Alguns leitores mostram alguma indignação, ainda que de baixo impacto, quando, em minhas diatribes, classifico o ser humano como uma espécie irresponsável cuja ação na face deste Planeta azul é deletéria e que, em virtude dessa falta de discernimento, um dia, ainda poderá causar a extinção da vida como a conhecemos. Sei que exagero na condenação que faço do Homo sapiens, contudo, a ênfase visa sensibilizar as mentes que me ouvem, se consigo meu intento não sei, mas continuo a fazê-lo porque quero ter a sensação de que “fiz a minha parte” e, se ainda durante minha existência se confirmar o pior, poderei dormir o sono tranquilo dos que estão isentos de culpa.
A maior carga de minha indignação se volta contra as ações gratuitas que o homem comete em nome da lei de Gérson. Desmatamento, caça contra animais indefesos só pelo prazer de matar, deterioração dos ambientes em troca de lucro discutível – desertificam-se extensões imensas de mata amazônica sob o pretexto de criar gado, mas o que se vê realmente é apenas a venda de madeira, por exemplo. Grande parte do quadro de extinção de animais que existe hoje pode ser debitado na conta do Homo exterminatus, essa facinorosa espécie que se arroga dono do Planeta, quando é apenas péssimo inquilino, contrário ao comportamento dos demais seres os quais respeitam uns aos outros e ao ambiente em que vivem.
Pois bem, na conta com saldo negativo que o homem mantém com a natureza, constam milhares de extermínios de animais que só queriam viver a vida e não atrapalhar ninguém. Aqui mesmo no Patropi o mico leão dourado estava no bico do corvo, só não foi extinto porque organismos internacionais, a custa de esforços piramidais, conseguiram cruzamentos em cativeiro e preservaram alguns espécimes até agora. Mas outros animais não tiveram tanta sorte: O maçarico-esquimó está extinto em território brasileiro desde os anos de 1930, e virtualmente extinto em nível mundial; o mutum-do-nordeste está oficialmente extinto na Natureza desde 2001; a perereca-de-santo-andré, está extinta desde os anos de 1920; o rato-candango foi considerado extinto em 2008; o rato-de-Fernando-de-Noronha não é visto desde o século XVI; e a ararinha azul foi considerada extinta na Natureza em 2002, pelo IBAMA. Além dessa lista, correm risco de extinção a Onça pintada pantaneira, o Puma ou onça parda, várias espécies de peixes fluviais e muitas aves como o tico-tico. Aliás, alguém tem visto algum tico-tico por aí? Pelo que lembro, eles eram abundantes na minha infância. Só tinham o temerário hábito de nidificar em arbustos bem rasteiros, o que deixava seus ovos e filhotes a mercê de predadores como cobras e ratos, além de facilitar a ação de humanos malvados que danificavam seus ninhos.
Só que hoje quero falar do moa, a maior e mais pesada ave que já cruzou à frente do homem moderno que se diz civilizado. O moa cujo nome científico é Dinornis novaezelandiae, atingia cerca de 3,7 m de altura com o pescoção estendido, e pesava cerca de 230 kg, era uma das onze espécies da ordem Struthioniformes que compreende espécies sem asas funcionais como o kiwi da Nova Zelândia também, a ema do Brasil, o avestruz da África e o emu da Austrália, além da nossa conhecida perdiz, uma das poucas que voa. A reconstituição de dezenas de esqueletos permitiu avaliar o que se sabe sobre a constituição física dessa imensa ave.
O moa vivia muito bem nas duas grandes ilhas neozelandesas só tendo como inimigo a águia haast, ave imensa que era predadora de seus ovos, filhotes e de adultos velhos ou feridos, até que, por volta de 1300 dC, o povo maori chegou e todos os gêneros moa logo foram levados ao risco de extinção pela caça e, em menor medida, pelo desmatamento. Por volta do ano 1400 quase todos os moa são considerados extintos, juntamente com a águia haast que tinha confiado neles como alimento. Pesquisas recentes usando datação por carbono 14 sugerem fortemente que o moa levou menos de uma centena de anos para extinguir-se, em vez de um período de várias centenas de anos como se acreditava anteriormente.
Contudo, alguns relatos confiáveis têm confirmado que alguns espécimes continuaram persistindo nos cantos mais remotos da Nova Zelândia até os séculos 18 e mesmo 19, quando foram sistematicamente caçados pelos colonizadores brancos. O aparecimento do europeu “civilizado” deu fim a esses poucos indivíduos, e o último espécime, uma fêmea, foi morta por um fazendeiro irado que ainda esmagou com os pés os ovos do ninho que o mãe zelosa cuidava. Foi um fim ignominioso para tão formidável animal.
O moa, como o tilacino - (Thylacinus cynocephalus), comumente conhecido como lobo-da-tasmânia ou tigre-da-tasmânia, foi o maior marsupial carnívoro dos tempos modernos – e o pássaro dodô das Ilhas Maurício, é mais uma das vítimas inocentes da predação humana. Tudo que se fale contra o homem num caso como esse é pouco, o Homo sapiens é inqualificável quando se trata de transgredir as regras do ambiente ecológico em “seu favor”. A lei de Gérson aplicada na sua pior forma é quase uma segunda natureza desse energúmeno bípede. Não desejo viver o suficiente para ver como acabará esse desmando. Abraços, JAIR, Floripa, 19/06/11.
