Monteiro
Lobato, o famoso escritor de sobrancelhas hirsutas, bigode chapliniano e ideias racistas, criador do Sítio do Pica-pau
amarelo, foi um nacionalista ferrenho e defendeu desde a década de trinta do
século passado um política petrolífera para o país onde todas as etapas de
produção, desde a prospecção, passando pelo refino e transporte até a
distribuição, fossem dominados e aproveitados por empresas nacionais. Chegou
até lançar em 1931, sua Companhia Petróleos do Brasil, que em apenas quatro
dias teve metade de suas ações subscritas. A companhia de Lobato foi pioneira
em extração de petróleo em solo brasileiro. Em 1936, a 250 metros de
profundidade vê irromper o primeiro jato de gás de petróleo do poço São João,
em Riacho Doce, em Alagoas. Infelizmente, o governo Vargas e os interesses das
grandes companhias multinacionais não se coadunavam com o nacionalismo
lobatiano, de modo que, apesar de grande futuro que apresentava, sua companhia
viu-se boicotada e teve que fechar as portas. Em 1950, inspirados no exemplo de
Monteiro Lobato, os partidos políticos de esquerda e os movimentos sociais
lançaram a campanha de rua em defesa do petróleo. A campanha "O Petróleo é
nosso", empolgou o país e serviu de pretexto para que o Congresso Nacional
aprovasse a legislação sobre o Petróleo que, na última hora, recebeu uma emenda
que criou o monopólio da Petrobrás. Pois bem, “O petróleo é nosso” foi uma
campanha de conscientização que fez o Brasil lembrar que tudo que existe no
subsolo pertence à NAÇÃO. Veja bem, pela Constituição, quem compra um pedaço de
terra de qualquer tamanho, não se adona do que existir abaixo do solo – solo é
aquela fina camada agriculturável que você pode até cavar para fazer um poço, mas
se encontrar uma mina de diamantes, por exemplo, estes não são seus, são da
NAÇÃO, está na Constituição. Então, ficou patente desde então que o que existe
no subsolo do Paraná, do Pará, da Paraíba, do Acre, ou da fazenda do senhor
Sérgio Cabral no interior do Rio de Janeiro, é da NAÇÃO e não de pretensos
donos. Não há razão para brigas, disputas, bate bocas ou baixarias pelo que se
tem embaixo da terra, ponto. Essa gritaria babaca de políticos babacas por
causa de royalties de petróleo encontrado na plataforma continental do País não
tem qualquer sentido, está na Constituição também que somos uma República
Federativa, isto é, uma Nação que se divide em estados administrativos
subordinados à Federação, estados que sequer têm autonomia legislativa plena e
que dependem do poder federal em vários níveis. Ou seja, sem o poder federal os
estados federados não existem. Então, cambada de energúmenos, vão fazer alguma
coisa útil como cortar a grama, lavar o carro ou tirar cera do ouvido e deixem
de falar bobagem! JAIR, Floripa, 18/12/12.
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
domingo, 2 de dezembro de 2012
Yraima
A jovem cientista Yraima
Moura Lopes Cordeiro é membro da Academia Brasileira de Ciências. Doutora em ciências
biológicas, hoje é professora adjunta do Departamento de Fármacos da Faculdade
de Farmácia da UFRJ, universidade pela qual se graduou em ciências biológicas /
modalidade médica e obteve os títulos de mestre e doutora, Summa cum laude, em química biológica.
Lembrando que a ABC
é uma entidade que congrega os melhores e mais expressivos cientistas do país.
Em paralelo, poderíamos dizer que a ABC representa para a ciência pátria o que
a ABL representa para a literatura brasileira, mas com uma importante ressalva.
Enquanto a ABL reúne em sua irmandade esdrúxulas indicações políticas como José
Sarney e Marco Maciel, por exemplo, e outras inexplicáveis como Arnaldo Niskier
e Ivo Pitanguy, a ABC utiliza critérios estritamente técnicos, de modo que seus
membros são todos laureados com, no mínimo, doutorado. Além disso, grande
maioria dos velhinhos membros da ABL, se limita a tomar chá nas reuniões modorrentas
das quintas feiras e se auto louvar pelas obras que produziu. Enquanto a ABC é
conhecida pela atuação firme e produtiva de seus membros nas suas respectivas
áreas de trabalho.
Yraima foi uma
garotinha perfeitamente normal para época e lugar onde nasceu e cresceu. Nasceu
no Rio de Janeiro na década de 70, exatamente dois minutos após sua irmã Naiana,
a qual também é doutora, mas em outra área.
O que faz uma garota
em tudo normal se tornar sumidade em alguma área? A meu ver, seus pais e o
ambiente saudável que a envolveu. Heloisa e Ruy, além de pais convencionais na
educação de seus rebentos, sempre foram leitores vorazes e seletivos, na casa
deles nunca estiveram ausentes bons livros de todas as áreas, bem como horas
regulares de leituras diárias. As gêmeas, e mais o garoto Aimberê que veio
depois, tiveram como referência e “habitat”
um ambiente em que livros faziam parte do mobiliário e eram lidos e manuseados
com familiaridade todos os dias. Assim, quando Yraima ingressou na escola, nunca
se sentiu “obrigada” a estudar, nunca achou que livros e estudos eram chaturas
pelas quais tinha que passar como um sacrifício de vestal, pelo contrário, a
cultura livresca fazia parte de seu DNA familiar e ela nunca teve necessidade se
esforçar muito para adquirir conhecimento. Vale lembrar também que sua infância
foi povoada de aventuras e seres fantásticos, como gnomos, que habitavam o
sítio de seu avô nas noites de verão iluminadas de pirilampos e sonorizadas por
grilos e outros terríveis bichos talvez alienígenas que comiam cérebros de
crianças. Como se vê, uma infância perfeitamente saudável, que ela, a irmã e o
irmão aproveitavam nadando numa piscina natural do sítio, mesmo quando a temperatura
invernal desaconselhava essa prática. Aliás, Yraima é exímia nadadora desde
praticamente o berço, aprendeu a nadar antes de deixar as fraldas.
As férias quase sempre
incluíam dias vividos intensamente em Visconde de Mauá onde rios, cachoeiras e
mata atlântica de transição se conjugam na forma de um quase santuário de
natureza preservada povoada com gente que sabe respeitá-la.
Pois é,
instrumentada com uma infância prenhe de fantasias, espaços e brincadeiras
saudáveis; tendo pais disciplinados que davam valor ao hábito da leitura e aos
estudos; boa aluna que estudou numa escola montessoriana; tendo facilidade para
aprender idiomas – é fluente em várias línguas, inclusive alemão; e tendo gosto
pela ciência desde muito cedo, é plausível e compreensível que hoje esteja ente
os luminares que compõem o plantel da ABC.
Então, Yraima, ao
contrário dos advogados deste Patropi, que ao passar nas provas da OAB passam a
se auto intitular “doutores”, como se tivessem defendido alguma tese, é doutora
De facto e De Jure, pois defendeu tese frente uma banca, tendo feito pesquisas
para seu trabalho até em alemão na própria Alemanha.
Parabéns para essa guria que engrandece a ciência do país e que, por acaso, é minha sobrinha. JAIR,
Floripa, 02/12/12.
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Yraima Moura Lopes Cordeiro
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