terça-feira, 8 de setembro de 2009

VERTEDOURO


Etéreo e ubíquo verte, num jorro copioso, a totalidade das criaturas sem nada ter ingerido, sem prévia deglutição do mais ínfimo átomo que seja. Cria do amálgama de pó virtual, a matéria, a luz e o pensamento. Este, o único que tenta dimensioná-lo, convertê-lo à razão, contudo, sem jamais compreendê-lo na sua plenitude, sem jamais equacioná-lo em forma de teorema ao alcance de mentes matemáticas. Pródigo na virtude de criar esbanja crueldade que, com indiferença, aplica às coisas que criou de forma a retorná-las ao pó de onde vieram; coisas que nasceram e acabam como começaram. Sabe, sem esforço de pensar, tudo, do infinitesimal ao imensurável; transcende a finitude do perceptível e se perde na amplidão onde apenas a imaginação alcança; desdenha sentimentos, idéias e a própria vida; perene, não possui início e não terá fim, existiu antes e existirá depois. É a gênese do universo e só poderá ser vislumbrado no exato microponto onde o infinito cruza com o eterno. É o TEMPO. JAIR, Floripa, 24/08/09.

5 comentários:

  1. Incrivel, eu me pego a pensar sobre o tempo, e começo a entender como é fascinante, como ele comanda tudo a nossa volta, como está presente desde antes mesmo de qualquer existencia. Poxa... como uma boa leitura nos dá outras perspectivas.
    Obrigado por compartilhar suas idéias...

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  2. Há dúvidas sobre o que é (?) eterno. Perpetuam-se algumas coisas, pela vontade ou não, pelo destino das consciências - talvez isso se resolva na imperfeição do que nunca(?) morre.

    O blog do amigo Carlos Soares fez-me a trilha até aqui.

    Um abraço

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  3. É Jair,
    o tempo transcende a finitude do perceptível e perde-se na amplidão onde apenas a imaginação alcança!
    Eu tenho dúvidas que a imaginação de alguns consiga alcançar!

    Um beijo.

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  4. Amei seu blog.....Parabéns!

    Veja se gostas e vem comigooooo

    Poesia em Flor

    http://mariapoemasepoesias.blogspot.com/

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