, temos que avaliar os dois lados da questão, quando a mesma for exposta a nossa apreciação. Quando duas pessoas discutem um assunto nós temos que ouvir os dois lados para podermos avaliar e julgar com acerto, isso é um ato de justiça.
Este procedimento também deve ser seguido quando se tratar de crença religiosa. Quando crianças nossos pais nos ensinam a acreditar naquilo que eles acreditam, mas quando tornamos adultos, temos a obrigação de ampliar nossos conhecimentos temos o dever de ouvir os dois lados e saber dos argumentos de quem não acredita em religião e os argumentos de quem acredita, após analisar os dois lados podemos tirar nossa própria conclusão, mas se ouvirmos somente o lado de quem acredita em religião, poderemos estar cometendo um erro de avaliação, somente ouvindo os dois lados poderemos estar fazendo justiça na sua plenitude.
A maioria das pessoas religiosas não contesta nada, mesmo sentindo que há incoerências nas explicações religiosas, por que não contestam? Porque as mesmas têm medo de estarem blasfemando e com isso ofendendo o criador. Sendo assim muitos religiosos continuam a crer e a freqüentar templos, mas no intimo não estão tão convictos de sua fé, mas escondem suas duvidas para não se esporem ao suposto castigo de Deus.
Não precisamos ter nenhum medo de expor nossos pensamentos sinceros, pois se Deus existir realmente, naturalmente ele nos julgará pela nossa sinceridade e não pela falsidade de esconder nossas dúvidas.
Sei perfeitamente, pessoas já enraizadas na crença religiosa jamais irão mudar, pois os mesmos tem medo do castigo de sofrer no inferno por toda eternidade, inferno este que é uma figura folclórica, a qual foi criada para amedrontar e manter as pessoas dominadas pelas religiões. Os destemidos que quiserem tirar duvidas e ouvir o outro lado da questão, leia os textos de um pensador e pesquisador americano do século dezenove, o nome dele é Robert Green Ingersol. Basta digitar o nome dele no Google.

Paulo Luiz Mendonça.