A jovem cientista Yraima
Moura Lopes Cordeiro é membro da Academia Brasileira de Ciências. Doutora em ciências
biológicas, hoje é professora adjunta do Departamento de Fármacos da Faculdade
de Farmácia da UFRJ, universidade pela qual se graduou em ciências biológicas /
modalidade médica e obteve os títulos de mestre e doutora, Summa cum laude, em química biológica.
Lembrando que a ABC
é uma entidade que congrega os melhores e mais expressivos cientistas do país.
Em paralelo, poderíamos dizer que a ABC representa para a ciência pátria o que
a ABL representa para a literatura brasileira, mas com uma importante ressalva.
Enquanto a ABL reúne em sua irmandade esdrúxulas indicações políticas como José
Sarney e Marco Maciel, por exemplo, e outras inexplicáveis como Arnaldo Niskier
e Ivo Pitanguy, a ABC utiliza critérios estritamente técnicos, de modo que seus
membros são todos laureados com, no mínimo, doutorado. Além disso, grande
maioria dos velhinhos membros da ABL, se limita a tomar chá nas reuniões modorrentas
das quintas feiras e se auto louvar pelas obras que produziu. Enquanto a ABC é
conhecida pela atuação firme e produtiva de seus membros nas suas respectivas
áreas de trabalho.
Yraima foi uma
garotinha perfeitamente normal para época e lugar onde nasceu e cresceu. Nasceu
no Rio de Janeiro na década de 70, exatamente dois minutos após sua irmã Naiana,
a qual também é doutora, mas em outra área.
O que faz uma garota
em tudo normal se tornar sumidade em alguma área? A meu ver, seus pais e o
ambiente saudável que a envolveu. Heloisa e Ruy, além de pais convencionais na
educação de seus rebentos, sempre foram leitores vorazes e seletivos, na casa
deles nunca estiveram ausentes bons livros de todas as áreas, bem como horas
regulares de leituras diárias. As gêmeas, e mais o garoto Aimberê que veio
depois, tiveram como referência e “habitat”
um ambiente em que livros faziam parte do mobiliário e eram lidos e manuseados
com familiaridade todos os dias. Assim, quando Yraima ingressou na escola, nunca
se sentiu “obrigada” a estudar, nunca achou que livros e estudos eram chaturas
pelas quais tinha que passar como um sacrifício de vestal, pelo contrário, a
cultura livresca fazia parte de seu DNA familiar e ela nunca teve necessidade se
esforçar muito para adquirir conhecimento. Vale lembrar também que sua infância
foi povoada de aventuras e seres fantásticos, como gnomos, que habitavam o
sítio de seu avô nas noites de verão iluminadas de pirilampos e sonorizadas por
grilos e outros terríveis bichos talvez alienígenas que comiam cérebros de
crianças. Como se vê, uma infância perfeitamente saudável, que ela, a irmã e o
irmão aproveitavam nadando numa piscina natural do sítio, mesmo quando a temperatura
invernal desaconselhava essa prática. Aliás, Yraima é exímia nadadora desde
praticamente o berço, aprendeu a nadar antes de deixar as fraldas.
As férias quase sempre
incluíam dias vividos intensamente em Visconde de Mauá onde rios, cachoeiras e
mata atlântica de transição se conjugam na forma de um quase santuário de
natureza preservada povoada com gente que sabe respeitá-la.
Pois é,
instrumentada com uma infância prenhe de fantasias, espaços e brincadeiras
saudáveis; tendo pais disciplinados que davam valor ao hábito da leitura e aos
estudos; boa aluna que estudou numa escola montessoriana; tendo facilidade para
aprender idiomas – é fluente em várias línguas, inclusive alemão; e tendo gosto
pela ciência desde muito cedo, é plausível e compreensível que hoje esteja ente
os luminares que compõem o plantel da ABC.
Então, Yraima, ao
contrário dos advogados deste Patropi, que ao passar nas provas da OAB passam a
se auto intitular “doutores”, como se tivessem defendido alguma tese, é doutora
De facto e De Jure, pois defendeu tese frente uma banca, tendo feito pesquisas
para seu trabalho até em alemão na própria Alemanha.
Parabéns para essa guria que engrandece a ciência do país e que, por acaso, é minha sobrinha. JAIR,
Floripa, 02/12/12.
24 comentários:
—:> Eu sou suspeitérrimo para deixar aqui qualquer elogio no que se refere à minha filha, mas nada me impede dizer que o texto do manonovo está supimpa.
Abração,
Ruy.
Prolongo minhas congratulações! Muita paz!
Parabéns para a Yraima. Uma pessoa brilhante merecedora de suas conquistas.
Muito interessante (e importante) a ABC utilizar critérios técnicos na seleção de seus membros. Merecimento sobrepondo-se ao favorecimento.
Parabéns à Dra. Yraima pela conquista e à ABC pelo privilégio de ter membros como ela!
Acabei de ler, tia Brandina! Diz pro tio que adorei o texto e estou muito honrada de ter sido tema no blog! beijos aos dois
Que orgulho para a imensa família Cordeiro. Quanto mais para o Ruy e avós.
