A teoria do Big bang explica que há aproximadamente quatorze bilhões de anos houve uma perturbação no que seria um espaço extremamente denso e estupidamente quente, e este iniciou uma expansão súbita que dura até hoje e não se sabe se algum dia terá fim. Assim teria sido criado o universo. Em decorrência dessa explosão cataclísmica tudo que existe foi criado, assim, curto e grosso. A matéria e o tempo surgiram a partir do Big bang. Galáxias se formaram e foram “reunidas” em aglomerados monstruosos que tem bilhões de anos luz de extensão e estão se distanciando umas das outras em velocidades estúpidas e impossíveis de serem medidas com os meios que dispomos. O que se sabe é que existem bilhões, muitos bilhões na verdade, de galáxias e cada uma delas possui bilhões de estrelas. No cosmo todos os números são de ordens de grandeza assustadoras e a maioria só pode ser intuída, jamais medida, É delirante, para não dizer descabelado.
Esse portento, esse universo de dimensões descabeladas como eu disse, para complicar ainda mais as coisas, está se expandindo de forma acelerada, isto é, com o passar do tempo a velocidade de deslocamento das galáxias aumenta! Havia uma linha de pensamento que admitia (e até torcia) que a velocidade de expansão deveria diminuir com tempo (estamos falando de bilhões de anos, não esqueçamos que os números cósmicos são astronômicos na acepção da palavra), mas contrariando esse raciocínio, a velocidade que já é absurdamente grande continua aumentando e torna o problema de compreender o mecanismo cósmico muito mais complexo, para não dizer macarrônico ao extremo e agonizante para mentes especulativas como o são as dos cientistas.
A coisa está no seguinte pé: uma das quatro forças fundamentais da natureza que se conhece, e de maior alcance que as demais, é a gravidade – antes que o leitor pergunte, as outras três forças são: eletromagnetismo, força nuclear fraca e força nuclear forte. Cada uma no seu quadrado, mas se houver uma janela em outro trecho explicarei o que cada uma delas faz ou representa. Pois então, a gravidade é a “cola” que não deixa os astros saírem erráticos e sambando a esmo aí pelo cosmo; não deixa que o universo se torne um mundo caótico e anárquico tipo “cada um por si”. Porque o universo pode ser grande, aberrante e agressivamente enorme na verdade, mas não é bagunçado, seus componentes (aglomerados, galáxias, estrelas, quasares, cometas, planetas e outros bichos) não ficam se mexendo aleatoriamente como as partículas num movimento browniano, todos estão sob a ação da gravidade e obedecem-na com escrúpulo, se é que se pode atribuir tal sentimento aos astros. Mas, descobrir-se que, apesar da força gravitacional, a velocidade que afasta as galáxias aumenta, contraria o bom senso, não dá para compreender a lógica desse fato a não ser que se admita que exista algo que contrarie a gravidade.
Então ficamos assim: a “cola” gravidade, que é uma formidável força que deveria unir as galáxias, está sendo contrariada por outra força desconhecida, descomunal e assustadora. Os astrônomos estão arrancando os cabelos, supondo que eles ainda os tenham, para atinar onde se encontra o fulcro desse problema. Como é possível esse fenômeno? Daí vem alguns e afirmam, baseados em cálculos que só os supercomputadores conseguem realizar, que existe uma tal de força escura que contraria a gravidade, e que essa força está espalhada por todo o espaço conhecido, desconhecido, imaginado e inimaginável. Agora engrossou o caldo, se já era depressivo imaginar um universo sempre em expansão ou parando a expansão em algum ponto e iniciando uma contração, imagine agora uma força que contraria a gravidade e não se sabe o que poderá causar ao universo. Ainda bem que quando acontecer alguma coisa, qualquer coisa, não estaremos mais aqui para presenciar. Não estaremos nós a humanidade, não eu e você, pois a coisa vai acontecer em escala de tempo cósmica, lembram?
A coisa tá feia! Feia mesmo, pois cálculos ferozes, extremados e absurdos sugerem que há, no “vazio” entre as galáxias, uma matéria que se convencionou chamar de matéria escura. Essa convenção foi adotada por dois motivos: 1- não se pode ver essa matéria; e 2 – ela tem propriedades enigmáticas, desconhecidas e mais assustadoras que a força escura, pois esta, supõe-se, contraria a gravidade, mas a matéria negra ninguém sabe do que ela é capaz. Sinceramente, até eu que nada entendo de astronomia e seus badulaques, e sei que essa matéria escura não vai interferir na minha vida de aposentado, fico um pouco apreensivo. Imagine aqueles cientistas os quais têm que explicar essa barbaridade.
