sábado, 3 de janeiro de 2009

MUDANÇA ORTOGRÁFICA E VÁCUO


A anunciada mudança ortográfica que vigora a partir do primeiro dia de 2009 vai cair num vácuo, não deve afetar em nada os internéticos e seus textos pós-modernos, ou seja lá qual for o nome dessa escrita quase cifrada que transita pela web. Ora, desde a criação da internet e seus saites e salas de relacionamento, vimos sendo bombardeados, cada dia com mais intensidade, por um neo-idioma que suprime “s”, acentos, til, cedilha, além de ignorar as mais elementares regras vernaculares. Vejam bem, antes que algum irado patrulheiro neogramatical venha com os velhos chavões: “a língua é dinâmica”, “um idioma evolui de acordo com os usuários”, “não há regras” e outras bobagens, quero explicar que entendo perfeitamente donde vêm essas quebras de decoro para com nossa bela flor do Lácio: Todos os primeiros computadores e muitos ainda hoje, trazem o teclado adaptado para a língua inglesa, ou seja, sem cedilha e sem acentos, e isto, somado ao fato que a geração mais nova – essa que mais usa a internet – não lê, portanto, não retém na memória a forma consagrada (não digo correta para evitar que patrulheiros venham com os chavões citados) de escrever, temos como resultado essa esdrúxula ortografia. O internético escreve como fala e como lhe permite o teclado, não há nenhum mistério nisso. Se há alguma coisa a lamentar, não é a criação dessa linguagem escrita feita por e para semi-alfabetizados, mas sim o fato de que se está formando toda uma geração que deverá herdar o planeta, mas que não gosta de ler nem sabe escrever e, muito pior, não se preocupa com isso. JAIR, Floripa, 02/01/09.

2 comentários:

Anônimo disse...

Jair, realmente para os internéticos esta mudança ortográfica não mudará nada pois, como voce disse, esse pessoal usa uma liguagem toda particular que, confesso, em muitas das vezes não compreendo. Mas se para eles está tudo bem, para mim não. Sou contra estas modificações e será difícil me adaptar entre outras coisas a escrever palavras como tranqüilo, pingüim ou lingüiça sem o trema, além de ter que reaprender onde e quando usar o hífem. Alguns anos atras, para meu espanto, "deu no jornal" que alguns estudiosos da língua mãe são de opinião que com o passar do tempo a língua que falamos se transformará num portunhol, e o português, tal como o conhecemos hoje será extinto. É uma tese polêmica não compartilhada por todos mas existe nela uma certa lógica, se não, não ouviríamos por aí coisas como bicicreta, pobrema, fragante etc, erros que ao longo dos anos vem crescendo, e as crianças convivendo com isso aprendem desde cedo a falar incorretamente, ainda mais quando o exemplo vem de onde não deveria vir. Tempos atras, depois de ficar alguns minutos fora do ar o apresentador do Jornal Nacional falou: "desculpe a nossa falha" quando o correto seria "desculpe-nos pela falha" Mas pior que falar, é escrever errado. Na cidade onde moro a prefeitura está realizando algumas obras de saneamento básico e espalhou pelas ruas placas onde se lê: "desculpe o nosso transtorno" cometendo o mesmo erro do apresentador.
Como voce sabe o assunto é longo e dá muito "pano pra manga", portanto vou ficando por aqui.
Um abraço, Joel.

Anônimo disse...

Jair, no comentário que fiz sobre a mudança ortográfica cometi um erro de digitação escrevendo a palavra "hífem" com M quando o correto é com N. Assim, em vez de hífem, leia-se hífen.
Obrigado, Joel.