A maior carga de minha indignação se volta contra as ações gratuitas que o homem comete em nome da lei de Gérson. Desmatamento, caça contra animais indefesos só pelo prazer de matar, deterioração dos ambientes em troca de lucro discutível – desertificam-se extensões imensas de mata amazônica sob o pretexto de criar gado, mas o que se vê realmente é apenas a venda de madeira, por exemplo. Grande parte do quadro de extinção de animais que existe hoje pode ser debitado na conta do Homo exterminatus, essa facinorosa espécie que se arroga dono do Planeta, quando é apenas péssimo inquilino, contrário ao comportamento dos demais seres os quais respeitam uns aos outros e ao ambiente em que vivem.
Pois bem, na conta com saldo negativo que o homem mantém com a natureza, constam milhares de extermínios de animais que só queriam viver a vida e não atrapalhar ninguém. Aqui mesmo no Patropi o mico leão dourado estava no bico do corvo, só não foi extinto porque organismos internacionais, a custa de esforços piramidais, conseguiram cruzamentos em cativeiro e preservaram alguns espécimes até agora. Mas outros animais não tiveram tanta sorte: O maçarico-esquimó está extinto em território brasileiro desde os anos de 1930, e virtualmente extinto em nível mundial; o mutum-do-nordeste está oficialmente extinto na Natureza desde 2001; a perereca-de-santo-andré, está extinta desde os anos de 1920; o rato-candango foi considerado extinto em 2008; o rato-de-Fernando-de-Noronha não é visto desde o século XVI; e a ararinha azul foi considerada extinta na Natureza em 2002, pelo IBAMA. Além dessa lista, correm risco de extinção a Onça pintada pantaneira, o Puma ou onça parda, várias espécies de peixes fluviais e muitas aves como o tico-tico. Aliás, alguém tem visto algum tico-tico por aí? Pelo que lembro, eles eram abundantes na minha infância. Só tinham o temerário hábito de nidificar em arbustos bem rasteiros, o que deixava seus ovos e filhotes a mercê de predadores como cobras e ratos, além de facilitar a ação de humanos malvados que danificavam seus ninhos.
Só que hoje quero falar do moa, a maior e mais pesada ave que já cruzou à frente do homem moderno que se diz civilizado. O moa cujo nome científico é Dinornis novaezelandiae, atingia cerca de 3,7 m de altura com o pescoção estendido, e pesava cerca de 230 kg, era uma das onze espécies da ordem Struthioniformes que compreende espécies sem asas funcionais como o kiwi da Nova Zelândia também, a ema do Brasil, o avestruz da África e o emu da Austrália, além da nossa conhecida perdiz, uma das poucas que voa. A reconstituição de dezenas de esqueletos permitiu avaliar o que se sabe sobre a constituição física dessa imensa ave.
O moa vivia muito bem nas duas grandes ilhas neozelandesas só tendo como inimigo a águia haast, ave imensa que era predadora de seus ovos, filhotes e de adultos velhos ou feridos, até que, por volta de 1300 dC, o povo maori chegou e todos os gêneros moa logo foram levados ao risco de extinção pela caça e, em menor medida, pelo desmatamento. Por volta do ano 1400 quase todos os moa são considerados extintos, juntamente com a águia haast que tinha confiado neles como alimento. Pesquisas recentes usando datação por carbono 14 sugerem fortemente que o moa levou menos de uma centena de anos para extinguir-se, em vez de um período de várias centenas de anos como se acreditava anteriormente.
Contudo, alguns relatos confiáveis têm confirmado que alguns espécimes continuaram persistindo nos cantos mais remotos da Nova Zelândia até os séculos 18 e mesmo 19, quando foram sistematicamente caçados pelos colonizadores brancos. O aparecimento do europeu “civilizado” deu fim a esses poucos indivíduos, e o último espécime, uma fêmea, foi morta por um fazendeiro irado que ainda esmagou com os pés os ovos do ninho que o mãe zelosa cuidava. Foi um fim ignominioso para tão formidável animal.
O moa, como o tilacino - (Thylacinus cynocephalus), comumente conhecido como lobo-da-tasmânia ou tigre-da-tasmânia, foi o maior marsupial carnívoro dos tempos modernos – e o pássaro dodô das Ilhas Maurício, é mais uma das vítimas inocentes da predação humana. Tudo que se fale contra o homem num caso como esse é pouco, o Homo sapiens é inqualificável quando se trata de transgredir as regras do ambiente ecológico em “seu favor”. A lei de Gérson aplicada na sua pior forma é quase uma segunda natureza desse energúmeno bípede. Não desejo viver o suficiente para ver como acabará esse desmando. Abraços, JAIR, Floripa, 19/06/11.
5 comentários:
É... e outro pássaro que foi extinto pela ação direta do H. Sapiens foi o pombo dourado americano. O último da espécie - também uma fêmea - morreu em cativeiro no início do século passado. E agora, José?
Parabéns pela trombetada, amigo. Abraço.
Só posso ver com tristeza essas coisas que estão acontecendo há muito tempo. Cada nova tecnologia aumenta o potencial destrutivo do ser humano!
Os sonares de pesca descobrem os cardumes de forma covardemente eficaz, tornando-os indefesos ante a fome insaciável do homem.
Até os tubarões estão sendo exterminados por causa das barbatanas!
Mais espécies tombarão, pode estar certo!
Infelizmente, não vejo soluções!
Boa denúncia, Jair!
É só o que se pode fazer!
Abraços!
Olá, fui lendo o texto e ficando triste pois eh isso mesmo que vem ocorrendo com nosso mundo. Uma pena o homem ser responsável por tamanha devastação. Esta espécie sim eh que deveria ir se extinguindo para beneficio dos outras indefesas.
Beijos da nora,
Serei repetitivo:
com o polímata editor do Blogue que pensa nos tornamos cada vez mais aprendentes. Esta edição poderia chamar-se: “Da moa ao tico-tico: o Planeta está perdendo espécies”
attico chassot
Esse bichao se paree bem pre-historico mesmo!!
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