Então, quem tem o ofício (vive disso) de desembrulhar os pacotes temáticos do universão velho de guerra, está se atolando cada vez mais no brejo cósmico, encontra mais perguntas que respostas cada vez que se depara com “novidades”. Correndo o risco de perder o leitor, mas não deixando a piada passar batida, eu diria que os astrônomos e cosmólogos estão “se atolando-se” até o pescoço, devido a gravidade do problema. Ô vidinha perebenta! Deve ser mais que frustrante procurar soluções e só encontrar indagações!
Para não ficar só nessas teorias, suposições, conjeturas e chutes calculados vamos colocar o pé na Terra (com maiúscula mesmo, pois trata-se do Planeta mesmo, e não do chão que pisamos). Lá num cantinho anônimo e quase despercebido dessa máquina gigantesca que se expande e não fornece respostas aos cientistas, existe uma estrela que nem sequer é das maiores e mais brilhantes, também não é das mais novas ou das mais velhas, mas que, por alguma ordenação cósmica oculta ao nosso conhecimento, possui quase uma dezena de bolotas de vários tamanhos girando ao seu redor, chamadas planetas.
Num desses planetas – o terceiro a contar do Sol – existe vida. Essa vida já acontece nesse planeta desde há 3,4 bilhões de anos e, por isso, teve tempo de se diversificar e ocupar todos os cantos das terras e dos mares. Dentre as milhões de espécies, existe um bípede falante que tomou para si a incumbência de desvendar os mistérios do universo. E é por isso que esta matéria foi escrita, não tenho nada a ver com isso mas, infelizmente, faço parte dessa espécie. JAIR, Floripa, 27/01/12.
Esse portento, esse universo de dimensões descabeladas como eu disse, para complicar ainda mais as coisas, está se expandindo de forma acelerada, isto é, com o passar do tempo a velocidade de deslocamento das galáxias aumenta! Havia uma linha de pensamento que admitia (e até torcia) que a velocidade de expansão deveria diminuir com tempo (estamos falando de bilhões de anos, não esqueçamos que os números cósmicos são astronômicos na acepção da palavra), mas contrariando esse raciocínio, a velocidade que já é absurdamente grande continua aumentando e torna o problema de compreender o mecanismo cósmico muito mais complexo, para não dizer macarrônico ao extremo e agonizante para mentes especulativas como o são as dos cientistas.
A coisa está no seguinte pé: uma das quatro forças fundamentais da natureza que se conhece, e de maior alcance que as demais, é a gravidade – antes que o leitor pergunte, as outras três forças são: eletromagnetismo, força nuclear fraca e força nuclear forte. Cada uma no seu quadrado, mas se houver uma janela em outro trecho explicarei o que cada uma delas faz ou representa. Pois então, a gravidade é a “cola” que não deixa os astros saírem erráticos e sambando a esmo aí pelo cosmo; não deixa que o universo se torne um mundo caótico e anárquico tipo “cada um por si”. Porque o universo pode ser grande, aberrante e agressivamente enorme na verdade, mas não é bagunçado, seus componentes (aglomerados, galáxias, estrelas, quasares, cometas, planetas e outros bichos) não ficam se mexendo aleatoriamente como as partículas num movimento browniano, todos estão sob a ação da gravidade e obedecem-na com escrúpulo, se é que se pode atribuir tal sentimento aos astros. Mas, descobrir-se que, apesar da força gravitacional, a velocidade que afasta as galáxias aumenta, contraria o bom senso, não dá para compreender a lógica desse fato a não ser que se admita que exista algo que contrarie a gravidade.
Então ficamos assim: a “cola” gravidade, que é uma formidável força que deveria unir as galáxias, está sendo contrariada por outra força desconhecida, descomunal e assustadora. Os astrônomos estão arrancando os cabelos, supondo que eles ainda os tenham, para atinar onde se encontra o fulcro desse problema. Como é possível esse fenômeno? Daí vem alguns e afirmam, baseados em cálculos que só os supercomputadores conseguem realizar, que existe uma tal de força escura que contraria a gravidade, e que essa força está espalhada por todo o espaço conhecido, desconhecido, imaginado e inimaginável. Agora engrossou o caldo, se já era depressivo imaginar um universo sempre em expansão ou parando a expansão em algum ponto e iniciando uma contração, imagine agora uma força que contraria a gravidade e não se sabe o que poderá causar ao universo. Ainda bem que quando acontecer alguma coisa, qualquer coisa, não estaremos mais aqui para presenciar. Não estaremos nós a humanidade, não eu e você, pois a coisa vai acontecer em escala de tempo cósmica, lembram?
