A Teoria de Gaia foi desenvolvida no final da década de 1960 pelo Dr. James Lovelock e propõe que os componentes físicos, químicos e biológicos do planeta Terra evoluíram, por quase quatro bilhões de anos juntos, como um único sistema auto-regulador. Ela sugere que o Planeta é uma espécie de organismo o qual tem vida e controla automaticamente a temperatura global, a composição da atmosfera, a salinidade do oceano, e outros fatores, que mantém a habitabilidade do Globo Terrestre. Em outras palavras: "A vida mantém condições adequadas para sua própria sobrevivência." Neste sentido, o sistema de vida da Terra pode ser considerado análogo ao funcionamento de qualquer organismo individual que regula a temperatura corporal, a salinidade do sangue, a alcalinidade ou acidez dos fluidos orgânicos etc. Assim, por exemplo, embora a luminosidade do sol - fonte de calor e vida da Terra – tenha aumentado em cerca de 30 por cento desde que a vida começou há quase quatro bilhões de anos atrás, o sistema vivo (Gaia) reagiu como um todo para manter a temperatura em níveis adequados para a vida. Vale dizer que Gaia adequou sua conjuntura para anular os efeitos nocivos do aumento de luminosidade.
Nos últimos vinte anos, muitos dos mecanismos pelos quais o Planeta de se auto-regula já foram identificados. Como exemplo, foi demonstrado que a formação de nuvens sobre o oceano aberto é quase inteiramente uma função do metabolismo de algas oceânicas que emitem grandes moléculas de enxofre que se tornam núcleos de condensação de gotas de chuva. Anteriormente, pensava-se que a formação de nuvens sobre o oceano era um fenômeno puramente físico químico. As ideias que se originam da teoria de Gaia nos colocam em nosso devido lugar – não somos proprietários, gerentes ou prepostos do sistema Terra, quando muito meros inquilinos, como já escrevi em texto anterior. A Terra, ao contrário do que o antropocentrismo pensa, não evoluiu unicamente em nosso benefício, e quaisquer mudanças que nela efetuemos serão por nossa própria conta e risco. Tal linha de pensamento deixa claro que o Homo sapiens não tem direitos especiais; ele é apenas um parceiro, como todos os demais seres animados ou não, na grande empresa Gaia. Somos frutos da evolução darwiniana, uma espécie, como as demais, transitória – os criacionistas nos acham o ápice da criação – com tempo de vida limitado, como todos nossos ancestrais e descendentes até onde podemos enxergar. Nosso tempo de vida é limitado, tanto como indivíduos quanto como espécie, nada há que indique o oposto.
Mas, ao contrário de quase tudo antes de surgirmos no Planeta, somos também primatas sociais, habilidosos e inteligentes com a possibilidade de evoluirmos e tornarmo-nos super-homens que, num dado momento, para não nos extinguirmos precocemente, teremos que ser parceiros comprometidos até o pescoço com o sistema Gaia. Não dá para ser inquilino, possuir tantas qualificações e jogar contra a dona da pensão que tão bem nos acolheu até agora.
Nossa meta, agora que adquirimos consciência de nossa posição em Gaia, é sobreviver e viver de modo a não interferir nos mecanismos que ela criou para se auto-regular. Sem nossa interferência, seus recursos estarão disponíveis num grau tal que tornarão a vida no Planeta virtualmente perpétua. Ou seja, não deverá ser por nossas mãos ou nossas atitudes irresponsáveis que a vida na Terra se extinguirá algum dia.
O Homo sapiens pode ser uma peça importante na auto-regulação de Gaia e beneficiar-se da parceria, como o fazem os seres mais bem sucedidos do Planeta, as bactérias. Mas, devemos ter sempre em mente que é arrogância achar que sabemos como salvar a Terra: Nosso Planeta sabe cuidar de si próprio, tudo que devemos fazer é viver e deixar viver, e já teremos feito nossa parte. JAIR, Floripa, 15/02/10.
