Se esses ufólogos
alienados quiserem um exemplo sólido que somos visitados por extraterrestres de
vez em quando, ou que eles estão entre nós, vale dar uma olhadela na vida de
Nikola Tesla, nascido na atual Croácia, mas que ao tempo de seu nascimento ainda
era Sérvia. Até o detalhe de sua vinda ao mundo (10/07/1856) quando ele chegou
à Terra exatamente à meia noite durante uma violenta tempestade elétrica, e de
sua morte solitária e estranha, sua vida foi repleta de genialidade e
comportamentos heterodoxos.
Adulto, Tesla era
olhado mais ou menos como um mago, misterioso e avesso à proximidade com outras
pessoas, mas, estranhamente, gostava de anunciar suas descobertas e invenções
como num circo, com espalhafato e cobertura da imprensa. A maioria de suas invenções
foi e ainda é futurista, tanto no design
quanto ao fim que se destina, inclui desde tele transportes, raios mortais e
naves de guerra antigravidade até a corrente alternada de amplo uso até hoje.
Mas na sua trajetória fulminante, Tesla criou um inimigo poderoso e vingativo
quando provou que sua corrente alternada era melhor e mais barata e segura para
ser transportada a longas distâncias, em comparação com a corrente contínua de
Thomas Alva Edison. Tesla ganhou a parada por que tinha apoio de George
Westinghouse. Mas seu comportamento exótico ia mais longe, ele falava de coisas
tão estranhas que os investidores as rejeitavam incontinenti – especialmente
por que a desordem obsessivo-compulsiva da qual sofria o levava a sempre dar
três voltas no quarteirão, dobrar as roupas três vezes e fazer tudo
multiplicado por três. Sem possuir carisma, num tempo que inexistia marketing pessoal, ele perdeu as patentes
de muitas de suas criações, entre elas a do rádio – patente perdida para o
italiano Guglielmo Marconi. Num ato de justiça histórica, contudo, a patente do
rádio, em 1943, acabou sendo reconhecida como de Tesla novamente.
Numa atitude muito
parecida com o ET do Spielberg, Tesla passou os últimos anos de sua vida
vivendo recluso em um hotel de Nova Iorque e tentando usar suas ondas de rádio
para lançar sinais para o sistema solar, convencido de que transmissões estavam
sendo enviadas para a Terra a partir do espaço. Morreu (07/01/1943) em seu
quarto de hotel aos 86 anos, sozinho, falido e seu corpo parecia um saco de
ossos. Supõe-se que havia deixado de se alimentar a semanas.
Há quem (ufólogos
naturalmente, pois estes já existiam naquele tempo) suspeite que sua
preocupação em ouvir os sons vindos do espaço, ou aquilo que muitos viam como
desperdício de seu gênio, fosse uma tentativa de retornar ao tempo (ou planeta)
do qual viera. Em todo caso, o FBI confiscou a maioria de suas anotações e as
mantém até hoje classificadas como material ultra secreto, um prato cheio para
os ufólogos de plantão. JAIR, Floripa, 27/08/12.