Os cientistas formam uma elite diminuta, uma minoria diferenciada, talvez a média de apenas um cientista para cada vinte mil habitantes do Planeta. As idéias, atos e opiniões de um grupo tão pequeno só têm importância devido ao impacto que causam na sociedade em geral. Obviamente, a resposta da sociedade é indispensável para a ciência, uma vez que esta depende da compreensão daquela para que haja dinheiro para custear suas pesquisas e estudos, além do que, o resultado prático das descobertas e invenções resulta sempre em proveito das pessoas comuns. É claro que a ciência só pode continuar a e existir e atuar nos tempos atuais se for aceita por vastos grupos da população. Acabou o tempo que o cientista era aquele abnegado sacerdote do saber que, às suas próprias expensas, empreendia trabalho heróico e muitas vezes não reconhecido, que levava a descobertas e invenções que acabavam vindos em benefício da mesma sociedade que o ignorava.
Contudo, o ponto crucial dessa relação entre o sábio e as pessoas comuns, reside na confiança, sim, o ser humano médio tem que acreditar e aceitar que o homem de ciência é o único ser dotado das características especiais que o tornam passível de deslindar os mistérios do mundo que nos cerca e de equacionar os problemas de modo a torná-los inteligíveis às pessoas comuns.
Mas, tal aceitação está sendo conquistada gradualmente, ao longo dos séculos em batalhas estéreis e desanimadoras. Contudo, a vitória ainda não está completa nem necessariamente é final, bolsões de opiniões anticientíficas ainda persistem e são influentes em pleno século vinte e um. Por exemplo, a medicina alopática – científica, portanto – é rejeitada por parte do público de países ocidentais que professam a tal de Ciência Cristã, o que quer que isso seja; os fundamentalismos cristãos e muçulmanos contestam a geologia e a evolução, acreditam no criacionismo e descrêem nas evidências geológicas que provam a origem antiga da vida no Planeta; as religiões místicas habitam uma fronteira entre ciência e superstição; a astrologia desfruta de tanto prestígio que é difícil de entender o porquê. Esses bolsões que se espraiam pela população são um desafio constante para a ciência. Não é impossível que algum deles venha emergir num futuro não discernível, com elementos de verdade, por enquanto inacessíveis à ciência, pois, como sabemos, a ciência é dinâmica, evolui sempre e não se furta em admitir novas ideias e proposições e aceitá-las como fatos depois de provadas. De qualquer forma, esses movimentos anticientíficos representam no presente um obstáculo para a aceitação espontânea da boa ciência. Mas, o crescimento desta desde o século dezoito até o momento, e a aceitação cada vez mais ampla de suas descobertas, permanece como seu maior trunfo com relação às “crenças” infundadas.Não é estultice supor que no futuro, mais e mais a ciência irá se impondo e deixando menos espaço para a superstição e o misticismo que se arvoram em explicadores de fenômenos os quais não compreendem ao invés de se aterem apenas ao seu departamento: a fé. JAIR, Floripa, 05/08/11.
Contudo, o ponto crucial dessa relação entre o sábio e as pessoas comuns, reside na confiança, sim, o ser humano médio tem que acreditar e aceitar que o homem de ciência é o único ser dotado das características especiais que o tornam passível de deslindar os mistérios do mundo que nos cerca e de equacionar os problemas de modo a torná-los inteligíveis às pessoas comuns.
Mas, tal aceitação está sendo conquistada gradualmente, ao longo dos séculos em batalhas estéreis e desanimadoras. Contudo, a vitória ainda não está completa nem necessariamente é final, bolsões de opiniões anticientíficas ainda persistem e são influentes em pleno século vinte e um. Por exemplo, a medicina alopática – científica, portanto – é rejeitada por parte do público de países ocidentais que professam a tal de Ciência Cristã, o que quer que isso seja; os fundamentalismos cristãos e muçulmanos contestam a geologia e a evolução, acreditam no criacionismo e descrêem nas evidências geológicas que provam a origem antiga da vida no Planeta; as religiões místicas habitam uma fronteira entre ciência e superstição; a astrologia desfruta de tanto prestígio que é difícil de entender o porquê. Esses bolsões que se espraiam pela população são um desafio constante para a ciência. Não é impossível que algum deles venha emergir num futuro não discernível, com elementos de verdade, por enquanto inacessíveis à ciência, pois, como sabemos, a ciência é dinâmica, evolui sempre e não se furta em admitir novas ideias e proposições e aceitá-las como fatos depois de provadas. De qualquer forma, esses movimentos anticientíficos representam no presente um obstáculo para a aceitação espontânea da boa ciência. Mas, o crescimento desta desde o século dezoito até o momento, e a aceitação cada vez mais ampla de suas descobertas, permanece como seu maior trunfo com relação às “crenças” infundadas.Não é estultice supor que no futuro, mais e mais a ciência irá se impondo e deixando menos espaço para a superstição e o misticismo que se arvoram em explicadores de fenômenos os quais não compreendem ao invés de se aterem apenas ao seu departamento: a fé. JAIR, Floripa, 05/08/11.