A coisa tá feia! Feia mesmo, pois cálculos ferozes, extremados e absurdos sugerem que há, no “vazio” entre as galáxias, uma matéria que se convencionou chamar de matéria escura. Essa convenção foi adotada por dois motivos: 1- não se pode ver essa matéria; e 2 – ela tem propriedades enigmáticas, desconhecidas e mais assustadoras que a força escura, pois esta, supõe-se, contraria a gravidade, mas a matéria negra ninguém sabe do que ela é capaz. Sinceramente, até eu que nada entendo de astronomia e seus badulaques, e sei que essa matéria escura não vai interferir na minha vida de aposentado, fico um pouco apreensivo. Imagine aqueles cientistas os quais têm que explicar essa barbaridade.
Então, quem tem o ofício (vive disso) de desembrulhar os pacotes temáticos do universão velho de guerra, está se atolando cada vez mais no brejo cósmico, encontra mais perguntas que respostas cada vez que se depara com “novidades”. Correndo o risco de perder o leitor, mas não deixando a piada passar batida, eu diria que os astrônomos e cosmólogos estão “se atolando-se” até o pescoço, devido a gravidade do problema. Ô vidinha perebenta! Deve ser mais que frustrante procurar soluções e só encontrar indagações!
Para não ficar só nessas teorias, suposições, conjeturas e chutes calculados vamos colocar o pé na Terra (com maiúscula mesmo, pois trata-se do Planeta mesmo, e não do chão que pisamos). Lá num cantinho anônimo e quase despercebido dessa máquina gigantesca que se expande e não fornece respostas aos cientistas, existe uma estrela que nem sequer é das maiores e mais brilhantes, também não é das mais novas ou das mais velhas, mas que, por alguma ordenação cósmica oculta ao nosso conhecimento, possui quase uma dezena de bolotas de vários tamanhos girando ao seu redor, chamadas planetas.
Num desses planetas – o terceiro a contar do Sol – existe vida. Essa vida já acontece nesse planeta desde há 3,4 bilhões de anos e, por isso, teve tempo de se diversificar e ocupar todos os cantos das terras e dos mares. Dentre as milhões de espécies, existe um bípede falante que tomou para si a incumbência de desvendar os mistérios do universo. E é por isso que esta matéria foi escrita, não tenho nada a ver com isso mas, infelizmente, faço parte dessa espécie. JAIR, Floripa, 27/01/12.
11 comentários:
Estou adorando essa sua série de postagens sobre 'sandices'... Uma mais interessante do que a outra!
Parabéns!
Abraços...
Infelizmente não, enciclopédico amigo! Decerto é felizmente!
Parece que você soltou a franga, gostei da maneira frouxa que você usa para tratar de um assunto nem sempre tão palatável. Ficou bem interessante o texto tratado dessa maneira. Parabéns e esperemos mais nessa mesma linha,
Prezado Jair,
desses assuntos astronômicos (ou cosmológicos) eu entendo pouco, no entanto para mim são os mais fascinantes. Pensar que como disse Carl Sagan, somos todos "poeira das estrelas" e que existem tantos "sóis" que não podemos contar, com a possibilidade de outras vidas diferentes da nossa, é o que mais me fascina. Os cálculos, as fórmulas e teorias deixemos para os físicos "quebrarem a cuca"!
Abraços,
Malu.
Extremamente bem colocadas as suas considerações. A Ciência é uma montanha russa que alterna os seus trechos altos do "eu sei tudo" com os mergulhos excitantes do "nós achamos que"...
Abraços.
Mama mia!Haja mistérios...Já dizia Shopenhauer.Há muito mais deles entre o céu e a terra que vâs filosofias.Não é a toa que nos sentimos ignorantes,diante desta magnitude. O jeito é resgatar a humildade e curvar-se diante da Onipotência, bendizer a vida e lutar no cotidiano para preservá-la,aplicando os conceitos da Verdade,amor,justiça,sobretudo o respeito por si mesmo,que é a base para o respeito `natureza e suas leis! Grata pela partilha de seu saber e pesquisas. Luci.
Jair:
Tenho paixão por pedras e nada poderia ser mais didático do que esta sua postagem. Tenho um recipiente de cerâmica, grande e redondo em minha sala, que coloco vários tipos de pedras lindas e coloridas que vou comprando. Sempre tive curiosidade pelo assunto, e agora conheci um pouco mais com esta sua ótima postagem. Valeu muito.
Abraços, amigo. Li o post abaixo, das 'Sandices cósmicas', ótimo! Parabéns.
(desculpe, errei no comentário acima e excluí)
Tais Luso
Meu caro Jair,
uma vez teu texto traz uma admirável síntese: “ É delirante, para não dizer descabelado.”
Realmente, ser astrônomo é algo mais que fazer serenata ao luar.
Com admiração,
attico chassot
Eu já falei diversas vezes o quanto eu acho ridículo o fato de habitantes de um minúsculo grão de poeira cósmica, que existem há apenas frações de "segundos cósmicos" pretenderem entender as implicações do todo que os contém!