Nos últimos vinte anos, muitos dos mecanismos pelos quais o Planeta de se auto-regula já foram identificados. Como exemplo, foi demonstrado que a formação de nuvens sobre o oceano aberto é quase inteiramente uma função do metabolismo de algas oceânicas que emitem grandes moléculas de enxofre que se tornam núcleos de condensação de gotas de chuva. Anteriormente, pensava-se que a formação de nuvens sobre o oceano era um fenômeno puramente físico químico. As ideias que se originam da teoria de Gaia nos colocam em nosso devido lugar – não somos proprietários, gerentes ou prepostos do sistema Terra, quando muito meros inquilinos, como já escrevi em texto anterior. A Terra, ao contrário do que o antropocentrismo pensa, não evoluiu unicamente em nosso benefício, e quaisquer mudanças que nela efetuemos serão por nossa própria conta e risco. Tal linha de pensamento deixa claro que o Homo sapiens não tem direitos especiais; ele é apenas um parceiro, como todos os demais seres animados ou não, na grande empresa Gaia. Somos frutos da evolução darwiniana, uma espécie, como as demais, transitória – os criacionistas nos acham o ápice da criação – com tempo de vida limitado, como todos nossos ancestrais e descendentes até onde podemos enxergar. Nosso tempo de vida é limitado, tanto como indivíduos quanto como espécie, nada há que indique o oposto.
Mas, ao contrário de quase tudo antes de surgirmos no Planeta, somos também primatas sociais, habilidosos e inteligentes com a possibilidade de evoluirmos e tornarmo-nos super-homens que, num dado momento, para não nos extinguirmos precocemente, teremos que ser parceiros comprometidos até o pescoço com o sistema Gaia. Não dá para ser inquilino, possuir tantas qualificações e jogar contra a dona da pensão que tão bem nos acolheu até agora.
Nossa meta, agora que adquirimos consciência de nossa posição em Gaia, é sobreviver e viver de modo a não interferir nos mecanismos que ela criou para se auto-regular. Sem nossa interferência, seus recursos estarão disponíveis num grau tal que tornarão a vida no Planeta virtualmente perpétua. Ou seja, não deverá ser por nossas mãos ou nossas atitudes irresponsáveis que a vida na Terra se extinguirá algum dia.
O Homo sapiens pode ser uma peça importante na auto-regulação de Gaia e beneficiar-se da parceria, como o fazem os seres mais bem sucedidos do Planeta, as bactérias. Mas, devemos ter sempre em mente que é arrogância achar que sabemos como salvar a Terra: Nosso Planeta sabe cuidar de si próprio, tudo que devemos fazer é viver e deixar viver, e já teremos feito nossa parte. JAIR, Floripa, 15/02/10.
5 comentários:
Jair,
Às vezes eu penso que o H. Sapiens é um acidente evolutivo, pois não faz qualquer falta a Gaia. E sabemos como ela trata acidentes evolutivos que a incomodam. Melhor não a maltratarmos, pois se ela resolver sacudir as pulgas...
Grande texto, como sempre. Parabéns.
Visão futurística muito benéfica de nosso planetinha, se tivermos consciência do papel que exercemos na orquestra Gaia. Gostei do texto.
Caro Jair, apesar de discutível e discutida, a teoria Gaia é fascinante e em determinados momentos nos parece muito atuante.
Eu vejo a própria humanidade como uma espécie de colméia, um organismo do qual somos apenas células. Indivíduos isolados deste aglomerado parecem não fazer sentido, como uma abelha ou uma formiga não fazem sentido isolados.
Depois da II Guerra Mundial, onde morreram mais de 40 milhões de pessoas, número significativo para a população daquela época, parece que houve um tal de "baby boom", ou seja, um surto de nascimentos acima da média. Talvez uma reação do organismo, tentando repor as células perdidas.
Esperemos que o aumento da população possa ser controlado antes que ações controladoras sejam desencadeadas pela própria natureza, como ocorre entre alguns roedores.
Já o organismo maior, a Terra, parece estar reagindo de diversas formas às mudanças, sejam elas causadas pelo ser humano ou por alterações cíclicas.
Nós somos como um enxame de gafanhotos desequilibrando tudo, quando vamos tomar jeito?
Quero te fazer um convite, semana da mulher no Dea e o Mundo, pelo olhar deles. Autores convidados de blogs legais em textos inéditos. A cada dois dias trabalhos novos: Contos, fotos, tirinhas, poemas, venha conferir.
mas vai ler a biblia, coisas q eu entendi lendo ela, e tenho so 14 anos, sim nos temos vida limitada na terra, mas se seguir as regras de deus teremos vida eterna nos céus!
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