Parabéns Yraima! O Brasil precisa de vc.
Bjs.
Thereza Maria Cordeiro.
Renovo os parabéns. Êita família superdotada!
Abraços.
Lindo o texto e Yraima merece isso e muito mais!!!
Parabéns Yraima, estamos orgulhosos de você. Lembro muito bem de um telefonema que tive com a tua querida mãe antes dela falecer:ela me falou que tinha muito orgulho dos três filhos dela. Beijos e continue sempre sendo essa boa "menina", digo menina, porque para nós pais e tios, vocês sempre serão crianças.
Jair, lindo e emocionante texto. Parabéns à Dra.Yraima Cordeiro e à seus pais.
Tio Jair, que lindo texto!Estamos todos muito orgulhosos da Yra. Só queria salientar que eu não sou doutora, parei no mestrado! bjs, Nai.
Parabéns a Yraima e especialmente ao paizão Ruy que deve estar muito orgulhoso!
Abraço
Sandreli
Que bacana!!! Parabens à Dra., aos familiares e a vc Jair pelo belo texto. Uma linda e merecida homenagem à sua sobrinha. Abraços!
Mazzaaaa
rsrs, essa da ABL e o chá das cinco...
Parabéns à sua sobrinha e a todos os familiares, gente séria é que a sociedade precisa! Pelo menos ouvir algo diferente do cotidiano político brasileiro!
Abraços, Jair.
Parabéns, Jair! Concordo sobre o DNA especial da família, tiro por esse amigo das Letras, 'por acaso' chamado Jair, rs...
Um ótimo fim de semana e... Boas Festas!!!
Muito estimado Jair,
reforças o mendelismo contra o lamarkismo.
Lá uma Lopes se faz cientista brilhante; aqui outro escritor de escol.
A uma e outro reverências,
attico chassot
http://mestrechassot.blogspot.com
www.professorchassot.pro.br
Jair,
Deixo aqui meus parabéns tanto à doutora quanto ao "cumpadi" Ruy.
Abraços de com força,
Joel.
—:> Valeu, primo "Joéu".
Grande abraço,
Ruy, H. de J.
Ruy.
Davi Cordeiro grande herói da revolução, nosso avô e nosso ídolo de tendência anarquista, com certeza também está orgulhoso da sua bisneta.
Grande abraço,
"Joéu"
—:> Puiszé, primo Joéu, vô Davi, o "bugre" Kaingang do Pinheiral, ou lapeano, conforme o ponto de vista, era "aventureiro", como se dizia, e vivia metendo o pé "nos mato", cavalgando o seu/dele malhado. Segundo reza a lenda velhoburguiana, era nessas andanças pelo sertão em que sumia por semanas, meses até, quele mudava de lugar a sua mítica panela de dinheiro. Quem sabe, algum dia, vc ou algum neto ou bisneto sortudo, seguindo o Arco-Íris, desentoque as supostas libras esterlinas, de ouro, que estariam enterradas em algum lugar do que resta das matas nativas do velho rincão.
Abraço.
Pois é cumpadi Ruy. Sempre tive o velho bugre lapeano em grande estima mesmo sem, ao contrário de vc, ter tido a oportunidade de conhece-lo pessoalmente. Sei das aventuras e peripécias do mesmo através de relatos da minha mãe e de outros tios. É claro que sempre existem aqueles que torcem o nariz quando se fala do velho kaingang dizendo que a sua (dele) vida esteve longe de servir como exemplo a qualquer vivente. Só pq como bem vc afirmou, em algumas ocasiões ele abandonava a família deixando mulher e filhos ao deus dará, por dias, as vezes até semanas para mudar de lugar a tal panela de dinheiro que até hoje não se sabe se é verdade ou lenda, só por isso, repito, alguns moralistas de plantão acham de criticá-lo. A nossa avó, mulher do dito cujo, guardiã dos bons costumes e da moralidade, jamais o criticou. Mas tbm, criticasse pra ver... Eu o tenho como um anarquista devido às frases imortais que ele deixou: "Eu almoço quando tenho fome e não quando a fábrica apita", "Não trabalho para os Manucela (Malucelli) pq não preciso de chefe para me mandar" "Começo e paro de trabalhar quando quero e não quando a fábrica apita". Existem outras pérolas mas por essas ja dá para ver que o homem era fera.
Abraços de com força,
Joel.
Muitos parabéns à Yraima uma jovem super especial, á sua familia, concerteza a base sólida que a ajudou a ser o que é, e a si Jair por este texto excelente.
Aproveito também para desejar um Natal muito feliz.
Beijinhos
Maria
—:> Puiszé, primo "joéu", esse lance da rebeldia anárquica do nosso avô Davi, era por demais conhecida. Pena que o "bugre" ficou pouco tempo conosco, pois teríamos muito que perender com ele.
Abraço fraterno e que 2013 seja supimpa pra vc e família.
Ruy (Morales/Xoupim, ou verça-visse).
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