E repito: são como uma colônia de bactérias em uma lâmina de laboratório, querendo explicar a natureza de quem está na ocular do microscópio eletrônico!
Mais um magnifíco post, para "chacoalhar" nossas ideias!
Abraços, Jair!
JAIR,
"Estão se atolando, devido à gravidade do problema (que é a gravidade problemática - e é a gravidade que os puxa atoleiro abaixo em meio ao lamaçal de dúvidas e incertezas)" Hahahaha
Genial! E com estas "tiradas" que você me ganha cada vez mais! É preciso ser muito inteligente e culto para saber brincar com essa propriedade toda e com humor!
Obrigado!
Desculpe a demora por comentar aqui. Andei com este post impresso por uma semana até conseguir lê-lo, e desde então estou ensaiando respondê-lo à altura. Demoro, mas não falto!
Haverá ainda outro comentário sobre o tema. Voltarei logo, aguarde.
Abraço.
JAIR,
A Teoria do Big Bang tem sentido lógico, considerando que parte como verdade de um argumento absurdo. Meter toda (=big) a matéria existente no Universo (e a ainda por existir) para caber tudo num único ponto, é uma concepção descabida!
Supondo que isto tivesse sido possível, o desenrolar da lógica explosiva (=bang) e expansíva até ganha forma e popularidade, pois parte de uma observação do momento atual e aplica-se uma regressão temporal e espacial até se chegar naquele ponto "primordial" mas sem perda nem criação da matéria, conforme reza a Lei de Lavoisier (acredito que o 'nada se cria, nada se perde, tudo se transforma' era mais para desmistificar mágicas na interpretação das reações químicas).
Mas acontece que a Lei que rege a Natureza mostra os seres vivos nascendo, crescendo e se multiplicando, sem que estivessem confinados em si mesmos ou na origem dos tempos. Células se duplicam e crescem naturalmente, e sem explosões cataclísmicas, envelhecem e morrem para se juntarem ao Universo cumulativo (uma forma de expansão).
Portanto, seria muito mais natural pensar cientificamente que as Leis que regem o Universo hoje são as mesmas desde sempre, em vez de considerar uma exceção para explicar os primeiros minutos de tudo.
Assim, seria muito mais lógico acreditar que a matéria surgiu do Nada, e que o vazio possui uma força criadora, a qual os cientistas modernos estão chamando de Energia Escura, aquilo que eles não vêem e não conseguem explicar, apesar das evidências.
Meu pai, René G. Martin, agora com 81 anos, está escrevendo um livro explicando a visão dele sobre uma nova abordagem da matéria e do Universo.
Eu resumo sua idéia como Lei da Repulsão Universal (mas é muito mais que isto), pois ela sugere que a Gravitação é o efeito e conseqüência, e não a causa nem a explicação.
É o vazio que sustenta um corpo no espaço. Imagine um único planeta e mais nada. Ficaria inerte, parado, porque o vácuo exerce forças de pressão por todos os lados.
Coloque um anteparo (um satélite ou outro planeta) diante do astro, e isto provocará um desequilíbrio nas forças antes estáveis, e o corpo se deslocará na direção onde a força de apoio foi bloqueada, empurrado pelas outras forças que continuam exercidas sobre ele.
O mesmo ocorre com o outro objeto que, se for menor, estará com muito mais forças de apoio bloqueadas pelo seu vizinho enorme, e irá em sua direção com muito mais "vontade" e velocidade.
Então, não seria a gravidade que os atuem mutuamente, mas o Nada que os envolve quem os empurra um contra o outro.
Acontece que o Universo não é composto de apenas dois corpos, e esse jogo de forças se desenvolve com múltiplo fatores. Existe a questão do apoio mútuo na tentativa de reequilibrar as forças. Isto faz com que, na falta de um apoio "nas costas", o corpo "caía" na direção oposta da massa contra a qual ele pressiona. Isto poderia ilustrar por que as galáxias mais externas se afastam mais velozmente de onde estão as demais.
Parece complicado, mas é apenas uma maneira de ver o rio que vem e o rio que vai embaixo da mesma ponte. Duas visões e sensações completamente distintas, do mesmo rio!
Eu poderia dar mais detalhe, exemplos e aplicações sobre isto, mas seria um outro livro... rsrs
Vamos esperar que papai consiga terminá-lo para publicar o quanto antes.
Aqui nos comentários também não seria o melhor foro. Talvez eu venha colocar alguma coisa mais delongada a respeito no meu blog.
Mas isto pelo menos justifica por que eu lhe disse que aquele seu texto despretensioso que você me mandou, sobre o Tudo e o Nada, carrega uma profundidade verdadeira e inconsciente, o qual terei prazer em reproduzir em breve.
Obrigado.
Abraço.
André F. Martin
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