Já publiquei aqui um texto sob o título “Sobre genealogia” onde mostrei que minha mulher e eu temos uma ascendência comum no que diz respeito a um de nossos ancestrais, nosso trisavô, paterno meu e por parte de mãe dela. Pode parecer um caso inusitado ou mesmo raro, mas não é nada disso, praticamente todos temos ancestrais comuns. Também escrevi o seguinte: Estudo de genealogia não é uma ciência exata, sabe-se como começa, mas onde acaba quase sempre é uma incógnita.
Então vejamos, todos temos dois pais, quatro avós, oito bisavós, dezesseis trisavós e, numa progressão geométrica de expoente dois vamos alcançar milhões depois de muitas gerações. Mais precisamente, depois de apenas vinte e cinco gerações, e considerando que cada geração seja de 25 anos, ou seja, há pouco mais de seiscentos anos, cada um de nós tem 33.554.432, e a progressão continua de modo que no início da era cristã todos teremos 569 trilhões de ancestrais, algo como cem milhões de vezes a população total do Planeta. Como é um número astronomicamente impossível, visto que todos os habitantes que existem e já existiram representam uma ínfima parcela disso, o que ele significa?
A que conclusão leva esse cálculo de resultado absurdamente grande? Poderão perguntar alguns. A seguinte certeza: quando você casa com aquela namorada que ama seja ela de onde for, até do mais longínquo local do Planeta, pode ficar certo que vocês têm milhares de ancestrais em comum. Não só isso, sabe aquela pessoa horrorosa e mau caráter que você não suporta no trabalho e da qual, parece, todos querem guardar distância? Pois é, ela também tem com você milhares senão dezenas de milhares de antecedentes comuns! O consolo para quem se sente desconfortável com essa infelicidade, é que tanto Gisele Bündchen quanto Sandra Bullock também compartilham herança genética alentada com todos nós. E mais, se tomarmos ao pé da letra que Adão existiu, todos somos descendentes dele, ou seja, no mínimo somos todos primos em graus variados de parentesco. Embora seja apenas um mito a existência de Adão e Eva, cientistas provaram através do DNA mitocondrial que somos todos descendentes de apenas dez “Evas” que viveram na África num período em que a população humana minguou quase até a extinção. Queiramos ou não, nesse caldeirão de cruzamentos e interrelações, temos fatalmente resquícios genéticos de origens em comuns todos nós.
Quando vejo ações de desprezo por classes, “raças” ou outras classificações de pessoas, me veem à mente nossas origens e entendo menos ainda porque alguns se julgam melhores que outros. Volto aqui a dizer, somos como um terreiro de galinhas caipiras, todas de diferentes cores, tamanhos ou feitios, mas, apenas isso: galinhas, não há faisões ou aves do paraíso no nosso meio - para tristeza de todos esses racistas e preconceituosos que existem por aí. Para quem acredita no éden e em Adão e Eva, é mais inverossímil ainda pensar que pode ser diferente do seu vizinho, pois ambos são, em última análise, descendentes dos mesmos pais. JAIR, Floripa, 07/09/11.
Então vejamos, todos temos dois pais, quatro avós, oito bisavós, dezesseis trisavós e, numa progressão geométrica de expoente dois vamos alcançar milhões depois de muitas gerações. Mais precisamente, depois de apenas vinte e cinco gerações, e considerando que cada geração seja de 25 anos, ou seja, há pouco mais de seiscentos anos, cada um de nós tem 33.554.432, e a progressão continua de modo que no início da era cristã todos teremos 569 trilhões de ancestrais, algo como cem milhões de vezes a população total do Planeta. Como é um número astronomicamente impossível, visto que todos os habitantes que existem e já existiram representam uma ínfima parcela disso, o que ele significa?
A que conclusão leva esse cálculo de resultado absurdamente grande? Poderão perguntar alguns. A seguinte certeza: quando você casa com aquela namorada que ama seja ela de onde for, até do mais longínquo local do Planeta, pode ficar certo que vocês têm milhares de ancestrais em comum. Não só isso, sabe aquela pessoa horrorosa e mau caráter que você não suporta no trabalho e da qual, parece, todos querem guardar distância? Pois é, ela também tem com você milhares senão dezenas de milhares de antecedentes comuns! O consolo para quem se sente desconfortável com essa infelicidade, é que tanto Gisele Bündchen quanto Sandra Bullock também compartilham herança genética alentada com todos nós. E mais, se tomarmos ao pé da letra que Adão existiu, todos somos descendentes dele, ou seja, no mínimo somos todos primos em graus variados de parentesco. Embora seja apenas um mito a existência de Adão e Eva, cientistas provaram através do DNA mitocondrial que somos todos descendentes de apenas dez “Evas” que viveram na África num período em que a população humana minguou quase até a extinção. Queiramos ou não, nesse caldeirão de cruzamentos e interrelações, temos fatalmente resquícios genéticos de origens em comuns todos nós.
Quando vejo ações de desprezo por classes, “raças” ou outras classificações de pessoas, me veem à mente nossas origens e entendo menos ainda porque alguns se julgam melhores que outros. Volto aqui a dizer, somos como um terreiro de galinhas caipiras, todas de diferentes cores, tamanhos ou feitios, mas, apenas isso: galinhas, não há faisões ou aves do paraíso no nosso meio - para tristeza de todos esses racistas e preconceituosos que existem por aí. Para quem acredita no éden e em Adão e Eva, é mais inverossímil ainda pensar que pode ser diferente do seu vizinho, pois ambos são, em última análise, descendentes dos mesmos pais. JAIR, Floripa, 07/09/11.