5 comentários:
Ótimo Texto... ^^
Como historiador sei bem o que é o 'confronto' entre a fé a e cinência, que por sinal não deveria existir pois cada uma tem um campo de atuação bem diferente. Me dói aos ouvidos escutar algum fundamentalista dizer, por exemplo, que Dinossauros nunca existiram... que os fósseis não passam de ossos de baleia... Sinceramente, monte-os pra ver se forma uma baleia... Ou pior... fico mais do que revoltado com crenças que literalmente deixam com que pessoas morram por serem contra transplantes e/ou transfusões... Esse pessoal precisa aceitar que a Era Medieval terminou faz tempo!
Ainda bem que o mundo caminha para um futuro cada vez mais intelectual e menos fundamentalista... só é pena que isso se dê a passos de formiga.
Parabéns pelo texto nobre colega...
Vida longa e Próspera!
Jair, (mais) uma bela análise deste relacionamento tumultuado da ciência com a fé religiosa!
Às vezes, ambos os lados seguem linhas discutíveis e distorcem as coisas de forma favorável aos seus propósitos.
Entretanto, não creio que um dia a humanidade abra mão da fé, pois isso parece ser uma necessidade inerente ao ser humano.
Existem e acho que sempre existirão perguntas e dúvidas para as quais a ciencia não tem respostas, e é nisso que se apoia a fé, pois ela pode explicar tudo! Pelo menos, para quem tem fé...
Abraços, amigo!
Certo, cada um no seu quadrado como você mesmo já escreveu anteriormente. Gostei do post, erudito e claro como água da fonte, parabéns!
Comparemos, brevemente, Religião e Ciência.
As religiões afirmam a existência de uma verdade global, imanente, eterna, completa, que trata tanto da natureza como do homem. Esta verdade tem uma exigência fulcral para crê-la: a fé. Algumas vezes, a leitura de mundo com os óculos das religiões é bastante ingênua. Veja-se essa afirmação: “Admira meu filho, a sabedoria divina, que fez o rio passar perto das grandes cidades” que está na abertura de meu A Ciência através dos tempos . Há outras em que a leitura religiosa tem a marca do fundamentalismo. É importante reconhecer que muitos que fazem com competência leituras bastante racionais com a Religião (talvez destacasse, entre estes. aqueles que são de fé espírita).
Minha querida parceira de diálogos, permita-me, uma vez mais, repetir algo que disse aqui: Ciência pode ser considerada uma linguagem construída pelos homens e pelas mulheres para explicar o nosso mundo natural. Permito-me sublinhar alguns pontos nesta definição de Ciência: é um construto humano, isso é, foi construída pelos homens e pelas mulheres. Como conseqüência desta natureza humana, a Ciência não tem a verdade, mas aceita algumas verdades transitórias, provisórias em um cenário parcial onde os humanos não são o centro da natureza, mas elementos da mesma. O entendimento destas verdades – e, portanto, a não crença nas mesmas –, tem uma exigência: a razão. Aqui temos um primeiro alerta: diferentemente das religiões que admitem ter verdades reveladas, a Ciência não tem a verdade e sim verdades provisórias ou interpretações temporárias ou desafios a resolver ou achados reveladores.
Poderiamos continuar, mas paro por aqui,
attico chassot
Gostei das colocações do Attico
Chassot sobre o texto. As pesquisas acadêmicas na atualidade dependendo da origem ,das abordagens metodológicas,deixam muito a desejar em termos de produto... O senso comum é refletido e gera movimento na busca da verdade...A profundidade e a clareza conceitual é necessária...Seus escritos geram buscas, respostas às indagações...é sempre um ponto de partida para novas leituras. Parabéns. Luci.
Postar um comentário