Durante a guerra fria muitos foram os affair entre as duas super potências,
USA e URSS, envolvendo espiões e espionagem em ambos os lados da contenda, seja
entre as potências diretamente envolvidas ou entre seus aliados. Ficou famoso o
caso Philby, por exemplo: Harold Adrian
Russell "Kim" Philby ou H.A.R. Philby, cidadão britânico nascido na
Índia, foi um membro do topo da hierarquia dos serviços secretos ingleses que
espionava para a União Soviética. Philby era um dos membros do grupo conhecido
como Cambridge. Foi desmascarado em 1963, pediu asilo à URSS e passou a viver
lá até 1988 quando morreu de doenças decorrentes do alcoolismo.
Outro evento “clássico “ de espionagem que resultou em
lambança e detonou uma crise séria entre os brigões foi o caso do U-2. O
incidente do avião U-2 ocorreu durante a Guerra Fria, em 1 de maio de 1960,
quando um avião dessa categoria de espionagem dos EUA foi abatido sobre a União
Soviética. No início, o governo dos EUA negou a meta e missão da aeronave, que
era invadir e espionar a URSS, mas foi forçado a admitir publicamente o seu
papel na intrusão do espaço aéreo quando o regime soviético de Nikita
Khrushchev mostrou os restos do avião (surpreendentemente preservados), e
anunciou ainda que seu piloto (Francis Gary Powers) tinha sobrevivido à queda.
Pois bem, naquele tempo já eram raros esses
desmascaramentos de espiões de filme de oliúde porque, por mais que a ficção
crie esses personagem glamorosos a lá
007, na maioria dos casos não é assim que a espionagem entre nações funciona.
Li a vida de Markus
Wolf, espião a serviço da Alemanha Oriental antes da queda do muro de Berlim,
onde ele desmonta esse falso charme de espiões que trocam mensagens em código,
transmitem em rádios clandestinos e tem aventuras mirabolantes com loiras
fatais. Segundo Wolf e alguns outros ex espiões, um bom espião lê jornais. A espionagem da Alemanha Oriental, por
exemplo, não necessitava gastar fortunas mantendo agentes secretos em capitais
importantes do Ocidente para se inteirar de fatos militares, políticos,
estratégicos, econômicos ou quaisquer outros que fossem interessantes ao poder
dos alemães orientas e, por tabela, dos russos. Bastava assinarem todos os
jornais importantes em língua inglesa e alemã e manter equipes especializadas
lendo as matérias e interpretando os fatos. E parece que assim é realmente,
pois consta que a espionagem dos alemães do lado de lá foi extremamente
eficiente.
Claro que não é privilégio de alemães se informarem
através de publicações dos “inimigos”, os americanos também sempre usaram esse
método como o mais barato e de melhor resultado que se conhece.
É só pensarmos por dez segundos e chegaremos a
conclusão que absolutamente tudo está à disposição na imprensa. Hoje, muito
mais que antes, com advento da internet, das redes sociais e da comunicação
instantânea, é um absurdo a quantidade de informações que estão disponíveis
para quem quiser xeretar. Qualquer “espião“ de qualquer nação poderá acessar
milhões de informações através de se teclado, ninguém precisa viajar aos EUA,
por exemplo, para saber sobre suas aeronaves de guerra, seus navios, seus
mísseis, suas bombas e outras armas. Tudo está ao alcance da ponta dos dedos no
teclado. Quem duvidar clique no Google e procure o que quiser, até como
confeccionar uma bomba “A “, e
encontrará.
Não quero defender nem atacar Snowden que revelou um
programa norte americano para “espionar” cidadãos comuns de dezenas de países,
inclusive do Brasil. O que quero dizer é que essas informações, assim chamadas
sigilosas, estão disponíveis nas redes sociais e nos mais variados saites da
internet para quem estiver interessado. O inusitado nesse affair Snowden é o desenvolvimento de um programa “secreto” de
xeretagem feito por uma nação cada vez mais paranoica que, desde 11 de setembro
de 2001, vê agentes do mal embaixo da cama todos os dias. Como cidadão comum
fico perplexo com importância que se dá
a existência desse tal programa. Tenho um amigo que conhece bastante de
informática e que por mero ludismo acessa
dados sigilosos de quaisquer cidadãos deste país. Na minha frente ele mostrou
como consegue saber, por exemplo, o CPF e outros dados pessoais de um cidadão
qualquer. Ora, esse meu amigo é apenas um curioso não mal intencionado e não
pratica qualquer ato mais reprovável além desses acessos. Imagine um nação como
os EUA o que pode fazer com seus super computadores?
Não vou estranhar nem um pouco se no Brasil, lá em
Brasília, existir uma agência governamental cheia de computadores de alta
performance “espionando” nossos vizinhos fronteiriços e até os EUA, quem sabe.
Sei que, mesmo em tempos de paz, militares se espionam através de seus adidos
às embaixadas e missões em outros países. E, como todos praticam essa atividade, ninguém reclama.
Contudo, no caso Snowden, para manter um certo respeito, o nação “espionada” põe a boca no trombone através da diplomacia e o nação “espionante” dá umas explicações meio furadas e tudo permanece como dantes no país de Abrantes. JAIR, Floripa, 11/07/13.
Contudo, no caso Snowden, para manter um certo respeito, o nação “espionada” põe a boca no trombone através da diplomacia e o nação “espionante” dá umas explicações meio furadas e tudo permanece como dantes no país de Abrantes. JAIR, Floripa, 11/07/13.
3 comentários:
Parece-me que o cidadão comum gosta de ser espionado. "Galvão, filma eu!". E as redes sociais, os perfis públicos, os cadastros pra isso e aquilo...? E o moderno macartismo segue caçando os inocentes que se fantasiam de bruxas.
Abraços.
No Brasil, para saber os dados sigilosos de qualquer cidadão, é só comprar o DVD com os dados da Receita Federal, que um funcionário trambiqueiro gravou e vendeu para tudo o que é telemarketing!
Eu fiquei sabendo disto e confirmei, colocando na declaração de IR, no lugar do meu telefone residencial numero um, um número alternativo que eu nunca forneci para mais ninguém. Logo, comecei a receber ofertas pelo alternativo...
Acho engraçado a nova mania do governo, se incomodar com espionagem americana! Só se eles querem descobrir como se rouba dinheiro público!
Abraços, Jair!
Temos tanto a resolver por aqui, tantos passando necessidade, tantos matando, torturando, tantas atrocidades, os caras lá no centrão roubando sem pudor... o povo num miserê, as ruas num só manifesto, o país pegando fogo e ninguém se preocupa!
Se há coisa que não me preocupa é essa espiadinha mundial! Serve para desviar o foco.
Abraços.
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